Meio-Dia e doze minutos a hora precisa que Dona Inês retornava a casa acompanhada de Tobias. Encontrou a filha e a sobrinha na sala ansiosas por alguma notícia.
- Minha filha querida as notícias não são boas. O Arthur foi encontrado caído aos pés de uma escadaria de Santa Tereza.
- E como ele está tia? - perguntou Ruth, já que Egydinha parecia temer falar qualquer coisa.
-Meu Deus! Como eu vou dizer isso? Ele...ele morreu.
Egydinha soltou um grito de dor.
-Não!!!!!
- Calma minha filha!- Dona Inês foi até Egydinha e segurou firme as mãos da filha, enquanto dizia:
- Precisamos ser fortes. A família está inconsolável. Seu pai ficou lá. Tobias me trouxe.
Dona Inês abraçava a filha como a um bebê. Egydia sentia-se trêmula, em choque. Era demais para ela. Tinha passado do céu ao inferno.
- Diga alguma coisa filha, por favor.
- Tem velório? - Ruth perguntava baixinho.
- Às 17: 00 horas. Mas eu não sei se Egydinha deveria ir.
- Eu vou sim.- Egydia se pronunciava com uma voz entrecortada mas firme.
- Eu preciso me trocar para ir ao velório.
Egydinha saiu para o quarto seguida pela fiel cachorra.
- Penso que ela está em choque. Por favor Ruth vá atrás dela.
- Sim tia já estou indo.
- Tobias você pode nos acompanhar?
- Sim, só o tempo de tomar um banho e comer alguma coisa Dona Inês.
- Isso. Eu também preciso de um banho e de coragem para enfrentar tudo isso.
- Dona Inês! Doutor Rudolf esteve aqui. - disse Das Dores.
- Então ele voltou! Menos mal eu acho.
Dona Inês saiu e Das Dores chegou perto do filho e falou:
- Tobias, meu filho você não faz ideia do que aconteceu nessa casa agora de manhã.
- Como assim mamãe?
- O noivo de Egydinha. Esse Doutor Rudolf botou as garras de urso de fora! Venha até a cozinha que lhe conto tudo.
No quarto de Egydinha
- Por que você não chora um pouco? Talvez fosse melhor...
- Agora não Ruth, Arthur precisa de mim. Quero ser forte por mim e por ele. Você não entenderia, mas eu sinto que essa morte foi um assassinato e se é como estou pensando... Eu não tenho tempo para choros e sim para agir.
- O que acha desse vestido e desse chapéu?
Egydinha se olhava no espelho com o vestido sobre o corpo.
- Ficará bem Egydinha.-disse Ruth.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Egydinha
RomanceA história se passa no Rio de Janeiro no início do século XX. Com apenas dezessete anos, uma jovem é obrigada pelo pai a ficar noiva de um homem estrangeiro rico que veio trabalhar numa indústria no Brasil. Os negócios da família vão mal e ela sofr...