Alfonso chegou logo depois e encontrou Anahí ao lado do telefone. Ela parecia em estado de choque.
Alfonso: O que aconteceu?
Anahí: Sara acabou de telefonar. -disse, inexpressiva- Pediu para você ligar de volta.
Ela continuou imóvel, sem saber se desmaiava ou simplesmente desaparecia e notou o rosto de Alfonso avermelhar-se de cólera, e um som que nunca escutara saiu da garganta dele, dando a impressão de que explodiria.
Contraindo o maxilar, ele deixou cair a pasta com um estrondo e respirou fundo, soltando o ar com um assobio. Empurrou-a para o lado, entrou em seu escritório e bateu a porta com força.
Chocada, ela não sabia o que fazer. A simples menção ao nome de Sara poderia provocar tal reação em Alfonso? Ao seu chamado, ele correu como um homem possuído!
Anahí embalava Michael no sofá quando Alfonso entrou na sala. Estava pálido e mais controlado, mas ela ainda notou emoção no brilho do olhar. Kate correu para o pai e, em vez do abraço costumeiro, recebeu apenas um afago na cabeça dourada. Sam esticara as pernas na frente da televisão e mal se moveu para lhe dar paisagem, pois estava entretido com o filme. O pequeno Michael, sonolento, lançou um olhar carinhoso e mergulhou no conforto dos braços da mãe.
Alfonso olhava fixamente para ela.
Alfonso: Quero que me desculpe. Ela já havia sido instruída para nunca ligar aqui.
Anahí: Não tem importância.
Alfonso: É claro que tem! -ele disse com a voz alterada, e as três crianças olharam surpresas para o pai. Alfonso passou a mão no cabelo, num gesto impaciente, se esforçando para se acalmar- Sam, Kate, por favor, brinquem um pouco com Michael enquanto converso com sua mãe.
Sem esperar resposta, Alfonso carregou o bebê e o colocou sentado no chão, entre as pernas de Sam. Espalhou brinquedos ao lado dele e sorriu para os três que continuavam estáticos.
Levou Anahí pela mão até o escritório, soltando só quando já estavam com a porta fechada.
Alfonso: Ela foi avisada para mandar outra pessoa ligar se fosse urgente! Nunca poderia ter telefonado!
Anahí: Como eu já disse antes, não tem importância.
Alfonso: Eu tinha prometido que nunca mais você seria magoada!
Anahí: Então você deveria... -engoliu as palavras acusadoras e andou pela sala- Se diz que terminou tudo, como ela ainda trabalha para você?
Alfonso: Ela não é minha funcionária, trabalha para a consultoria jurídica que me assessora. -ele explicou- Transferi todos os casos para outro advogado há semanas.
Anahí não acreditou. Ainda via a expressão no rosto dele quando contou que Sara ligara. Ainda sentia como ele a empurrara para o lado.
Anahí: Então por que ela ligou aqui em casa?
Alfonso tomou fôlego para explicar.
Alfonso: Acontece que ela era a única pessoa que ainda estava no escritório quando chegou uma informação urgente pelo fax. –suspirou- Eu precisava ser avisado o mais depressa possível, e só havia ela na sala!
Anahí: Por favor, eu gostaria que isto não voltasse a acontecer. -acrescentou, num tom impessoal que encerrava o assunto-
O silêncio a seguir era indício de confusão.
Alfonso: O problema é... -ele começou com cautela- Que preciso sair já. Houve uma questão legal com o contrato de Huddersfield e tenho de voltar ao escritório para resolver pessoalmente.
O caso Dornan, o caso Huddersfield, não havia diferença!
Anahí: Mas é lógico que precisa ir! -ela concordou tão irônica, que foi como um tapa no rosto dele- E eu preciso colocar as crianças para dormir.
Passou por ele decidida a sair do aposento, mas Alfonso a interrompeu.
Alfonso: Não pense bobagem. Vou direto ao meu escritório. Sara já mandou o fax para lá. Não vou nem quero vê-la, entende?
Sim, ela entendia. Ele queria um voto de confiança que não sabia se lhe daria outra vez.
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A Falta que Você me Faz [ADP]
Fanfiction"Eu nunca pretendi fazer isso... ela apenas estava lá quando precisei de alguém" Anahí e Alfonso tinham três filhos adoráveis e um casamento sólido... Ou, pelo menos, Anahí sempre acreditara nisso. Mas sua feliz existência foi destruída quando lhe c...