Ruth se aproximou de Dona Inês
- Quero agradecer tia por toda sua compreensão. Eu tenho certeza que Tobias será um cavalheiro enquanto for seu hóspede.
- Assim espero! - disse Dona Inês
E antes de sair, olhou para a filha e disse:
-Depois continuamos nossa conversa mocinha.
Ruth respirou aliviada, mas Egydinha continuava parada sem reação. Nada tinha falado e seu olhar estava distante e triste.
- O que você tem? - disse Ruth
- Eu disse que já tinha conhecido Arthur antes dele vir no jantar aqui em casa. Ela me fez prometer que não o veria mais.
- Mas você prometeu?
- Eu não tive tempo, você chegou com esse seu jeito e ...
- E te salvei...Isso sim! Você não pode prometer uma coisa que não irá cumprir. É a sua vida prima, sua felicidade talvez. Eu penso que você terá que decidir isso por você mesmo.
Ciça entra nesse momento e trás a correspondência
- Algum postal pra mim, Ciça?
- Eu ainda não sei lê direito, mas sua letra E tá aqui nessas duas cartas.
Egydinha percebe ser um postal de Arthur e o esconde entre os seios antes da mãe entrar na sala de novo.
- Recebeu algum postal de seu noivo? perguntou a mãe.
- Não, esse aqui é da nossa professora Flora do Sion. Ela nos convida para o almoço filantrópico do mês de agosto. Lá em Petrópolis.
- Deixe ver! - disse Dona Inês puxando o postal das mãos da filha como a desconfiar de algo.
- Nós recebemos no dia que vim para o Rio. Será dia 17 de agosto. Uma quinta-feira. - completou Ruth
Ouviu-se o som do sino do portão e Ciça foi atender.
Ciça entra agitada na sala
- O filho de Das Dores chegou Dona Inês. Ela mandou avisar a senhora.
- Vamos até lá mamãe!
- Vamos dar as Boas Vindas tia!
- Está certo, vamos!
Ciça estava atrás de Ruth e falou baixinho:
- Eta moço lindo esse seu Tobias!
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Egydinha
RomanceA história se passa no Rio de Janeiro no início do século XX. Com apenas dezessete anos, uma jovem é obrigada pelo pai a ficar noiva de um homem estrangeiro rico que veio trabalhar numa indústria no Brasil. Os negócios da família vão mal e ela sofr...