Capítulo 61

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SEM REVISÃO

Mannuella Oliver

Uma semana se passou e eu já havia perdido a conta de quantos orfanatos havíamos visitado só essa semana, íamos sempre no nosso horário de almoço, e cada vez que eu passava por um e não encontrava a tal criança, minhas esperanças só diminuirão. Nesse momento estou fechando a livraria para o almoço a espera de Isa para assim podermos almoçar. Senti um par de braços me abraçar por trás e logo reconheci o toque da mulher que eu tanto amo

- Boa tarde meu amor - virei-me para minha esposa juntando nossos lábios em um beijo calmo

- Boa tarde - respondi ao afastar nossos lábios sedentos - estou morrendo de fome - digo a abraçando

- se não estiver com fome, não é a minha Mannu - me abraçou forte me levantando do chão - Baviera?

- ao Baviera - digo me deixando levar por Isa até o carro

Estávamos agora terminando nosso maravilhoso almoço enquanto o celular de Isabella não parava de vibrar sobre a mesa, algo me chamou a atenção quando observei que o mesmo estava pedindo senha pra assim liberar o teclado

Senha? Sério que ela colocou senha no celular?

- eu poderia saber por que seu celular está com senha Isabella? - indaguei já sem paciência

- não é por nada não amor - sorriu forçado - é que ele fica desbloqueando e ligando para algumas pessoas quando coloco ele no bolso da bermuda

- acha mesmo que vou acreditar nisso Isabella? - afastei meu prato, pois a fome havia passado

- por que não acreditaria? - perguntou cínica - não tenho nada pra esconder

- se não tivesse ele não teria senha - suspirei tentando me acalmar - então tudo bem se eu colocar senha no meu?

- fica a seu critério, mais eu só coloquei pelo motivo que te falei - deu de ombros

- eu não vou nem descutir com você Isabella, só faça o favor de tirar essa porra de senha daí - peguei a chave do carro que Estava sobre a mesa e me levantei - te espero no carro - virei sem esperar por uma resposta

Enquanto caminhava apressadamente pelo estacionamento do restaurante pude observar algumas crianças brincando no parquinho do restaurante mais uma mulher em especial me chamou atenção. Era uma mulher alta e forte, porém ela chorava baixinho e escondido.

Seria intromissão minha ir lá ver o que estava acontecendo com ela?

Pois então, ai estava eu em frente aquela mulher, ela por sua vez nem sequer levantou o olhar para ver quem se encontrava ao seu lado, só observando mais de perto pude notar que a mesma estava grávida

- posso me sentar ao seu lado? - perguntei chamando sua atenção, ela somente assentiu e eu me sentei ao seu lado - por que está chorando? - perguntei com um certo receio

- não quero ele - sussurrou mais pra ela do que pra mim, e se eu não estivesse tão próxima a ela eu concerteza não a ouviria

- não quer quem?

- essa criança que está dentro de mim - e uma dor invadiu meu peito, como uma pessoa pode não querer um filho? Como pode uma mãe não querer o seu próprio bebê? Um pequeno ser indefeso e que não tem culpa de está vindo ao mundo. Minha vontade era de gritar com ela por não querer a criança que vivia dentro dela, pois eu queria a minha filha que não está mais aqui, pois eu quis a minha filha e essa mulher não quer o próprio filho. Mais mantive a calma, talvez ela tenha motivos para não querer o bebê

- por que não quer ele?

- não sei, só não quero, não tenho paciência com crianças, não tenho uma condição financeira lá muito agradável, e eu realmente não quero ele - finalmente pude enxerga o olhar daquela mulher, era um olhar cansado, triste e perdido.

- mais ele é seu filho - indaguei baixinho - é só um bebê

- eu sei - sussurrou - só não quero ele - nesse momento fomos interrompidas por uma Isabella desesperada

- amor por que saiu daquele jeito? Por que não avisou que estaria aqui? Sabe que eu não gosto que ande sozinha por aí

- eu estou bem - levantei ficando frente a frente a ela - só estou conversa com a ..

- Graziela - me cortou

- isso, Graziela - afirmei

- tudo bem, só fiquei preocupada - me envolveu em seus braços e selou nossos lábios em um selinho rápido - não faz mais isso Okay?

- tudo bem

- vocês são casadas? - perguntou Graziela - formam um casal tão lindo - sorriu fraco

- sim, somos - disse Isa sorrindo para a mulher - há dois anos

- que bonito isso - suspirou - vocês tem filhos?

- não - negou Isabella

- sim - afirmei - quero dizer, temos uma filha, porém ela não está entre nós mais - me corrigir rapidamente

- eu sinto muito - falou baixinho

- não prescisa ficar assim, já superamos, ela morreu no parto - sorri sincera para a mulher

- e vocês não pensam em ter outro filho não? - perguntou agora mais leve

- pensamos sim, estamos a procura de uma criança, mais já fomos em tantos orfanatos, e mesmo assim não achamos a criança certa ainda - falei calmamente

- entendi - apenas disse - eu posso ajudar vocês - ela sorriu - eu não quero essa criança, e nem tenho condições pra isso, já vocês querem muito um bebê, porém não acharam, e eu posso dar o filho que você tanto querem - seria errado eu me sentir a melhor pessoa do mundo? Seria errado eu está tão feliz em está tirando uma criança de sua própria mãe?
Eu não sei mais eu estava louca de felicidade.

- você não quer o seu filho? - indagou Isabella perplexa - como não quer o seu filho?

- ela não tem condições amor - tentei amenizar as coisas, pois se bem conheço Isabella, sei que não irá admitir tal ato - ela não tem condições, e não pode ficar com a criança - seu olhar era duvidoso, para o meu azar ela me conhecia perfeitamente para saber que eu estava mentindo

- não me convenceu Mannuella

- ela está falando a verdade - a voz de Graziela nos chamou a atenção - eu não posso ficar com ele, não tenho condições e não posso, agora vocês sim tem condições de criar ele, de dar a ele uma família que eu nunca vou poder dar, eu sei que irão amar o meu filho como se fosse de vocês, por isso eu quero que fiquem com ele - suspirou - vocês querem ficar com ele?

Continua ...

Não Foi Por Acaso (Romance Lesbico) REESCREVENDO Onde histórias criam vida. Descubra agora