On the road

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Ela Pov

Já tinha quase um mês do final do meu curso. Adiei a minha passagem de volta para o Brasil por tempo indeterminado. Depois do dia no shopping, acabei me aproximando mais ainda de Louise, mesmo quando ela voltou a Dortmund.

Pensei em procurar um apartamento, mas Mario falou que era mais logico me mudar para o dele. Todo mundo falou que era loucura, a Duda chegou a perguntar se teria que voltar a Alemanha para colocar algum juízo na minha cabeça, porém, por mais estranho que fosse, Gustavo concordou e segurou a minha amiga no Brasil.

Também tive bastante tempo para conversar com o Henri. E após muita discussão, finalmente consegui trazer o site de volta às minhas mãos, fora de qualquer patrocinador.

- Bárbara, você é louca de fazer isso. Vai mesmo perder o trabalho da sua vida?

- Olha, Sr Meirelles, não estou jogando fora nada do que fiz, estou apenas pegando de volta o que sempre foi meu. Eu criei o site, ele está no meu nome, e isso significa que eu posso fazer o que quiser com ele. E isso inclui acabar com o vínculo com a gravadora, assim como seus estagiários.

- Mas ele é o maior site do Brasil. Como você pretende mantê-lo da Alemanha?

- Vão ter outros sites. O meu foi apenas o primeiro. Tenho certeza que o senhor, melhor do que ninguém, vai saber arrumar isso.

E depois de pedir o meu irmão para conversar com alguns advogados, passar tudo oficialmente para meu nome e reformular a página, meu site voltara a ser o que era ainda no início: um pequeno blog onde era meu espaço para falar o que quisesse.

Lucas, amigo do Gustavo e web designer, sugeriu que o My Songs My Live se chamasse Babi Vasconcelos, e agora eu não escrevia apenas sobre música, mas também sobre morar fora do país, cursos de línguas e futebol. E como era minha própria chefe, fazia meus horários.

O único problema, era que não tinha mais patrocinadores. E sem eles, também não tinha renda própria. Precisava arrumar um trabalho fixo, e não apenas os bicos de fotografa que ia fazendo por aí.

Sempre que ia aos campos, tirava foto da torcida, dos jogadores, e estava começando a fazer um pequeno álbum sobre futebol. Quando Mario viajava, eu aproveitava para escrever meu livro, e agora estava quase concluindo.

O clima também estava esquentando, e isso significava várias atividades ao ar livre. E menino Mario Götze era simplesmente apaixonada por elas.

Essa semana não tinha sido nada fácil para ele. Não queria me vangloriar, mas sabia que os únicos sorrisos que ele dava, era quando eu estava por perto. Não via a hora dele resolver logo essa história do time, a cada dia que passava ele se sentia pior ali dentro. Henri havia sumido por duas semanas, mas sabíamos que ele estava arrumando propostas e tentando achar soluções.

No final de semana Mario teria folga, e como elas eram extremamente raras uma vez que a maioria dos jogos acontecia aos sábados, foi minha vez de arrumar uma surpresa.

O sábado amanheceu com um sol que clareou todo o quarto. Mario ainda dormia, e fiquei observando como que ele parecia estar em paz ao meu lado. Estava deitado de bruços e seu rosto virado na minha direção. Dormira sem camisa e fiquei analisando suas costas bem definidas, a vontade de passar as mãos pelo seu corpo era grande, porém preferi deixa-lo dormir. Descansar enquanto podia.

Levantei e fui preparar um café da manhã diferente. Fiz um planejamento para passarmos o dia longe. Ele merecia um pouco de tranquilidade. Não conseguia nem pensar como deveria ser ir trabalhar em um lugar que as pessoas claramente não te queriam ali e você não podia simplesmente sair pela porta da frente.

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