Coffe?

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Ele pov

Cheguei perto do curso da Babi e fiquei estacionado um pouco distante. Mandei uma mensagem para ela avisando onde estava e qual era meu carro. Já estava escuro quando ela finalmente saiu na porta, carregando alguns livros e a mochila azul. Sai do carro e dei a volta para recebe-la e colocar seus materiais no porta malas.

- Oi - Ela chegou sorrindo.

- Olá.

- Então, para onde vamos?

- Acho que o lugar que você quer tanto descobrir, está fechado a essa hora. Mas como prometido, vou te levar na minha cafeteria favorita.

- Oba! Estou necessitando de uma bebida quente. - Ela disse esfregando uma mão na outra enquanto sorria. Acho que eu estava começando a entender essa mulher.

Mal liguei o carro e ela já começou a mexer no som.

- Desculpa, eu tenho mania de mexer em qualquer som de carro, tanto para conhecer o gosto musical do motorista, quanto pelo meu vício musical de sempre conhecer coisa nova.

Eu ri. Ela era adorável!

- Tudo bem. E ai? Aprovado?

- Não.

Olhei para ela sem entender. Ela começou a rir da minha cara de assustado.

- Desculpa, é que você escuta muita coisa que nunca ouvi falar.

- Sério? Achava que jornalistas de música conheciam todas as músicas do mundo.

- Primeiro: eu não sou jornalista. Segundo: Acho que isso é meio impossível.

Ela riu. Ou melhor, gargalhou, fazendo com que o som no carro ganhasse um tom muito mais bonito do que a música.

- Tudo bem. Pode deixar, vou te mostrar tudo que toca aqui nas rádios.

- Vou adorar!

Trocamos um olhar cúmplice. E mais uma vez, eu vi aquele brilho diferente em seu olhar. Alguma coisa tinha sim mudado, e eu não tinha certeza nem se ela sabia o que era.

Estacionei o carro na porta do café. A fachada era rústica e tipicamente alemã. Nessa hora eu sabia que vinham poucas pessoas, então mesmo que eu fosse reconhecido, havia grande chance de ser deixado em paz.

Ela vestia a mesma jaqueta marrom do dia que a encontrei na padaria, mas hoje usava um gorro azul. Fiquei parado a observando analisar o lugar.

- Acho que nunca estive em um lugar tão alemão.

- Ótimo! Era essa a minha intenção.

Entramos e escolhi uma mesa mais ao canto. Ao fundo, tocava uma música que lembrava o clima medieval. Pensei que não podia ser melhor.

Ela pediu um chocolate quente e eu, um café. Não sei se deveria tomar café a essa hora, considerando que assim que chegasse em casa, precisaria de dormir. E algo me dizia que isso não aconteceria tão cedo.

Ela me olhou com um olha desconfiado, e eu tinha certeza que ela não estava demonstrando tudo que passava em sua mente.

Ela pov

Estar com Mario me fazia sentir em casa como há muito tempo não sentia. O que era bem estranho, considerando que nem se quer o conhecia de verdade. E ali, naquela mesa em um café no centro da cidade, ele não parecia um campeão do mundo. Parecia apenas um cara da minha idade, disposto a fazer amizade com uma estrangeira perdida em seu país. Sem querer eu sorri e desviei o olhar.

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