We are not always in control

5.9K 344 35
                                    



Ele Pov

Na manhã seguinte acordei muito animado para o treino, não me lembro nem quando foi a última vez que acordei tão animado assim. Cheguei no Bayern no horário habitual, mas meu sorriso no rosto não negava os acontecimentos da noite anterior. Podia não ser muito, afinal, tinha sido apenas um beijo, mas para mim parecia ter sido muito mais, havia uma conexão em relação a Babi que eu não sabia explicar.

E por esse meu sorriso era impossível de disfarçar, assim que entrei no vestiário começaram as perguntas.

 - Menino Mario com esse sorrisinho? Pode ir falando quem é ela! - Müller foi o primeiro a reparar e a abrir a boca. Eu adorava esse meu colega de time, sem dúvida um dos melhores em campo, mas ele sabia ser intrometido quando queria. 

Quase ignorei a pergunta, mas alguns outros caras escutaram, e então cada um começou a sua teoria.

 - Certeza que é a explicação para ele estar tão disperso nos últimos dias. - Começou o capitão Lahm.

 - Götze, Götze, não me diga que é mais uma supermodelo? Para um cara tão baixinho você sempre consegue as modelos mais altas. - Alaba foi o primeiro a teorizar.

 Pensei em reclamar sobre o comentário da minha altura. Eu não era baixo. Tinha 1,76, porém a maioria dos meus companheiros de times eram mais altos do que eu. Já tinham comentado comigo que sempre parecia mais baixo na TV, principalmente nos jogos da seleção.

E foi com esse pensamento que eu me safei de ter que dar qualquer explicação. Guardiola entrou no vestiário falando que hoje iria sair a convocação para a pausa internacional, o momento que boa parte de nós iriamos defender a seleção. Já fazia alguns meses que eu não vestia a camiseta campeã mundial, e eu estava ansioso para vestir novamente. E também para reencontrar alguns amigos.

E assim,  rapidamente troquei de roupa e fui para o treino. Ainda tínhamos um jogo antes do internacional break, então faríamos um treino fechado, apenas para treinarmos jogadas.

Nos dividimos em grupos, ataque para um lado, defesa para outro. E então a criatividade começou. Eu costumava gostar de treinos assim, era sempre bom poder inventar jogadas. Claro que algumas coisas já eram pré-determinadas, mas outras tínhamos liberdade para brincar com a bola e criar do nosso jeito, contanto claro, que ela entrasse no gol no final.

Passamos boa parte da manhã trocando passes, correndo de um lado para o outro no gramado. E eu estava tão elétrico, que acho que há muito tempo não jogava com tanta vontade. E tinha motivos o suficiente para me fazer querer ir bem: tinha a Babi, que com certeza estaria no campo no próximo jogo. Queria marcar para ela. E tinha também a seleção.

Mas mal sabia eu, que minha felicidade duraria pouco. Teoricamente teríamos treino à tarde, mas assim que fomos liberados, John, assistente da diretoria, chegou avisando que eu tinha sido convocado para uma reunião com os chefões na parte da tarde, e que Marx estaria aqui. Isso não podia ser bom sinal.


Uma música tocava ao fundo, eu não conseguia identificar. O aquecedor parecia não estar funcionando, pois o frio naquela sala não estava normal, ou talvez fosse apenas como eu estava me sentindo. Havia tido um tempo de tomar banho e almoçar, mas o moletom do uniforme do time parecia não estar fazendo efeito nenhum.

Ao meu lado estava o meu agente, Marx. Quando eu cheguei na sala, já estavam discutindo o meu futuro sem que eu pudesse dar opinião. Pensava que a diretoria havia convocado a reunião, mas só quando escutei o Mr. Friederike, um dos diretores, dizendo que era uma surpresa essa minha decisão, foi que entendi que essa ideia não tinha saído da chefia.

Home | Mario GötzeOnde histórias criam vida. Descubra agora