45 - Julgamento

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— Eles querem que eu julgue os crimes cometidos por uma súcubus. Aqui, em washington.

— As coisas estão se tornando cada vez mais séria... como se a cada ano que se passa o medo se vai. — Adrean disse pensativo. — Quais crimes serão julgados?

Li o papel por um momento.

— Aqui não se encontra os crimes. — respondi engolindo em seco.

— Sendo assim... a senhorita só tem uma saída. A morte. Quando não se sabe o que fazer, ela é o fim de tudo.

— O que? — exclamei sem conseguir acreditar. — A morte não é a solução para tudo, ADREAN.

— É assim que é feito durante séculos. E, é assim que você deverá pensar! — respondeu entre dentes. Eu via sua face enrugar e ele controlar a sua petulância.

— N—×O—S—E—D—I—R—I—J—A—D—E—S—T—A—FO—R—M—A—C—O—M—A—S—U—A—RAINHA —  soletrei aproximando meu corpo para mais perto do dele. Eu me concentrava e me esforçava para olhar dentro de seus olhos. Eu precisava ser dura, afinal, eu precisava ser respeitada.

Ele me fitou por um momento com a expressão firme e em seguia fitou o chão:

— Me perdoe... me perdoe.... eu não sei, onde... onde eu tava com a cabeça. — ele se virou e eu mantive minha postura firme.— – É que isso tudo é muito estressante... me perdoe.

— Tudo bem. — disse. — Arrume tudo para a nossa partida.

— Como queira. — assentiu se retirando.

Tudo era muito difícil de se raciocinar. Eles queriam que eu julgasse uma súcubus, isso era algo bom porque reconheciam meu reinado, porém eu não conseguiria agir contra todos os meus ideais. A morte não pode ser a solução para tudo.... e eu precisava agir da forma mais coerente. Porém, eu não sabia as consequências.

                                                                                 §§§

Adrean organizou tudo para que partíssemos ao fim da tarde, como o combinado. Eu não conhecia a cidade e não sabia aonde tudo iria acontecer. Porém, eu tinha uma certeza. Eu iria julgar a menina de uma forma justa. Eu poderia imaginar o que estaria passando em sua mente agora, a angustia e o medo de ver os tais reis e rainhas.

— Até breve, Juliet. — sorri, vendo ela assentir com um sorriso envergonhado.

Eu passava pelo longo salão me lembrando de quando eu havia o visto pela primeira vez. Abarrotado de pessoas que dançavam e bebiam fantasiados com as diversas fantasias. Me lembrei de Victor, que havia sido morto por minha culpa. Fitei o outro salão, com os olhos marejados me lembrando da doçura e grandeza de Elena. Me lembrei do que eu precisei fazer com Miguel, do seu rosto coberto de lágrimas e a sua decepção notável. Lembre-me da crueldade de como Dayse foi morta e do seu sorriso contagiante. De Josh que eu sabia que estava sofrendo pela perda de Elena. Eu precisava ser justa. Em nome de todos aqueles que me rodearam e me rodeavam, que morreram por mim.

Adentrei o elevador iluminado e frio, sentindo um arrepio percorrer todo o meu corpo. Fitei Adrean que fitava o nada perdido em seus pensamentos.

Sai da casa velha, me lembrando de como eu havia chegado e encarado tudo isso. Havia uma sequência de carros escuros estacionados.

— Todos esses carros são para o julgamento? — exclamei assustada.

Noites SombriasOnde histórias criam vida. Descubra agora