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Aquietai - vos e sabei que Eu Sou Deus...

Salmos. Capítulo 46 : versículo 10.

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Por Luna.

Estar na sala de espera junto aos meus familiares e amigos foi a experiência mais angustiante que já vivi.

Existia uma tensão palpável no ar. A dor era visível nos rostos de todos. Era como se a cada segundo um pouco de cada um fosse morrendo.

Eu não podia acreditar que minha filha. Meu bebê estivesse naquele momento lutando entre a vida e a morte.

Saber da morte da Fatinha foi um golpe duro. No meio de tanta angústia não lembrei de como ela estava. Mas saber que ela não resistiu doeu muito.

Benjamin tentou me sedar, mas no estado em que me encontro o sedativo não surtiu o feito esperado.

Por tanto nesse momento eu resolvi opinar pela única solução que existia para tanta dor.

Me apegar mais a Deus!

Não vou negar. Eu o questionei. Sim o questionei!

Por que ela? Por que amorinha? Ela é um bebê, inocente, frágil, sensível.

Ela é o sentido e a razão da alegria de todos naquela sala. Ela é o sol que ilumina nossos dias e a lua que vem para clarear as noites sombrias.

Então por que Deus?

Nesse momento Richard entra na sala.

Sinto um arrepio passar por minha espinha. É como se a morte houvesse me abraçado. Eu não precisava ouvir o que o Richard tinha a falar.

Eu já sabia o que viria, eu sentia na minha pele como um toque sombrio que sugou toda a felicidade do meu ser.

Por mais que parte do meu ser soubesse o que viria. Meu coração não aceitava. Ele não podia aceitar!

Como poderia? Isso não é natural. Isso fogi a ordem natural da vida. Um filho jamais poderia ir antes dos pais. Uma criança jamais deveria morrer.

Amorinha não pode...

Richard se aproxima e a cada passo dele as imagens da minha filha me vêem a mente.

Ela sorrindo, ela chorando, ela brincando, me beijando, puxando meu cabelo. Rindo disso.

-Richard e minha filha?- me apresso em perguntar.

Mesmo sabendo, mesmo sentindo. Eu precisava ouvir o contrário. Eu preciso mandar a morte que está ao meu lado voltar para o inferno de onde ela veio.

Todos estamos aflitos ao redor de um Richard, cansado e abatido. Meu amigo parecia desolado. No seu olhar havia uma dor que eu nunca havia visto.

Era como se o seu sorriso que sempre existiu ali, nunca mais retornaria a adornar seu rosto.

Meu coração falha uma batida.

-Fala logo Richard como está nossa filha?-Benjamin pergunta angustiado.