Nobody said it was easy

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Ele pov

- O que é isso Mario? - Olhei para ela confuso sem entender o que estava falando.

Babi tinha acabado de pousar no aeroporto de Frankfurt. Ela tinha ido para o Brasil nos últimos 15 dias ver a família e buscar as coisas para finalmente ficar de vez na Alemanha. A princípio ela não quis ir.

- Mario, e se eu chegar lá e não querer mais voltar? Tenho certeza que meus pais vão tentar me convencer a ficar.

- Babi, olha para mim. - Ela desviou o olhar do café que estava em suas mãos. - Você quer voltar?

- Claro. Minha vida agora é na Alemanha.

- Então pensa que isso é sua despedida. Sua chance de passar um tempo com sua sobrinha, com o seu irmão, seus pais. E eu estarei aqui, esperando você.

Era meu plano ir com ela, mas Henri me aconselhou não viajar.

Finalmente o Bayern havia cedido e minha volta para Dortmund assinada. Agora era certo: vestiria a camisa amarela e preta na próxima temporada. Isso ainda não tinha sido anunciado à grande mídia, e eu temia pela reação da torcida.

Assustei que ela não me abraçou, sorriu ou se quer falou "oi".

- O que? - Franzi a sobrancelha. Olhei para minhas roupas, mas tudo parecia em ordem com minha camisa social preta e minha calça jeans. Do que ela estava falando?

- O seu cabelo! Por que você cortou?

Dei de ombros.

- Precisava de uma mudança.

Ela me olhou como se eu tivesse cometido um crime.

- Mas você tinha que ficar careca?

- Eu não estou careca, só tirei o topete. Logo mais cresce.

- Mario, esse corte deixou as suas bochechas maiores do que já são. Não se assuste se você for chamado de fofão?

- Fofão? - Mesmo depois de meses eu ainda tinha dificuldade de entender algumas palavras em português.

- É um personagem. - Ela pegou o celular enquanto eu andava puxando a sua bagagem em direção ao carro. Para quem tinha ido buscar uma mudança, sua mala era bem pequena. Pensei em questionar, mas assim que entramos no casso ela me entregou o celular aberto em um vídeo com vários super heróis e um boneco do Chuck dançando.

- Que coisa estranha. Por que tem um Chuck dançando uma música esquisita ao lado do capitão américa?

- Esse Chuck é o fofão.

- Eles vão me dar o apelido desse bicho?

- Sim! Olha essas bochechas, igualzinho. - Ela levantou o celular em minha direção.

- Babi, eu poderia viver sem ter descoberto essa.

- Quem mandou cortar o cabelo? Agora aguenta. Fofão.

Por algum motivo eu tinha certeza que agora esse seria o meu apelido.

Ela finalmente segurou a minha mão antes que eu pudesse dar partida no carro e me puxou para um beijo.

- Senti sua falta.

- Eu também sentia a sua. Fofão. - Gargalhou da sua própria piada que eu não estava vendo graça nenhuma. Mas nossa, como eu senti falta dessa risada nos últimos dias.

Logo após a semi final desastrosa da Euro tivemos uns dias para descansar. Oficialmente eu estava de férias por três semanas, mas como nenhum contrato havia sido firmado não quis sair da Alemanha para uma provável volta às pressas.

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