it's a snowy wedding

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"Something old,

something new,

something borrowed,

something blue,

and a silver sixpence in her shoe."

Nunca fui muito fã de grandes festas. Os feriados no final do ano sempre me deixavam deprimida, talvez um pouco nostálgica com tudo que tinha acontecido naquele ano ou simplesmente porque eu não queria ir para casa da minha avó e conviver com meus primos. Nunca fui muito agarrada a família e eventos que exigiam esse contato me deixavam ansiosa. E eu nunca soube lidar muito bem com minha própria ansiedade.

A ideia de me casar também nunca se passou pela minha cabeça. Encontrar alguém com quem dividir a vida, dar satisfações e construir algo nunca esteve nos meus planos. Muito menos fazer com que este relacionamento se tornasse algo oficial. Um papel dizendo que eu era casada nunca faz sentido na minha cabeça. Era algo que eu não sentia necessidade e era grata por meus pais nunca terem pressionado a algo assim. A pergunta "quando vai ser o casamento" nunca saiu da minha família.

E eu gostaria de ter continuado assim, pensando que um casamento era nada além de um contrato.

Mas Mario Götze entrou na minha vida para quebrar diversos paradigmas. Este era apenas mais um deles. 26 de Dezembro de 2017. Dois anos desde que eu conhecera um certo jogador de futebol nas ruas de Munique quando eu tentava fugir de um Natal desastroso na casa de parentes e eu nunca tinha me sentido tão sozinha na vida. Tão abandonada, tão fria, tão carente.

Sempre fui uma mulher confiante e odiava me sentir carente. Naquele dia eu senti, mas mesmo assim, não deixei que Mario percebesse esse sentimento. Ainda tinha muitas coisas dentro de mim que eu precisava resolver e ele não poderia me ajudar, mesmo ele tendo tentado. Há algumas coisas na vida que não adianta outras pessoas se empenharem para te ajudar, você simplesmente precisa levantar da cama e, sozinha, tomar uma atitude.

Eu não era mais aquela menina que tinha entrado naquele parque. Não era mais a mesma mulher que tinha entrado no avião com uma passagem só de ida para a Alemanha. Não era mais a mesma pessoa que tinha gargalhado da cara de Mario quando ele me pediu em casamento.

Parecia que tinha uma semana e não meses. Era uma manhã ensolarada de Agosto no ano passado, eu ainda estava meio sonolenta quando ele soltou a pergunta sem nenhum aviso prévio:

- Babi, você quer se casar comigo?

- Como é? - eu só sabia rir e ele ficou me olhando com a cara mais séria do mundo.

- É sério poxa! A gente deveria se casar.

Eu me sentei na cama, puxei a coberta e cruzei os braços.

- Mario, não tem nem um ano que estamos juntos.

- E daí? - Ele falava como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Mario...

- Me dê um único motivo para você dizer não Babi.

E eu não consegui listar nada. Nada a não ser minhas convicções que de uma hora para outra pareciam não ter nenhum sentido. Sim, tínhamos pouco tempo de relacionamento, mas ele não estava me pedindo para casarmos naquele mês, ele estava apenas pedindo para que nos casássemos um dia.

Mantive aquele pedido de casamento em segredo por muitos meses. Eu não tinha dito sim, mas também não havia sido um não.

No Natal de 2016 Mario apareceu com uma aliança. Faltava um dia para irmos para o Brasil passar as festas de final de ano com a minha família quando, mais uma vez, fui acordada com a pergunta:

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