Capítulo 18

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Entraram em uma sala escura. Da entrada, Anahí enxergou apenas o outro lado, o bar e um pequeno palco onde um grupo de músicos tocava jazz.

Alfonso conduziu-a até a pista e tomou-a nos braços. Na mesma hora foi assaltada pelo sentimento de estar nos braços de um estranho. Não evitou um suspiro. Ele percebeu a tristeza e fez mais pressão na mão que a segurava. A outra mão dele subiu da cintura para as costas, por dentro do bolero, para aproximá-la mais e então parou. Ambos ficaram imóveis quando os dedos entraram em contato com a pele nua e quente.

Anahí esquecera o modelo do vestido até aquele momento. Tentou afastar-se, mas ele não permitiu e puxou-a ainda mais perto.

Alfonso: Déjà vu -sussurrou em seu ouvido, e ela engasgou ao perceber o significado-

A primeira vez que dançaram, usava uma mini blusa sob a qual ele também enfiara os dedos, provocando o mesmo frêmito de desejo.

Dançaram colados, a mão de Alfonso acariciando suas costas num movimento sensual. Ela quase podia escutar-lhe as batidas do coração enquanto uma onda de calor e desejo inundava seu corpo. Percebeu o sexo de Alfonso contra o seu ventre e suspirou. Inclinou a cabeça e ele roçou os lábios em seu pescoço.

Alfonso: Nada mudou entre nós. Depois de tantos anos, ainda temos este incrível efeito um sobre o outro.

Ele tinha razão. Com um suspiro, Anahí permitiu-se fazer o que mais ansiava e ergueu os lábios para beijá-lo.

Pela primeira vez, depois de várias semanas, fazia um movimento voluntário na direção dele. Alfonso tremia. Os lábios se encostavam saudosos, ele invadiu a boca dela com a língua, quase não acreditando que ela estava o beijando tão receptiva daquele modo. Ela retribuiu o toque da língua dele, fazendo o mesmo com a dela, saboreando cada pedaço de sua boca.

Alfonso: Vamos para casa... -ele disse com a voz rouca de desejo- Quero muito mais que dançar com você.

Então uma voz familiar e cruel se intrometeu, e Anahí sentiu o coração fraquejar.

Rachel: Ora, ora, se não é o dom-juan em pessoa, com uma nova conquista...

Anahí fechou os olhos ao reconhecer a voz e baixou a cabeça no ombro de um Alfonso, estático.

Rachel: Ei, querida, não sabe que ele é casado? -provocou a voz cruel-

Sem dúvida, Rachel não a reconhecera.

Rachel: Há sete longos anos. -ela continuou, sem piedade- Com uma mocinha bonita, mas sem graça, que está em casa cuidando dos três filhos, enquanto o marido faz charme para qualquer mulher que se ofereça.

Alfonso: Ah, qualquer uma não, Rachel. –a interrompeu cínico- Afinal de contas, sempre desprezei você.

Então Rachel tentara seduzir Alfonso? Anahí encarou o olhar sarcástico do marido e entendeu por que os dois se detestavam.

Rachel: Os homens devem tomar cuidado com mulheres repudiadas, Alfonso. Afinal, o desprezo transforma-se em nossa arma mais destrutiva.

Alfonso: Que você usou com perícia, direto no alvo mais fraco!

Rachel: E, por falar nisso, como está a pobre Anahí? Ela sabe que você já arranjou uma substituta para Sara?

Anahí ouvira o suficiente. Livrando-se do abraço apertado de Alfonso, virou-se e encarou a ex-melhor amiga com frieza. O rosto de Rachel ficou pálido e, sem mais uma palavra, ela virou as costas e foi embora.

O fim da noite revelou-se um desastre. Em silêncio, o casal deixou o clube e andou até o carro.

A Falta que Você me Faz [ADP]Onde histórias criam vida. Descubra agora