Garota Imperfeita

Sem saída

Eu subi para meu quarto com Rousy, eu precisava contar a ela tudo que aconteceu, só ela poderia me ajudar. Entramos e ela ja foi se jogando na minha cama como sempre fazia, ela tava com um sorriso no rosto e pensativa.

A viagem foi boa? - Perguntei.

Não. A chegada foi boa - Ela sorriu.

Hummm... Posso saber porque? - Eu falei porque ainda não estava entendendo. Rousy odiava aqui, pelo menos era o que ela falava.

Estou perto do meu Max novamente - ela falou colocando a almofada no rosto envergonhada.

Meu coração gelou. Não podia ter escutado aquilo, Rousy gosta de Max, logo o Max, aquele imbecil que me atacou, as palavras sumiram da minha cabeça, e dentro da minha garganta formou-se um nó.

Alice? Aliceeee - Rousy falava.

Ah! Oi. - Respondi.

Você ta bem? Te alimentaram? - Perguntou preoucupada.

Sim, claro. - respondi.

Que bom! - ela falou sorrindo.

Você gosta de Max? - Perguntei.

Na verdade a gente namora a uns 4 meses. - Ela falou.

Serio? Saulo sabe disso? - Perguntei assustada.

Claro que não, aquele monstro vive desprezando o trabalho de Max. - respondeu brava.

Silêncio.

Sabe Alice eu só estou aqui ainda por causa de Max, ele que me ajudou esse tempo todo aqui, foi ele que me fez sorrir quando ninguém mais conseguia, é ele que me faz querer viver quando eu tento desistir da vida, eu sou muito grata a Max, pelo pouco de vida que tenho, quero fazê-lo feliz.

Pouco tempo de vida? - Perguntei sentando ao seu lado.

O meu câncer Alice - Ela respondeu sorrindo, como se não importasse.

Mas tem cura - falei.

Não, não tem - ela sorriu mais uma vez.

Eu sinto... - fui enterropida por Rousy.

Não Alice não sinta - Falou levantando da cama.

Rousy me deu boa boite e saiu do quarto em seguida.

Continua...

Eu estava perdida, não poderia falar para Rousy quem Max era de verdade, logo agora que ela está feliz, seria egoísmo de minha parte, afundar toda felicidade dela nos meus problemas, mesmo sabendo que ela é a unica que poderia me ajudar. Me vi sentada no chão com as mãos na cabeça,  eu chorava, ultimamente só isso que acontecia comigo. A porta do meu quarto abriu, e logo senti um cheiro de perfume masculino, eu me lembrei de quem era.

Filha? - Saulo falou baixinho.

Eu olhei rápido, e  abaixei minha cabeça, Saulo andou em minha direção e abaixou-se perto de mim.

Meu anjo você está chorando? - Ele fala tirando o cabelo do meu rosto.

Silêncio.

O que você tem? - Ele fala como se estivesse preocupado.

Nada - Respondi.

O que você quer?  - Perguntou Saulo.

Eu tinha ódio dele, não queria falar com aquele monstro. Derrepente na minha cabeça começou a passar um filme de tudo que ele tinha me feito.

O que você tem?  O que você quer? - Ele perguntava direto.

Eu quero sair daqui!  - Eu gritei o olhando cara cara.

Saulo tomou um susto por conta do meu grito, olhei a porta que estava aberta e Tayná nos observava atentamente. Olhei para seu rosto de novo e ele estava com uma expressão triste,  aquilo era novo para mim, nunca o vi daquele jeito. Ele levantou, logo pensei que fosse me bater, mas não, apenas saiu do quarto em silêncio.