Absolutamente Entregue a Você

Uma terrível tragédia

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Por Luna.

Em pensar que à alguns dias atrás minha vida não passava de uma rotina bem planejada. Um coração cheio de feridas, uma alma magoada e um espírito solitário.

Agora me vejo novamente vivendo, e não apenas existindo mas vivendo, e vivendo a plenitude de um amor que a muito pensei ter morrido.

Benjamin voltou para a minha vida como um furacão. Em um dia ele era uma amarga lembrança e no outro uma terrível realidade... E agora?

Ele é meu mais doce sonho real.

Sorrio internamente.

Desde que chegamos de mãos dadas no hospital percebi que todos os olhares foram direcionados a nós. No começo até me importei, mas quando vi que aquilo era importante para o Benjamin deixei que ele me conduzisse com as mãos entrelaçadas nas suas.

-Em que você está pensando?- ele me pergunta enquanto o elevador segue em direção a neuropediatria.

-Em como minha vida mudou em algumas semanas. De repente o que parecia certo virou errado e o errado virou certo.

-Entendo o que você quer dizer! Também me sinto assim. -ele me olha e sorri.- Mas quer saber? Estou feliz por todas essas mudanças. Eles vieram para melhorar.

-Sei que sim...Mas...É tudo tão novo!

Ele ri e eu também. Nesse momento a porta do elevador se abre e algumas pessoas esperando se surpreendem ao nos ver de forma tão íntima.

-Bom dia doutores?- uma enfermeira baixinha chamada Cloe nos comprimenta porém seu olhar está em nossas mãos.

-Bom dia Cloe!- Eu respondo saindo de mãos dadas com o Benjamin.

Ela entra no elevador, e assim como os outros não deixam de nos observar até as portas do elevador se fecharem.

-Ben, acho que estamos chamando atenção demais, amor! Aqui é nosso local de trabalho, isso é... é antiético!

Ele apenas ri e balança a cabeça.

-Havia me esquecido o quanto a opinião dos outros e importante para você!- ele brinca mas sinto seu ar de reprovação.

-Não é isso amor! -ele ergue a sobrancelha.- Mas somos sobrinhos do diretor. E portanto temos obrigação de dar bom exemplo.

-E quer exemplo melhor que o nosso amor?- ele me dá um selinho me pegando de surpresa.

-Ben!-eu o repreendo.

-O quê Clara? Não tem ninguém por perto.-realmente estavamos em um corredor sozinhos.

-Mas pode aparecer!

-Mas não apareceu!

-Tá tá tá! Vamos deixar de conversa e vamos ao trabalho. Porque você não veio aqui só para ficar me agarrando escondido?!

-E quem disse?- antes que eu reagisse ele enlaça minha cintura e beija a minha boca. Sinto minhas pernas fraquejarem. Perco a total noção de tempo e espaço é quando ouço um pigarro e empurro o Benjamin com tudo.