Capítulo 24

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Paul a seguiu quando se dirigiu ao hall de entrada. Foi até os telefones e ligou para vários pontos de táxi, sem conseguir nenhum. Desesperada, ligou para casa e sentiu um nó no estômago ao ouvir a voz impaciente de Alfonso.

Anahí: Sou eu. -ela murmurou e houve uma longa pausa até Alfonso resolver falar-
Alfonso: Qual é o problema?
Anahí: Não posso ir para casa, não consigo achar um táxi nos pontos... O que devo fazer?

Simples assim. Voltou a fazer o papel da antiga Anahí. Qualquer problema, fale com Alfonso; ele tem a solução. Depois de um silêncio demorado, ele finalmente disse:

Alfonso: O seu Romeu não pode lhe dar uma carona?
Anahí: Ele não é meu Romeu e... De qualquer modo, eu... -mudou as palavras para que Alfonso não soubesse que queria evitar Paul- Não posso pedir que deixe uma festa tão animada só porque cansei. Será que pode vir me pegar, Alfonso?
Anahí: E as crianças? Quer que fiquem aqui sozinhas enquanto vou te buscar? -ele perguntou com sarcasmo-
Anahí: Oh! -falou e sentiu-se tola outra vez. Nem pensara no problema, apenas o jogara nas mãos de quem sempre resolvia tudo- Tudo bem, peço para Paul me levar.
Alfonso: Espere, ligarei para minha mãe vir para casa e vou te buscar. Ela já deve estar dormindo, o que sem dúvida vai deixá-la chateada, mas...
Anahí: Não! Não quero dar tanto trabalho. Pode deixar que Paul me leva com prazer. -ela bateu o telefone antes que Alfonso pudesse responder-

Paul: Não teve sorte? -ele estava perto, olhando-a curioso-

Anahí não sabia se ele ouvira a conversa e também não se importava.

Anahí: Não. Vou chamar novamente um dos pontos e entrar na fila de espera.

Paul: Eu te levo. –ofereceu-

Apesar de não querer a companhia dele, também não queria ficar no clube mais uma hora, que era o tempo de espera para os táxis. Paul tomou a decisão, segurando-a pelo pulso.

Paul: Vamos lá, Anahí, vou levar você.

Abatida pelo stress emocional que já durava meses, ela não resistiu.

Pegaram os casacos e foram para o estacionamento. O carro deslizava pela pista coberta de gelo.

Paul: Por que ainda está com aquele egoísta? -ele perguntou casual-

Anahí: E vocês homens não são todos iguais? –provocou-

Paul: Não como Alfonso. Ainda me custa a acreditar que é casado com você! Ele combina mais com uma Sara Canning qualquer.

Mesmo sem saber como era Sara para poder julgar, Anahí reconheceu a verdade com um suspiro de tristeza. O fantasma dela entrava em seu quarto todas as noites, e já era difícil de lidar, não queria ver nunca o rosto da mulher.

Paul: E Rachel McAdams também. -ele continuou- Foi uma revelação e tanto naquele encontro que tiveram na boate do clube.

Anahí: Você ouviu o que ela disse?

Paul: Querida, metade da boate ouviu, e ficamos todos chocados ao saber que o jovem e bem-sucedido empresário tinha uma esposa e três filhos. Aposto que Sara ficou abalada ao descobrir. Ela estava a fim de se casar com Alfonso. Ninguém faria par mais perfeito para uma advogada em ascensão como ela.

Então Sara era uma advogada e não a secretária de Alfonso como presumira. A novidade surpreendeu-a. Uma coisa era imaginar uma simples secretária como rival, mas competir com uma advogada?

Como se estivesse pensando sobre o mesmo assunto, Paul perguntou, curioso:

Paul: Se está casada há sete anos, quer dizer que conheceu Alfonso antes do sucesso meteórico que alcançou. E no que se transformou, Anahí? Numa parasita sem vida própria?

O insulto era merecido, mas doeu em seu coração, pois tocou direto na verdade que começava a compreender.

Anahí: É melhor parar o carro. Vou descer antes que diga alguma coisa que me faça perder a cabeça. -ela falou, ríspida-

Para sua consternação, foi o que ele fez. Estacionou no meio-fio e virou-se para ela com expressão irritada.

Paul: E o que me diz do jogo que tem feito comigo nessas últimas semanas? Meu Deus, nunca tive a menor chance com você, não é?

Anahí: Não! -ela respondeu com honestidade-

Paul: Que droga, por que não me impediu de chegarmos a esse ponto?

Anahí: Que ponto? Não houve nada entre nós além de um simples beijo numa noite chuvosa!

Paul: O que estava havendo entre nós era muito mais que um simples beijo, e você sabe muito bem! Mas, para você, era apenas um jogo. Percebeu meu interesse e resolveu se divertir por um tempo. Por quê? Seu ego estava muito em baixa?

Anahí tentou abrir o cinto de segurança e sair depressa. Paul apertou seu braço, a impedindo.

Paul: Ah, não! Não pense que vai escapar assim tão fácil.

E então ele a beijou com violência. Assim que se viu livre, ela saiu do carro e bateu a porta com força. Paul saiu cantando os pneus, deixando-a imóvel na calçada gelada.

Anahí levou a mão ao lábio inferior, cortado pela brutalidade do beijo. Ao inferno com ele! Queria apenas voltar para sua vida de conto de fadas sem acontecimentos desagradáveis. Odiava todos eles: Rachel por ter contado, Alfonso por ter traído, Sara por ter seduzido e principalmente a si mesma, por ter sido ingênua.

A Falta que Você me Faz [ADP]Onde histórias criam vida. Descubra agora