Ninguém é de ferro!

137 13 0
                                    

Fiquei atordoada com a imagem de Thomas daquele jeito. Ele estava quase chorando e saiu como uma flecha da sala. Estávamos tão perto e sentir o hálito dele foi tão maravilhoso quanto sentir o melhor dos perfumes. Ele é tão lindo, cheiroso e tem um corpo que me faz suar.

Porque estou pensando essas coisas? Eu não posso! Não posso e não quero! Thomas é passado! Um fantasma que entrou na minha vida de novo pra me atordoar!

Saí da BBO super tarde e não parei de pensar nele. Será que tinha ido pra casa? Será que tinha chegado bem? Ele estava tão fragilizado... Eu sou mesmo uma burra de me preocupar, mas eu sempre fui assim, sempre me doei demais e sempre me ferrei. A diferença é que agora Thomas é meu chefe e eu não sou mais aquela Anna do passado. Agora eu sei me defender!

Resolvi mandar uma mensagem:

Baker, Anna: Chegou bem em casa? Você está melhor?

Mackenzie, Thomas: Sim. Obrigado pela preocupação.

Baker, Anna: Que bom! Nos vemos amanhã!

Ele não respondeu mais. Eu queria mesmo era aparecer naquele apartamento dele e beija-lo sem parar. Só de pensar meu corpo queimava. Se eu não soubesse o quanto ele é bom de cama seria mais fácil, mas eu sei... Eu sei e conheço cada detalhe daquele corpo. Sei como ele me faz sentir.

Levantei milhões de vezes na noite para tomar água e tentar esfriar o calor que me consumia. Eu estava praticamente delirando de prazer, alí, completamente sozinha e o que não deveria ter acontecido, aconteceu.

- Alo?

Atendi o telefone meio atordoada e pensei que estivesse em um sonho quando ouvi a voz dele.

- Anna...

Que voz! Que voz!

- Thomas?

- Desculpe te ligar, mas eu queria desejar boa sorte. Amanhã será um dia importante...

Fechei os olhos e suspirei. Mais um surto de loucura e eu o chamaria para dormir comigo.

- Obrigada...

Foi o que consegui responder.

- Bom, vou deixar você em paz...

Continuei em silêncio, mas fui burra e resolvi falar.

- Paz é uma palavra que não existe pra mim...

Ele ficou em silêncio, mas também resolveu continuar aquela conversa sem sentido.

- Idem...

Idem? Esse "idem" foi tão sexy!

- Porque eu não consigo desligar?

Eu perguntei com os olhos fechados.

- Se eu pudesse voltar no tempo não estariamos tendo essa conversa agora, quer dizer, não por telefone...

Ele disse em um tom triste e continuou:

- Eu estaría aí com você e faria você dormir...

Deus do céu! Eu suava!!!

- Não sei se iríamos dormir...

Falei ainda de olhos fechados. Eu, Anna Baker, perdi todo o meu juízo.

Ouvi uma risada discreta do outro lado da linha e abri os olhos. O que eu fiz meu Deus!?

- Ahm, Thomas, preciso desligar, preciso dormir!

Eu já estava em desespero.

- Ah, sim, claro, nos vemos amanhã cedo... Tchau!

A OraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora