55 - Despedidas

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— Não! — Miguel me segurou com firmeza. Eu queria correr na direção de Josh, e ajudá-lo.

Minhas pernas estavam trêmulas e eu tentava controlar meu choro compulsivo.

— ME SOLTA! — repetia urrando de raiva enquanto lutava em seus braços.

Miguel me jogou contra o chão, e eu cai rolando  virando meu rosto para fitar sua face, eu não conseguia reconhecer sua face angelical. O Miguel, pelo qual eu havia me apaixonado, havia ido embora. Ele me fitava com um nojo e desprezo no olhar. Com uma superioridade e fúria.

— PAREM DE LUTAR!  ordenou e as pessoas o fitaram assustas. Procurei Juliet que nos olhava com os olhos arregalados.

Ela queria me dizer alguma coisa, eu via em seu olhar assustado, enquanto eu tentava me equilibrar em pé.

  — Faça. — ordenou Miguel, fitando o homem que segurava Josh.

O homem cravou a faca na sua barriga e Josh caiu no chão urrando de dor. Como um esqueleto magro ele se contorcia, sujo e completamente cheio de hematomas.

— NÃO! NÃO! — urrava vendo ele sofrendo. — PARA! JOSH!!!!! — meus gritos agonizantes ecoavam por todo o salão. Miguel me segurava com força pela cintura enquanto eu caía de joelhos ao ver Josh parar de lutar.

As lágrimas saiam de meus olhos e eu sentia que estava sendo cortada por milhões de facas. Estava muito angustiada e ao mesmo tempo, era como se um buraco negro estivesse sido aberto bem debaixo de meus pés.

— Você o matou! — urrava tentando me debater contra ele que somente me segurava sem expressão.

— Olha o que o amor é capaz de fazer com as pessoas. — disse friamente.

— AMOR? — cuspi em sua cara.  Estava descontrolada. — LAVE SUA BOCA SEU FILHO DA PUTA!!

Tomei minha faca em mãos cravando em seu corpo, vendo o mesmo cair no chão sem lutar. Ele se afogava em seu próprio sangue enquanto eu o perfurava. Estava tomada pelo ódio e pela mágoa. Cada vez que eu o fazia eu me lembrava dos nossos momentos bons. Uma mistura de decepção e dor dominavam minha mente. Assim como a vingança e razão sussurravam em meus ouvidos.

Era como se tudo havia desaparecido a minha volta, e eu o perfurava mesmo vendo ele não lutar.

— DESGRAÇADA! — o homem me chutou para longe. Ele se transformou em um lobo e correu em minha direção, pronto para me atacar. Protegi meu rosto com o braço, e o lobo cravou seus  dentes em meu braço. 

A principio a dor foi me dominando aos poucos. Cada parte do meu corpo ardia, e doía, fazendo eu desejar pela morte. Tudo se tornou escuro aos meus olhos. Eu não conseguia mexer meu corpo, como se estivesse presa na escuridão. Eu queria gritar. Queria chorar. Queria deixar tudo o que eu estava sentido. Mas era em vão.

— Filha... tá tudo bem. — minha mãe se ajoelhou ao meu lado com os olhos alegres. — Você fez tudo como deveria ter feito.

— Eu sinto sua falta. — disse, chorando. Eu não me lembrava do quanto ela fazia falta em minha vida. 

— Eu também. — ela sorriu, acariciando meu rosto.

— Minha querida menina. — John apareceu como uma fumaça ao meu lado. — Como você cresceu....

— John. Me ajuda. — implorei soluçando. — Isso dói. Tira essa dor de mim. — eu sussurrei, levemente calma e alegre com a sua presença.

Meu braço doía como se alguém estivesse o rasgando a cada segundo.

— FAÇA PARAR! — implorei me descontrolando.

— Calma! — Dayse sorriu ao meu lado. — Calma. — seu sorriso era angelical. — Vai passar...

Eu tentava me levantar, mas eu não conseguia. Meu corpo estava imóvel. O que estava acontecendo?

— TIRA! — IMPLOREI. — EU NÃO AGUENTO! — a dor estava em meu cérebro. Queimando cada neurônio.

— Vai ficar tudo bem. — Elena sorria. — Eu estou aqui.

Eu trinquei meus dentes tentando não gritar mais. A dor estava em cada uma de minhas veias, me queimando e me perfurando profundamente.

— Calma, Sarinha! — Victor sorria do meu lado. — Vai passar.

— ME MATE! FAÇA ISSO PARAR! — implorava sem conseguir me controlar. A dor havia alcançado um grau muito grande.

— Sara. — Miguel sorriu ao meu lado.

— SAIA DAQUI! — urrava. — Isso é sua culpa!

— Me desculpe. — ele acariciava meus cabelos e eu não podia fazer nada para impedir. — Eu sempre te amarei. — sua voz estava embargada e seu rosto havia voltado a ser angelical como sempre deveria ser.

E ele sumiu em meio escuridão.

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