Capítulo 17

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Ele se referia a Sara. Anahí respondeu por Alfonso, sem condições de falar, de tão tenso que estava.

Anahí: Obrigada. Conheço e aprecio seu trabalho, Sr. Wesley.

Paul: Uma fã? Fale mais...

Ele ia puxar uma cadeira vazia quando uma voz seca interrompeu:

- Paul, querido, não está se esquecendo de nada?

Mostrando uma expressão de pesar para Anahí, ele virou-se para a mulher.

Paul: Desculpe, mas precisa entender. Este é um momento para ser saboreado. Este homem, entre todos os homens, rendeu-se ao casamento. –ele passou a mão pela cintura da mulher, puxando-a para mais perto- Claire, apresento Alfonso Herrera, de quem já ouviu falar, com certeza.

Claire: E quem não ouviu? Todos nós esperamos em suspense pelo desfecho do caso Dornan.

O caso Dornan. Anahí baixou os olhos, pensando ser a única pessoa no mundo que não sabia como o caso era importante.

Claire: Prazer em conhecê-lo.

Alfonso a cumprimentou com um sorriso distraído. Sua atenção estava concentrada em Paul, que continuava a olhar para Anahí, sem disfarçar o interesse.

Alfonso: Gostaríamos de sua companhia, mas, infelizmente, já fizemos o pedido. –mentiu- E... -ele não continuou, e ficou óbvio que não desejava intromissão-

Paul: Não se preocupe. –ele deu um sorriso malicioso- Não queremos interromper os recém-casados.

Alfonso abriu a boca para contestar, então percebeu o olhar de Anahí e calou-se.

Não! Os olhos dela imploraram. Não diga a verdade. Paul sabe a respeito de Sara. Não permita que eu faça papel de tola, dizendo que é casado há sete anos, que tem filhos, quando ele sabe sobre sua amante!

Ele sorriu sem graça e desviou o olhar. Engoliu em seco, frustrado com a cena inesperada.

Então Alfonso teve uma atitude estranha. Aproximou-se dela, segurou seu rosto nas mãos e, na frente da melhor e mais esnobe sociedade londrina, inclinou a cabeça e a beijou com paixão.

Quando se afastou, aparentava tanto pesar, que ela ficou com os olhos marejados.

Paul: Vejo que a lua-de-mel ainda não terminou... –zombou- Vamos, Claire, creio que devemos deixar os dois pombinhos a sós.

Alfonso: O que quer comer? –perguntou, quando Paul já não estava mais por perto-

Sentindo-se desnorteada pelo beijo inesperado e a expressão reveladora nos olhos de Alfonso, Anahí forçou-se a prestar atenção nas palavras dele. Ele voltara a sentar e olhava-a de modo intenso.

Anahí: Eu... –ela olhou para o cardápio na sua frente, sem conseguir enxergar. O coração batia descompassado e seus lábios ansiavam por outro beijo- Eu... Não sei, peça para mim.

Com um sorriso, ele chamou o garçom e fez o pedido.

Anahí olhou pelo salão, mas as pessoas em volta estavam entretidas na própria conversa. Ninguém notara o beijo.

Controlou-se para falar sem emoção.

Anahí: De onde conhece Paul Wesley?

Alfonso: Ele herdou algumas empresas pequenas do pai. Como não queria trabalhar no ramo, vendeu-as para mim.

Anahí: Gosto do trabalho dele. Eu era muito boa em desenho e posso apreciar o dom que ele tem.

Alfonso: Também gostou do charme dele, não é?

Anahí surpreendeu-se com o tom de ciúme na voz de Alfonso.

Anahí: Foi por isso que me beijou daquele modo?

Alfonso: Ele olhou para você com cobiça. Só quis deixar bem claro a quem você pertencia.

Ela era propriedade de Alfonso, mas, aparentemente, ele não lhe pertencia.

Anahí: Neste seu mundo social existe alguém que saiba sobre mim e as crianças?

Alfonso: Minha vida particular não é da conta de ninguém. Meu envolvimento com estas pessoas é puramente profissional. Agora vamos mudar de assunto? A não ser que tenha achado o charmoso Paul Wesley mais agradável que minha companhia. Neste caso, posso chamá-lo de volta e vocês dois vão se deliciar alimentando o ego um do outro!

Oh! Ele estava doente de ciúme! 

Anahí sentiu-se mais confiante.

Anahí: Bem, pelo menos ele não criticou a companheira cada vez que ela abriu a boca. –o reprovou docemente, satisfeita ao ver que ele corava-

A entrada foi servida, acalmando o impulso de discussão que os dominava.

Alfonso pedira uma mousse de salmão que Anahí comia deliciada, esquecida da falta de apetite. Quase no fim do prato, ele tocou gentilmente em sua mão.

Alfonso: Anahí, vamos tentar fazer com que esta seja uma noite agradável para nós dois? Não quero discutir mais. Eu só desejo...

- Alfonso, que prazer encontrá-lo aqui!

A expressão dele ficou irritada, e ela sentiu-se desapontada com a interrupção, pois era com prazer que percebia urgência em seu olhar.

Desta vez, ele nem se levantou para falar com o casal de meia-idade que parou ao lado da mesa. Também não apresentou Anahí. Apenas cumprimentou-os com fria educação e eles se afastarem depressa.

Alfonso: Entende agora por que não gosto de trazer você a lugares como este? Ficamos sujeitos a interrupção a noite toda.

Anahí: E qual é o problema?

Alfonso: Quando saio com você, quero tê-la só para mim. -no fundo, ele tinha razão. Foram interrompidos pelo menos mais três vezes durante a refeição. Depois do café, Alfonso levantou-se e estendeu a mão para ela- Venha. Vamos até a boate do clube. Pelo menos enquanto dançamos ninguém vai interromper.

A Falta que Você me Faz [ADP]Onde histórias criam vida. Descubra agora