- Bom dia, mãe!
- Bom dia, querida! Você está linda! Você é mesmo o nosso tesouro! Tome seu café. – a mãe se derretia em cuidados, mas não tinha a mesma paciência com a cachorra.
- Venha Champanhe! Venha comer no quintal que é lugar para os bichos! – Dona Inês ia espantando a cachorrinha para a cozinha.
- Calma mãe! Champanhe não é um bicho qualquer. Ela é minha filhinha, não é filha? – dizia isso para a cachorra que abanava o rabo sem parar e tratava de se enfiar debaixo da mesa, aos pés de Egydia.
- Assim você me desautoriza Egydia! Está acostumando mal a cachorra!
- Já, já a levo, mamãe, fique tranquila.
Egydinha sorria calmamente para a mãe e esta saía sem mais argumentos.
- Pronto Champanhe, agora me deixe comer!
Egydinha olhava tudo na mesa, como sempre mesa farta, flores, jarra com água, frutas, bolos. Ela começava pelo bolo de fubá, seu preferido no café. Gostava de frutas. Beliscava uma aqui, outra ali, mas não comia muito não. Dizia que era para não engordar.
Logo aparecia uma das empregadas para dar uma olhada na menina. Era tanta formosura! E a roupa? Qual seria que ela estava vestindo naquele dia?
Egydinha percebia tudo isso, mas muito discretamente sorria para todas e as tratava muito bem.
-Bom Dia Sinhazinha. Trouxe seu suco de laranja. - disse Ciça, a ajudante de cozinha.
- Bom Dia Ciça. Das Dores caprichou nesse café eu não resisti. Esse bolo tá uma delícia.
- Ela vai gostar de saber que sinhazinha comeu do bolo. Deixa eu ajudar ela, senão Dona Inês me grita.
Quando Ciça ia saindo...
- Ciça, pode levar Champanhe. Mamãe a assustou. Vá filha, vá com a Ciça. - disse Egydinha
A cachorra obedecia prontamente.
Ciça fazia o nome do Pai as escondidas, achava isso muito esquisito. Como a cachorra obedecia a Dona Egydinha de fala mansa em vez da voz áspera de Dona Inês? Tratava de levar o animal para o quintal.
Dona Inês entra senta à mesa. Quer provar da tapioca na manteiga e tomar um cafezinho.
Egydia aproveita estar só com a mãe na sala e pergunta mais uma vez:
- Ele tem quantos anos mesmo?
-Ele quem?
- O senhor Rudolf mamãe.
- Ora Egydinha, o que importa isso? Ele é rico e vai poder lhe dar o luxo que tanto merece.
- Mas quantos anos ele tem? Insistia ela.
- Eu lá sei. Eu lá sei...
- A senhora sabe que ele é viúvo, não?
- É verdade. Seu pai contou que ele perdeu a esposa no primeiro ano de casamento. Foi assim de repente. A moça se sentiu mal e quando o médico chegou nada pode fazer.
- Mas ela só tinha 19 anos, não é mesmo?
- Ora filha, você não vai se impressionar com isso vai?
- Eu deveria?
A mãe fica sem saber o que dizer. Mas que mania dessa menina de ter sempre respostas diferentes das imaginadas!
- Mãe, por que não quer me dizer a idade do meu futuro noivo?
- Ele deve ter... Um pouco menos que seu pai, eu acho.
- A senhora quer dizer um pouco mais. O papai tem 42 anos e o Doutor Rudolf 44? Certo?
- Você acha isso filha? Deve ser o trabalho. Ele é um homem importante, trabalha demais da conta! Deve ser só aparência!
Egydinha respondia secamente e educada para encerrar o assunto:
- É mãe, deve ser!
A mãe saía apressada para a cozinha, ia ver qualquer coisa. Sabia que a filha era gentil e discreta e acabaria por entender que a idade de um homem não é o atributo mais importante, principalmente quando o assunto era casamento.
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Egydinha
Любовные романыA história se passa no Rio de Janeiro no início do século XX. Com apenas dezessete anos, uma jovem é obrigada pelo pai a ficar noiva de um homem estrangeiro rico que veio trabalhar numa indústria no Brasil. Os negócios da família vão mal e ela sofr...