Capítulo 64

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SEM REVISÃO

Mannuella Oliver

Estávamos a caminho do hospital depois de muito tentar convencer Isabella que estávamos atrasadas para a visita, pois a mesma insistia em ficar em casa para terminarmos o que segundo ela não tinha acabado

- poxa amor, mais agente nem começou - resmungou Isabella ao meu lado dentro do carro

- Isabella já conversamos sobre Isso, temos que visitar nosso filho - revirei os olhos fazendo a menina ao meu lado bufar - não faz isso sabe que não gosto

- aff, desculpa - revirou os olhos agora - eu só queria terminar o que começamos - insistiu com aquele sorriso safado

- é senhor, me dê paciência - resmuguei - podemos terminar quando chegarmos?

- não era essa intenção, mais como sei que não vou conseguir nada de você agora pode ser - seus baços rodearam a minha cintura - mais quero beijos - e como é de se esperar ela uniu nossos lábios em um beijo

******

Mais uma vez àquela ruim sensação se infiltrava dentro de mim, um misto de medo, dor, agonia e outras más sensações estavam presentes ali.
Assim que chegamos passamos pela recepcionista para fazer nosso cadastro de visitantes

- Boa tarde, em que posso ajuda-las? - uma bela moça morena nos atendeu

- Boa tarde, vinhemos para a vista de Graziela Alves - a moça assentiu atenta a tela do computador a sua frente

- ela não pode receber visitas - sua voz calma fez com que uma horrível sensação me despertasse

- como assim não pode? - indaguei perplexa

- problemas com o bebê, me desculpem

Sabe aquela hora que parece que o chão desabou?
Eu estava assim, sem chão, sem mundo. Agora tudo fazia sentido, aquelas sensações, aquela insônia, aquele medo. Eu deveria ter ficado com o meu filho.

- o que aconteceu com o bebê? - a voz de Isabella era de desespero, seus olhos implorava por uma explicação, seus braços agora rodeavam a minha cintura enquanto eu afundava meu rosto na curva de seu pescoço tentando conter as lágrimas.

- não posso lhes dar essas informações, mais chamarei o doutro que está encarregado do caso - Isabella me levou para longe daquela mulher me fazendo sentar ao lado dela nas cadeiras de espera, eu sentia sua dor, por mais que ela não demonstrasse eu podia sentir o sofrimento dela.

- me perdoa - um sussurro escapou de seus lábios - levantei meu olhar a procura do seu e ele estava tão distante que doeu em mim vê-la tão triste

- a culpa não é sua - a abracei fortemente - não repita isso, você não tem culpa - seus pequenos braços rodearam minha cintura
Me trazendo a paz que eu tanto precisava

Os minutos se arrastavam e nenhuma notícia do meu bebê havia chegado ainda, eu estava aflita e a ponto de arrumar uma confusão quando um senhor de jaleco Branco e com enormes óculos se aproximou

- parentes de Graziela Alves?

- sim - minha resposta saiu eufórica - pelo amor de Deus doutor diz que está tudo bem com meu bebê ?

- infelizmente as notícias não são boas, o recém nascido ao ser amamentado pela mãe caiu da maca e fraturou a cabeça, e passou por uma cirurgia bastante complicada, mais ficará em observação pois ele deu coágulo na cabeça, eu sinto muito

Sabe aquela hora que você pede aos céus que te levem?
Aquela hora que você não se cansa de perguntar por que o mundo conspira contra você?
Naquele momento eu já havia me feito todas as perguntas do mundo e as respostas nunca chegavam, meus joelhos já se encontravam ao chão minhas lágrimas já inudavam meu rosto sem permissão. Meu coração doía e eu não entendia o por que daquilo está acontecendo comigo. Já não bastava tudo que já passei nessa vida? Não bastou a morte da minha filha que nem ao mundo pode vim? O que mais eu perderia? O que mais aconteceria nisso que eu insisto em chamar de vida. Minhas perguntas mais uma vez estavam sem respostas

Não Foi Por Acaso (Romance Lesbico) REESCREVENDO Onde histórias criam vida. Descubra agora