Lies

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Ele pov

Ela não estava em casa. Não havia nenhuma mensagem no celular ou na geladeira. Eu não sabia onde ela estava. Pensei que pudesse ter ido ao supermercado, e então resolvi tomar um banho para relaxar. Demorei no chuveiro. Depois do dia que havia tido, precisava de uma boa quantidade de água quente nos ombros.

Meu celular ficou jogado em algum lugar da cozinha, e não o escutei tocando em nenhuma das 7 tentativas dela. Somente quando estranhei que já estava tarde e Babi ainda não tinha chegado que resolvi ir atrás do aparelho.

Ela tinha deixado uma mensagem e fiquei me perguntando em que mundo estava por não ter percebido que ela tinha viajado. Simplesmente peguei as chaves do carro e fui para o aeroporto, seu avião estava quase pousando.

Babi: Mario, você está bem? Estou voltando para Munique. Chego às 17 horas no aeroporto. Vim para Dortmund encontrar com a Louise. BVB ofereceu um trabalho e eu não poderia recusar. Quando chegar a gente conversa. Só queria saber se você estava bem antes de embarcar, porém a comissária já está pedindo para desligar os celulares. A gente se vê em casa. Te amo.

Peguei a chave do carro e dirigi até o aeroporto. Pela mensagem da Babi, o voo estava quase pousado. Não sabia se queria brigar com ela por ter omitido a viagem, ou se simplesmente queria acalmá-la dizendo que estava tudo bem. Curioso como mesmo com todos os motivos para estar com raiva, só conseguia pensar em como ela estaria preocupada comigo.

Estacionei o carro e fui andando em direção à entrada, mas antes que eu sequer saísse do estacionamento a vi andando na direção oposta a minha.

- Babi.

Ela se virou com uma expressão assustada e algumas lagrimas se formando nos olhos.

- Mario.

Ela deixou a mochila cair no chão e veio correndo em minha direção. Se jogou nos meus braços como se eu fosse sair correndo assim que ela me soltasse. Mas eu estava ali, e apesar de estar com um pouco de raiva pela situação que ela me colocou, tê-la comigo no meio da confusão que virara a minha vida era o motivo para eu levantar da cama todas as manhãs.

- Está tudo bem liebe. - Tentei acalmá-la quando ela não parava de tremer, segurando o choro.

-Não, não está. Você está machucado! É grave?

O que? Machucado? Só então eu me lembrei da proposta de Henri. Inventar uma lesão para me tirar completamente do campo na final da Pokal. Sussurrei no ouvido dela olhando ao redor em busca de qualquer curioso que pudesse estar vendo aquela cena.

- É uma jogada de marketing. O time não quer que eu jogue o último jogo da temporada contra o Borussia.

Sua preocupação tomou um tom de raiva.

- Mais uma vez isso Mario?

- Calma, dessa vez é diferente.

- Diferente como?

Suspirei. Como iria convencê-la de que ficaria tudo bem?

- A ideia foi de Henri. Eu não jogaria de qualquer forma. Guardiola me colocou no banco, e se depender da direção do Bayern de Munique, é ali que vou continuar.

Alguns curiosos começaram a se aglomerar vendo a cena. Tudo que eu não queria agora era chamar a atenção da mídia para a minha vida pessoal.

- Acho melhor a gente terminar essa conversa em casa.

Dirigi para casa no piloto automático. Tínhamos muito o que conversar e já sabia que não seria um diálogo tranquilo.

Ela Pov

Ele abriu a porta de casa e foi andando lentamente para o sofá, deitando e encarando o nada logo em seguida. Eu achei que estava tudo bem. O sorriso que ele tinha me dado no carro seria um sinônimo de que estávamos bem, que as coisas iriam se encaixar.

Mas pelo visto, não era bem assim.

Deixei minha bolsa em cima da mesa da cozinha e peguei um copo d'agua. Fui até onde ele estava e me sentei na poltrona ao lado do sofá. Não tive coragem de olhar para Mario. Havia aprendido a analisar suas expressões e ainda não tinha certeza se queria saber o que ele estava pensando de verdade.

Brinquei com o copo agora vazio em minhas mãos. Percebi que ele se mexeu no sofá. Estava incomodado com o silêncio tanto quanto eu.

- Eu só queria que você falasse as coisas comigo Babi.

Mordi meu lábio tentando segurar o que estava com vontade de falar, mesmo que isso não tenha me impedido por muito tempo. Finalmente tomei coragem e olhei para Götze.

- Claro, da mesma forma que você preferiu avisar a mídia antes de mim sobre a sua falsa lesão, não é?

- Quantas vezes eu vou ter que te falar que nem se quer tive tempo de chegar em casa antes de Henri jogar na mídia?

- Você poderia ter me mandado uma mensagem antes do final da sua reunião.

- Por que eu te mandaria uma mensagem com um assunto sério desses se estaria vindo direto para casa e poderia te contar pessoalmente?

- Mas eu não estava em casa! - Cruzei os braços.

- E o motivo de eu não saber disso é culpa de quem? - Ele gesticulou com as mãos como se isso fosse uma coisa óbvia.

- Que saco Mario! Não está claro que fiz isso porque não queria atrapalhar na sua decisão? Tenho certeza que se eu tivesse contado que estava indo para um teste de emprego em Dortmund, você não teria pensado duas vezes se não em confirmar sua volta ao BVB.

- Não. Não está claro porque é o tipo de assunto que a gente conversa. Sempre compartilhamos nossos problemas profissionais Babi. Fora que isso não diminui o fato que você não me contou que viajou. E de qualquer forma, você já sabia que era mais provável a minha escolha de voltar ao BVB. O problema aqui é você não ter me contado.

- Olha, que saber, pra mim chega. Vou dar uma volta.

Me levantei do sofá realmente querendo sair andando por aí. Mas antes que eu pudesse chegar à cozinha para deixar o copo, Mario me alcançou.

Ele segurou meu pulso de leve, fazendo com que eu me virasse de frente para ele.

- Por favor, não sai por aquela porta. E principalmente, não com raiva. Eu não quero ter que sentir de novo o que eu senti na noite do acidente.

- Mario... - Ele segurou meu rosto entre suas mãos de forma que a única coisa que estava no meu campo de visão era seus olhos castanhos. E se tinha uma coisa que eu amava, eram seus olhos e como que era fácil de saber o que ele estava pensado se olhasse bem no fundo deles.

- Eu não quero pensar na ideia de te perder Babi. Não sei o que eu faria sem você ao meu lado.

Senti o medo em suas palavras. Senti a dor que ele estava acumulando durante todos esses meses. Senti que minha presença ali era o que estava mantendo ele em pé, confiante de que poderia voltar a ser o jogador que um dia tinha sido.

Aos poucos ele aproximou nossos lábios, me beijando com uma intensidade que há alguns dias não tínhamos. Ali, éramos mais uma vez Mario e Babi. E Mario e Babi podiam passar por cima de tudo.

...

Nota da autora: Vocês têm ideia de como foi difícil para mim escrever essa DR?? Porém ela era necessária. Todo casal briga, todo casal tem seus problemas e a forma como eles passam por cima das dificuldades é o que os deixam mais unidos.

Estamos na nossa reta final. Home está acabando e eu ainda não sei dizer o que estou sentindo.

Por hoje é só, a próxima att não demora. 

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Beijos e até mais.

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