51 - Planos

1.1K 137 26
                                    


— Mary, você acredita que matando Elion isso pode acabar? — exclamei receosa, enquanto adentrava a sala.

O restante das pessoas estava recolhendo os corpos para os funerais, e os dos vampiros eram queimados. Três bruxas haviam sido mortas e era visível o cansaço em Mary.

— Há perguntas que não existem respostas. O tempo é a maior resposta. — argumentou se virando para mim. — Preciso dormir para recuperar as minhas forças... amanhã será dia do ritual de passagem e de invadir a matilha do futuro Rei.

Eu assenti sem encontrar outros argumentos. Eu sabia que essa era a lógica, matar o dono da maior matilha. Elion deveria ter mais de cem lobos consigo atualmente e tudo indicava a ele. Porém, Miguel poderia estar lá. Eu já havia magoado tanto seu coração que me sentia culpada de o fazê-lo novamente.

— Rai-Sara. — Juliet se corrigiu rapidamente adentrando a sala. — Seria melhor se alimentar para tudo que nos enfrenta amanhã, não?

Eu sentia meu corpo levemente fraco e dolorido. Ainda estava me curando da luta e de tudo que havia passado até aquele momento.

— Me acorde se chegar alguém. — avisei e ela assentiu.

Subi as escadas com passos lentos e fitando os quadros na parede. Eram lindas paisagens. Sentia que não iria aparecer ninguém. Que todos haviam me abandonado ou fugido para outro lugar. Adentrei o quarto suspirando e fitando o céu estrelado. As pessoas lá em baixo conversavam desanimadas ou consolavam uns aos outros. Josh.

Disquei seu número novamente ouvindo a caixa postal. Josh não me atendia desde quando foi embora sozinho. Eu acreditava que tudo era o seu modo de luto, porém agora ele com certeza estava sabendo do que estava acontecendo, afinal, quem não sabe? Os reis estão em guerra, e mesmo assim ele não me atendia.

Engoli em seco tentando não pensar no pior. Eu me via rodeada de pessoas, porém me sentia sozinha. Juliet era uma ótima pessoa e eu sabia disso. Estava disposta a morrer por mim. Era muito diferente ver o quão nos tornamos amigas. Estávamos uma dependendo da outra e se preocupando do mesmo modo.

Era impressionante a quantidade de morte que eu conseguia causar quando chegava a um lugar. Como se a morte fosse a minha amiga intima.

Me deitei na cama fitando o teto branco e procurando parar de pensar, e me concentrar. Pensar em mais nada e simplesmente adormecer.

                                                                                §§§

O barulho de conversa, móveis se movendo, e passos firmes foi se tornando levemente intenso em minha mente. Engoli em seco acordando e me deparando com os raios de sol invadido o quarto. O barulho de vozes era intenso, como se fosse muitas pessoas. Porém, eu não havia visto essa quantidade de vozes no dia anterior. Fitei o relógio que marcava dez horas da manhã e saltei da cama em direção a janela. Arregalei os olhos ao ver o pátio lotado de pessoas, que estavam de pé, sentados no chão ou em cima de motos. Eu não conseguia contar, e vi que haviam muitos também a beira do rio.

Havia dado certo? Eu não estava sozinha e as súcubus e íncubus haviam escutado o meu chamado? Abri a porta descendo as escadas rapidamente sem ao menor tomar cuidado com os degraus. Na sala havia alguns homens que assim que eu adentrei ao cômodo se levantaram rapidamente com ansiedade no olhar.

— Vossa majestade. — um homem alto e com os cabelos rentes se ajoelhou perante a mim. — Imploro vosso perdão. — o fracasso e a tristeza eram nítidos ao olhar do homem. As outras pessoas na sala também ajoelharam.

— Q-quem são vocês? — exclamei.

— Eu era o líder do seu exército. Não tivemos tempo de nos comunicarmos pois estava em uma missão em nome do reino. Eu falhei... em deixar poucos guardas... e depois de receber o seu sinal eu pude a encontrar. — explicou rapidamente.

— Levante-se. — disse tentando demonstrar compaixão. —  Tá tudo bem. Eu fico grata por ter vindo.

— Eu não sou digno de vosso perdão... mas desejo recuperar o seu reino e a honra de nossa espécie. Deixe-me lutar em seu nome. — ele se levantou me olhando aflito.

— Eu perdoo todos vocês. Juntos, retomaremos o reino e honraremos nossa raça. — eu tentei sorrir enquanto dizia.

Enfim eu tinha esperança.

— Obrigado! Obrigado! Você é tão boa quanto disseram. — o homem que estava ao seu lado disse.

— O que andam dizendo? — indaguei curiosa.

— Que a vossa majestade é justa... não aceitou matar a súcubus. — explicou receoso.

— Se preparem, como puderem. Qual é seu nome? — me referi ao que era o líder.

— Brian, seu servo. — ele sorriu.

— Brian, prepare a melhor estratégia. Iremos ao ataque o mais rápido possível! — expliquei rapidamente e ele assentiu se retirando.

Eu sai na varanda da mansão me deparando com todo aquele pessoal. Brian se infiltrou entre as pessoas. Os que me fitaram assentiram e eu forcei meu corpo para manter a minha postura. Pela primeira vez eu estava diante de súcubus e íncubus, como a rainha deles. Eles estavam lá, para lutarem, pela nossa honra.

— Nós vingaremos aqueles que morreram em nosso nome. — anunciei. — RETOMAREMOS NOSSO REINO DE VOLTA E TUDO QUE NOS PERTENCE!

As pessoas sorriam encorajadas.

— NÃO SERÁ TOLERADA INJUSTIÇA! — completei respirando ofegante.

As pessoas gritavam meu nome enquanto eu as fitava maravilhada e com os olhos marejados. Eu não estava sozinha.

Adentrei a sala novamente a procura de Juliet.

— Sara! — disse e eu corri em sua direção.

— Mary vai realizar o ritual a beira do rio. Pensei que você talvez quisesse.... ir até lá. — disse, arqueando as sobrancelhas.

— Claro. Vamos. — respondi rapidamente assentindo.

As três bruxas que haviam morrido, de uma forma ou de outra, havia minha culpa.

— Vamos pela porta dos fundos. — explicou, me guiando e eu a segui.

Passamos por várias áreas que eu desconhecia da casa, que Juliet havia se certificado que era seguro, e saímos nos fundos da casa. Uma área que havia alguns súcubus e íncubus, porém a concentração era menor.

Caminhei assentindo para todos que me olhavam com esperança no olhar. Mary, estava a beira do rio de pé com os três corpos levitando a sua frente. Várias pessoas participavam e eu deduzi serem amigos ou parentes.

— Obrigada por ter vindo. — ela sorriu com os olhos marejados.

O sol refletia na água, deixando a mesma cristalina.

— Estamos diante da natureza, para entregarmos de volta uma filha que cumpriu a sua missão. — ela fechou os olhos, estendendo as duas mãos sobre os corpos e dizendo algumas palavras em outra língua. — Assim como vieram pela natureza, irão embora pela mesma. Sigam em paz! — o fogo surgiu sobre seus corpos enquanto as pessoas fitavam tudo perdidas em seus pensamentos. O vento fresco levava aos poucos os vestígios dos corpos... e eu fitava tudo, ansiosa e ao mesmo tempo aflita. Estávamos em guerra.

------------------------------------------------------------------

PESSSOALL!

Sarita e os pessoal vão sair da Nova Zelândia e ir direto para StepFord!

E vocês acham que vai acontecer o que??? Quais são suas expectativas???

Não se esqueçam de comentar... e de votar!

Logo logo estarei de volta!

Abraços! <3

Noites SombriasOnde histórias criam vida. Descubra agora