Noites Sombrias

22 - Fúria

— Eu. Não. Sei. De. Nada. — rosnou.

E eu sabia que ela mentia.

Me levantei a analisando  por alguns breves segundos. As suas atitudes mostravam que ela mentia, afinal ela havia fugido. Estava vigiando a casa da Elena, ou quem estava lá.

Ela se levantou ainda receosa, com as vestes sujas de terra e folhas.

— D-I-G-A — quase soletrei tentando controlar minha raiva.

A menina começou a recuar com os lábios trêmulos. Ela estava querendo fugir, ela sabia de algo e preferia não me contar.

— Eu avisei! — Joguei ela contra o chão, a pegando de surpresa, e sentei em cima das suas costas, esfregando seu rosto contra a terra. — Eu vou te matar, sua vadia. — avisei, vendo ela lutar para se levantar. — RESPONDA! — gritava. Ela tentava se levantar, me golpear, sair daquela situação de qualquer maneira, porém eu estava em vantagem. Ela sabia algo. Mas, ela não contava. Estava disposta a morrer levando o seu segredo.

Virei seu corpo para mim, e golpeei-a no rosto impulsionando toda a minha força. Seu rosto estava coberto de sangue, saliva e terra.

E quanto mais eu batia, mais eu sentia vontade de bater. Mais eu desejava ver seu sangue ali. Meu braço não se cansava e minha fúria só aumentava. "Lembre-se de quem você é" uma voz em minha mente dizia. Ela já não lutava mais.

— FALA! — me preparei para outro golpe com um certo receio. Eu não queria matá-la. Ela estava com seus lábios cortados, e chorava. Eu hesitava esperando uma resposta.

— Lion. — ela cuspiu sangue.— Ele quer saber o que você anda fazendo. — sua voz estava fraca e ela parecia se afogar com o ar.

Ela tentou levar sua mão até sua cintura, lá, ela tinha um pedaço de madeira com uma corrente presa na ponta. Vendo que ela queria era utilizar aquilo contra mim, fui mais rápida e a desarmei. Meus sentidos estavam muito aguçados.

— O que ele quer? — indaguei contendo a raiva para mim. Eu queria matar ela ali, naquele momento, só por ela ter pensado em me golpear.

— Não sei. — ela tossiu. — Só sei que ele vai entrar em contato com você.

Fitei a minha volta. Aquela floresta estava silenciosa... silenciosa de mais. Alguém mais estaria ali?

Josh chegou me olhando assustado. Seus olhos escuros estavam arregalados e ele olhava a menina sem entender.

— O que aconteceu? — indagou engolindo em seco.

— Lion. — respondi.

Eu precisava fazer algo com ela. Depois do que fiz com ela, com certeza ela iria querer se vingar. Porém, eu não tinha nenhuma arma para tirar a sua vida. Talvez, se eu interrompesse a circulação de seu corpo torcendo seu pescoço funcionaria. Eu precisava ser rápida e sabia disso. Ela estava se curando e voltaria a ficar forte. Decidida, comecei a caminhar em sua direção ignorando os barulhos e vozes. Era como se meu corpo concentrasse em seu pescoço, que pulsava de medo.

— O que você vai fazer? — ela gritou. — Eu te contei!

— Sara? — Josh me chamou e eu preferi não ouvi-lo. Graças a bondade dele eu havia me tornado isso, foi ele quem deixou Mika ir embora e armar tudo isso contra mim.

Olhei dentro dos seus olhos, eu precisava falar alguma coisa? Ela estava assustada, com muito medo. E se eu fizesse como havia visto nos filmes? Talvez iria aliviar a sua dor. Eu me divertia vendo ela assim.... isso era confortável.

— Olhe dentro dos meus olhos. – afirmei, vendo ela me olhar com os olhos arregalados tentando recuar. Tudo que eu sabia era que eu precisava interromper a circulação do seu corpo, e logo em seguia a arma dela se tornaria leal a mim e eu acabaria com ela de vez. — Tudo ficará bem... não vou te fazer nada.— avisei, segurando seu rosto com firmeza. Eu não estava assustada, não estava com medo. Eu estava realmente bem. Torci seu pescoço sentindo e escutando o estalo. Empurrei seu corpo já sem vida contra o chão e me levantei indo em direção a sua arma. Josh olhava tudo muito surpreso, como se estivesse sem reação.

— SARA! — chamou e eu o ignorei.

Ela ainda não estava realmente morta.

Peguei a madeira com a corrente. Como isso funcionaria? Isso iria aprender na prática. Mirei no seu pescoço e a golpeei. A corrente se transformou em uma cobra negra e cravou suas presas em sua pele, cortando seu pescoço. Vi o veneno sair dos seus dentes. Foi o seu fim. O corte em seu pescoço transbordava seu sangue e eu conseguia ver algumas de suas veias escuras.

Agora a sua arma pertencia a mim. Eu sabia que era muito importante, afinal, é só com uma arma enfeitiçada que posso matar de vez um demônio ou o causar uma dor para que eu possa o golpea—lo. Era mágico ver como a corrente havia se transformado em um cobra... pegajosa, fria e escura. 

Fitei Josh que me olhava ainda surpreso. Eu não sabia como estava a minha expressão, afinal, eu estava calma. Foi necessário, não queria mais inimigos em minha vida.

Meu celular tocou e eu sabia quem era de alguma maneira. Era como se eu sentisse que ele estivesse assistindo tudo isso.

— Lion.

— Vejo que você matou uma de minhas companheiras. — sua voz era grossa e irônica.

— É isso que acontece quando tocam em quem eu me preocupo. — respondi, tentando ser o mais irônica possível. Fitei Josh, esperando ele entender o que havia acontecido ali. Eu só havia me defendido e defendido quem eu me preocupava.

— Quero fazer uma troca com você. — respondeu ignorando minha fala.

— Diga. — respondi e me afastei de Josh por precaução. Ele tinha os sentidos aguçados feito o meu e poderia escutar. 

— Eu quero o Josh em troca de seu pai. — foi direto ao assunto.

E então eu analisei Josh da cabeça aos pés. Digamos que seria uma troca justa.

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VOLTEI, bem rápido não é?

Mas isso é um presente para vocês, afinal a fic está com quase 5K!

MUITOOO obrigado!! Sinceramente, estou muito feliz com isso.

Agora, vamos falar sobre o capítulo.

O que estão achando da Sarinha?

O que vocês acham que vão acontecer?

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E até mais!!