Reality sometimes knocks on the door

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Ele POV

Depois de um bom tempo na cama, resolvemos que tínhamos que fazer algo produtivo do dia. Eu teria folga hoje, e como ela já tinha perdido a aula da manhã, resolveu que ficaria comigo. E talvez fosse isso que estávamos precisando. Um dia só nosso, longe de qualquer bagunça.

- O que você acha de ir andar de bicicleta?

Perguntei para ela enquanto tomávamos café. Cada um com sua vasilha de cereais sentados no tapete da sala e usando a mesinha de centro como apoio.

Ela me olhou sério e podia ter certeza que ia levar um soco.

- Você está falando sério Mario Götze?

Dei de ombros.

- Claro que estou! Você não acha que 22 anos é uma idade boa para aprender a andar de bicicleta não?

- Não.

Me aproximei dela e ameacei começar a fazer cócegas.

- Vamos lá Babi. Prometo que não deixo você cair.

- ISSO NÃO É O SUFICIENTE.

Então comecei a fazer cócegas nela e ela começou a xingar em português. Ah a forma universal de dizer um palavrão.

- Serio Mario, para.

Parei depois que ela suplicou mais algumas vezes. E estão estávamos os dois, largados no chão da sala. Olhei em seus olhos, e aquele sentimento que só existia quando a olhava assim começou a borbulhar dentro de mim.

Paramos de rir, e a atmosfera que antes estava leve, começou a tomar um tom sério. Aproximei nossos lábios e senti suas mãos tocando a minha nuca.

Sentir seus dedos na minha pele eram uma das melhores sensações que já tinha experimentado. Me fazia arrepiar e sentir que precisava dela mais perto ainda. Eu sentia que nunca estava próximo o suficiente, que até o ar ao nosso redor era muito.

- Mario. – Ela sussurrou com uma voz rouca.

- Estou aqui.

Foi a vez dela de procurar meus olhos.

- Eu não quero ficar sem você. – Vi lágrimas se formando em seus olhos, e eu já tinha descoberto que a pior coisa para mim era vê-la chorar. Vê-la mal era pior do que perder de goleada, era pior do que ser expulso, era pior do que ficar no banco de reservas com seu time perdendo e não poder fazer nada. Eu aguentava tudo, menos vê-la chorar.

- Babi, você não vai ficar sem mim. A gente vai dar um jeito nisso tudo. Eu te prometo.

- Você é tão lindo.

- Lindo. – repeti a palavra que aprendi em seu idioma natal. – Você é perfeita.

Então ela começou a se levantar, me afastando. E eu não tinha ideia do que tinha feito de errado.

Ela foi até o quarto e eu fiquei sentado no chão a observando andar pelo meu apartamento. A atmosfera que ela trazia para aquele lugar fazia ele se tornar o melhor do mundo.

Me levantei e fui atrás dela, parando na porta do quarto a observando recolher suas coisas.

- Babi, eu fiz alguma coisa errada.

- Não.

- Então o que foi?

Ela me olhou do outro lado do quarto.

- Eu não posso permitir me apaixonar por você assim. Eu sei que vou ter que voltar para o Brasil. Nós não temos futuro Mario, então para que tentar.

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