Egydia estava muito apreensiva sem saber como ia fazer para encontrar com Arthur.
Ruth teve a ideia de pedir ao Senhor Otávio para deixar as duas irem lanchar na Colombo. Ele poderia buscá-las mais tarde. Dona Inês a princípio não queria concordar, mas Ruth a convenceu dizendo que levaria Ciça como Ama e que nada aconteceria com as três. Era apenas uma saída para comemorar a vinda de Ruth e a juventude das moças.
Dona Inês riu do jeito de convencer da sobrinha. Ela parecia tão inteligente e aplicada em tudo que era difícil para ela negar um pedido de Ruth.
Elas caminharam até a rua principal como para tomar o bonde e tiveram que esperar Arthur aparecer na esquina. Ciça foi até ele e após informá-lo do plano para que eles se encontrassem retornou para as meninas e juntas pegaram o bonde, o mesmo que Arthur entrou logo atrás fingindo nada saber.
Assim que entraram na Confeitaria e sentaram numa mesa, Arthur se aproximou
- Eu posso me sentar com as senhoritas?
- Claro que não Arthur! Isso seria comprometedor. Alguém das relações de meu pai ou de Rudolf poderia vê-lo e contar...
- Calma Egydinha. Eu penso que não nos arriscamos por nada. - então Ruth concluiu
-Você pode ir passear um pouco lá fora com Arthur e eu fico aqui com Ciça a sua espera. Vocês tem uma hora só para vocês. Tio Otávio virá nos buscar daqui a uma hora e meia.
- Eu não lhe apresentei Arthur, essa é minha prima Ruth
- Bem vinda Ruth, pelo jeito temos mais uma aliada - disse Arthur
-Acho que é melhor vocês se apressarem, senão vão ficar pouco tempo juntos.
Foi assim que naquela noite de sábado Arthur e Egydia puderam viver uns momentos de amor
- Onde você está me levando? - disse Egydia
- Vamos dar uma volta de charrete meu amor. Assim poderemos ficar juntos sem os olhares maliciosos de qualquer pessoa.
Um pouco chocada com a proposta, mas cheia de curiosidade e desejo, Egydinha resolveu subir na charrete de aluguel e lá eles se beijaram e trocaram juras de amor.
Uma hora depois
- Egydinha já deveria ter voltado - disse Ruth
- Sinhazinha está demorando muito mesmo. E agora? Se o Senhor Otávio chegar?
Ruth ia responder, mas ficou pálida, acabara de ver o tio entrar no restaurante e ele procurava por elas.
- Ele já chegou e vai nos ver aqui. Preciso pensar numa desculpa...
- Vige Nossa Senhora ele tá vindo pra cá!
Ruth pensava em dizer que Egydinha tinha ido ao toilete, mas não precisou mentir porque naquele exato momento Egydinha retornava ao estabelecimento e vinha logo atrás do pai.
- Oi meninas! Onde está Egydinha? - perguntou Senhor Otávio
- Atrás de você papai. Tinha ido ao banheiro.
- Bom, preciso pagar a conta de vocês. - disse meio sem graça Senhor Otávio, parecia perceber que a filha estava um pouco mais agitada do que era normalmente
- A conta já está paga tio. - disse Ruth
- Hoje foi por minha conta. Meu pai me deu dinheiro para gastar aqui na Capital.
Ruth já se levantava e dava o braço ao tio o encaminhando para fora do restaurante.
Ela temia que ele percebesse que na mesa havia apenas duas xícaras e não três.
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Egydinha
RomanceA história se passa no Rio de Janeiro no início do século XX. Com apenas dezessete anos, uma jovem é obrigada pelo pai a ficar noiva de um homem estrangeiro rico que veio trabalhar numa indústria no Brasil. Os negócios da família vão mal e ela sofr...