Don't do this again

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Ela pov

Eu poderia dizer que lembro de tudo que aconteceu, mas a verdade é que não tenho ideia. Disseram que eu não havia desmaiado, mas o choque havia apagado a minha memória. Não iria reclamar com o meu cérebro. Não dessa vez.

O outro veículo havia furado um sinal e acertou a lateral do carro ao lado do passageiro. Para a minha sorte. Com o impacto eu girei na pista. Logo veio o corpo de bombeiros e fui levada ao hospital. Não me lembrava do trajeto. Dos exames. Nada.

A única coisa que passava pela minha cabeça era ver o Mario. Parecia que eu era um robô que apenas fazia o que me mandavam. Por sorte eu não havia machucado. Talvez ficaria com o pescoço dolorido por alguns dias por causa da colisão, mas nada que alguns analgésicos não resolveriam. Entretanto passaria aquela noite no hospital em observação.

- Barbara Vasconcelos. Onde ela está?

Escutei a voz do Götze na recepção. Não queria nem ouvir a bronca que ele ia me dar por ter estragado o carro dele.

Tentei levantar da cama e gritar que eu estava aqui, mas com o mínimo movimento que fiz, a tontura veio.

Mas ele não demorou a aparecer na porta do quarto com uma expressão mais assustada que eu já tinha o visto. Trocamos um olhar que durou milésimos de segundos. Logo ele estava me abraçando pela cintura e chorando quando a minha barriga. Nunca o tinha visto tão desesperado.

Passei a mão por seus cabelos o acariciando.

- Ei, está tudo bem.

Ele virou o rosto de forma a olhar nos meus olhos.

- Eu fiquei com tanto medo.

- Eu também. Mas está tudo bem. Eu estou aqui.

- Graças a Deus. Não sei o que eu faria sem você Babi. - Ele voltou a me abraçar e ficamos ali, ele deitado contra minha barriga e eu acariciando seus cabelos, até que o médico chegou para fazer a última visita da noite.

Eu odiava hospitais. Principalmente passar a noite em um. Estava louca para chegar em casa, deitar na minha cama e dormir ao lado do meu namorado. Mas olhar para ele dormindo na cadeira do hospital me acalmava, e a única coisa que eu conseguia fazer era agradecer.

Agradecer por estar viva, por estar aqui, por ter um namorado maravilhoso e finalmente me senti em paz. O que ele resolvesse, eu iria apoiá-lo. Queria uma carreira própria, mas qual o problema de prorrogá-la por alguns meses? Eu tinha 22 anos, e se tinha uma coisa que ainda era permitido era que eu me desse tempo para escolher o que queria.

Tinha meu livro para concluir, mandar para uma editora. Já tinha inclusive recebidos algumas propostas de editoras brasileiras e alemãs (não iria negar que o fator namorada do Mario Götze não influenciava, mas dessa vez eu não iria reclamar. Dessa vez.)

Outra coisa que eu faria seria aceitar a proposta da Lou. Iria até Dortmund fazer as fotos. No mínimo teria um dia divertido.

Mandei uma mensagem para minha amiga para avisar que estava tudo bem e que aceitaria a sua sugestão.

Ao pegar meu celular vi que haviam mensagens de todo mundo. Da Lou, da Duda, do Marco, do Müller, do Basti, do Mats e até da Marie, quem eu não via desde o final do curso. Achava que ela tinha voltado para a França, mas não fazia ideia. Tudo que eu sabia era que ela estava com um namorado misterioso.

Primeiro mandei uma mensagem no grupo da família contanto o que tinha acontecido e que estava bem, para que eles não se assustassem com as manchetes (porque eu sabia que já deveria ter saído alguma reportagem com o título "namorada de Mario Götze envolvida em acidente de carro", droga de mídia).

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