Capítulo 25

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Como já estava perto, resolveu ir andando. Chegou em casa sentindo agulhadas de frio e dor nos pés. Assim que entrou, tirou os sapatos de salto alto, grata pelo calor e conforto.

Já era uma hora da manhã. Entrou no quarto e nem se importou em procurar Alfonso. Estava deprimida o suficiente para evitar começar uma nova discussão e ele também nem se preocupara em ir a seu encontro quando chegou.

Mas Anahí errou em seu julgamento de que Alfonso iria ignorá-la. Vestia a camisola quando ele entrou no quarto com os sapatos de salto alto pendurados nos dedos.

Alfonso: Você esqueceu de trazer. -ele disse, e soltou os sapatos no chão-

Anahí: Não esqueci! Apenas ficaram no mesmo lugar onde foram tirados.

Ela sentou-se na beirada da cama para massagear os pés doloridos, a cabeça baixa e o cabelo cobrindo seu rosto.

Alfonso: Ele não trouxe você até a porta de casa.

Fora espionada por trás das cortinas mais uma vez?

Anahí: E quem disse que ele me trouxe, afinal?

Alfonso: Não daria tempo de andar todo o caminho. Tiveram uma discussão amorosa? –começou, perdendo o controle-

Anahí: Pode ter sido. -falou a caminho do banheiro-

Ele que pensasse o que quisesse, não se importava com mais nada!

Dominado pela fúria, ele a agarrou pelo ombro e a virou de frente.

Alfonso: E qual foi o assunto da discussão? Você não quis ir ao apartamento dele? O que houve Anahí, não estava disposta?

Tudo que ela conseguia sentir era angústia e amargura contra os homens em geral.

Anahí: Quem disse que não estive lá até agora? Eu poderia ter ligado de qualquer lugar, como é que você saberia?

O rosto dele ficou lívido e as mãos a apertaram com força. Seus olhos percorreram Anahí como se procurassem uma prova do que ela sugeria.

Alfonso: Ele feriu seu lábio!

Anahí: E você está machucando meus braços! -ela gritou, sem conseguir se desvencilhar-

Alfonso: Anahí, como teve coragem de fazer isto?

Finalmente, depois de meses, as emoções de ambos explodiram.

Anahí: Quer mesmo saber? Então vamos trocar. Você me conta como foi com Sara e eu conto como foi com Paul!

Alfonso: Meu Deus! Pare com isso! -ele fechou os olhos e seu rosto transformou-se com a dor-

Anahí: Eu te desprezo, sabia? -ela murmurou com amargura e entrou no banheiro-

Saiu mais calma, e viu Alfonso sentado na beirada da cama, com a cabeça enterrada nas mãos. Uma visão triste como tudo que acontecia nos últimos meses. Não se lembrava de um dia alegre, cheio de risos dentro de casa.

Anahí: Quero me deitar. -ela disse, recusando-se a sentir pena. Alfonso não se moveu. Depois de um longo minuto, porque ele estava magoado e ela o amava tanto, Anahí deu um gemido e ajoelhou-se na frente dele- Quer mesmo saber o que aconteceu esta noite? Paul quis ficar comigo e eu o rejeitei, em troca, ele me atormentou falando de Sara. Sara... -ela repetiu, arrasada- A famosa advogada que combina mais com Alfonso Herrera do que a patética Anahí!

Alfonso: Isto não é verdade. -ele murmurou, tenso-

Anahí: Não? -os olhos dela ficaram marejados- Pois eu acho que é. Você deslanchou e tomou um caminho, Alfonso, enquanto eu fiquei para trás. Estamos nos distanciando, e por isso acredito que as Saras da vida combinam com você muito mais do que eu!

Para sua surpresa, ele riu, sacudindo a cabeça como se não acreditasse no que dissera.

Alfonso: Parece que eu quero combinar com outra pessoa? Minhas malas estão prontas? Anahí, por pior que seja meu erro, não quero sair de casa, não quero deixar você!

Anahí: Sara. -ela sussurrou- Ela é...

Alfonso: Ao inferno com Sara! O problema não é ela. É um assunto entre nós dois saber se ainda podemos ficar juntos.

Anahí: Eu sei que só está comigo porque tem a consciência culpada, Alfonso.

Alfonso: Com certeza, tenho. -ele disse, com amargura- Mas não pense que sou alguma espécie de mártir para viver sofrendo. Se eu não achasse que nosso casamento vale a pena, já teria ido embora há muito tempo: Pode estar certa! Se quer saber por que ainda estou aqui...

Alfonso segurou o rosto de Anahí e beijou-a com paixão, depois continuou com a voz embargada.

Alfonso: Eu te quero. Para mim, estar com você nunca é o suficiente. Mesmo depois de sete anos, meu corpo enrijece de desejo só de olhar para você. Meu Deus, eu nem mesmo consigo me controlar, faço amor sabendo que não te satisfaço mais! -ele sacudiu a cabeça desgostoso e continuou:- Mas por que você não me mandou embora, Anahí? Eu te magoei, destruí sua confiança na vida, por que ainda está comigo?

Anahí: Eu... -não, a resposta iria deixá-la ainda mais humilhada-

Alfonso: Então, é o que deseja? Quer que eu vá embora?

Anahí: Não. -ela disse baixinho, com vontade de chorar-

Alfonso: E por que não? Como consegue conviver comigo na mesma casa, na mesma cama, fazendo amor com você? Como?

"Porque eu te amo, seu bobo", ela pensou e não conseguiu mais controlar as lágrimas.

Alfonso deu um suspiro e abraçou-a com força, apertando-a de encontro ao corpo e falou em seu ouvido.

Alfonso: Ainda pensa que estamos nos distanciando? -disse com voz sensual-

Ele a beijou com ardor, sem lhe dar chance de pensar ou retrucar, até que ela sentiu-se derreter de desejo. A voz dele a tirou do sonho no qual mergulhara.

Alfonso: Deixou que aquele sem-vergonha tocasse em você? Deixou? -ele repetiu, quando ela ficou muda- Eu quero saber! Preciso saber!

Os olhos azuis brilhavam furiosos, sem acreditar no que ele dissera. Anahí encarou-o e disse com raiva:

Anahí: Vá para o inferno!

Ele foi e a levou junto.

Arrancou sua camisola e as próprias roupas e a amou com violência e desespero. As mãos a tocando com avidez, loucas de desejo, a apertando, querendo marcar.

A boca dele a beijava com força, fazendo sua barba lhe arranhar a pele. A língua de encontro com a sua, deixando Anahí alucinada. Ele desceu sua boca por todo o corpo dela, fazendo ela soltar suspiros ao sentir a umidade de sua boca na sua pele quente, quente de vontade.
Minutos depois, Alfonso conduziu seu membro até a entrada de sua intimidade e ela gemeu quando ele a introduziu. O prazer dominando mais uma vez o corpo dele, sendo aquecido por ela, e era o melhor lugar onde podia estar.
Mais uma vez, ele chegou ao clímax, sentindo prazerosas ondas invadirem seu interior. Mas arrasado por sentir o corpo dela tenso debaixo do seu, outra vez.

Quando terminou, ela virou-se para o lado e Alfonso foi para o banheiro. Depois de muito tempo, voltou para a cama, e Anahí já estava dormindo.

-

Na noite seguinte, o telefone tocou no momento que Anahí preparava o jantar das crianças. Ela foi atender na extensão do hall, porque a televisão na cozinha estava com o som muito alto.

Anahí: Alô, aqui é Anahí Herrera -disse, distraída, esticando o fio do aparelho no limite, para enxergar o outro aposento-

Depois de uma pausa, uma voz fria perguntou por Alfonso.

Anahí: Ele ainda não chegou em casa. Quer deixar recado? -mais uma pausa, e Anahí olhou preocupada para o forno elétrico. Se a ligação demorasse, os bifes acabariam queimando-

- Aqui é Sara Canning.

A Falta que Você me Faz [ADP]Onde histórias criam vida. Descubra agora