Capturar

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Flash Back on

Pietro

Assim que Nat saiu não demorou muito para que voltasse em minha casa. Escutei batidas eufóricas na porta e abri imediatamente. Nat estava com um cara alto e muito forte, do tipo bombado.

Precisamos agir agora! - Ela fala

Como assim? - Pergunto.

No caminho eu te explico! - Ela fala

An? - Falo não entendendo.

Vamos! - Ela me puxa pelo braço.

Em frente minha casa havia uma Van preta, entramos e dentro havia alguns agentes com capuz nas cabeças e armas no colo.

Esse é o agente 1786, ele está no caso da Alice - Nat fala.

Não sabia que o caso de Alice estava em andamento.

Nem eu, mais parece que a mãe de Alice fez isso por conta própria.

Sim! - Escutamos uma voz no banco atrás de nós.

Era a mãe de Alice.

Preciso da ajuda de vocês, preciso que contém tudo o que sabem sobre Alice, qualquer informação, qualquer detalhe, será de grande importância nesse ataque.

Ataque? - Pergunto

Sim, ataque Pietro, pegar Saulo, Alice livre! - Nat fala irritada

Bem, eu estive lá algumas vezes! - Falo olhando para o agente.

A mãe de Alice dá uma bofetada no banco como se estivesse brava.

Desculpe-me dona Sandra, eu tinha medo de dar qualquer informação e Saulo se vingar.

Tudo bem, prossiga - Ela fala respirando fundo.

Contei tudo que tinha acontecido apressadamente pois não tinha muito tempo, isso eram coisas básicas da investigação, chegamos ao local da base, todo o plano estava ali, o desenho da mansão estava nas parede, os cômodos, as pessoas que moravam ali, tava tudo exposto. Fotos de Alice no shopping com Rousy, havia mais de 20 agentes sentados a uma mesa discutindo o modo que a mansão seria invadida, eu me arrepiei quando eles disseram que teriam apenas mais 2 horas para colocar tudo em prática. Após a breve reunião acabar, Dona Sandra veio até nós.

Eu não pude contar antes - Ela fala.

Estamos quites, escondemos coisas também - Nat falou.

Eu nunca contei a verdade a Alice, achei que era melhor ela não saber que era filha de um alcoólatra descontrolado, só não sabia que ele tinha se tornado um psicopata procurado pelo mundo matando pessoas - Ela fala.

Quem ajudou a senhora a descobrir tudo? - Perguntei

No momento não posso expor, mais em breve teremos tempo para conversar! - Ela respondeu nervosa

Vai dar tudo certo! - Nat fala.

Eu não poderei ir acompanhar, ficarei junto aos pais de Jhully que não passam bem - Ela fala passando a mão na testa suada.

Vocês poderão ir, mais tomem muito cuidado, obedeçam os agentes - Ela fala séria.

As informações pareciam embaralhar em minha mente, logo os carros estavam prontos, as equipes formadas, vestimos coletes à prova de balas, e seguimos em resgate. Estava trêmulo e minha testa escorria suor a todo momento, recebíamos informações o tempo todo, de como agir, se acontecer emergência. A primeira parte do plano era capturar os vigias de Saulo na estrada, que avisa ele a qualquer movimentação estranha, foram quase meia hora e a etapa estava concluída. Seguimos. Foi tudo muito rápido, não deu para ver muita coisa, apenas escutava barulhos de tiros, e bombas, eu só pedia que Alice estivesse bem.

Ao sinal do agente, entramos, tudo já estava seguro agora, eu corria e parecia que não saía do canto de tanta ansiedade, finalmente meus olhos encontraram ela, estava algemada no chão. Mais porque Alice estava algemada se era vítima? Gritei para soltarem ela, e rapidamente veio a memória, eu não falei o detalhe mais importante, não contei que Alice estava grávida, o seu corpo havia mudado, assim como seu rosto, estava mais redondo e seu cabelo bem mais comprido, realmente ela estava um pouco diferente.

Alice

Eu estava com dificuldades para respirar, me soltaram e eu pude abraçar Pietro e pude perceber que aquilo tudo era real. Um choro invadi-o minha alma, coloquei para fora.

Obrigado, obrigado - Eu repetia olhando para cima.

Pedi que soltasse Jhully e Rousy, os demais tiveram que ficar preso, assim um delegado falou. Saulo estava de cabeça baixa, dando um leve sorriso, e meu coração palpitava.

Tenham cuidado com ele - Eu falava nervosa e a gaguejar.

Calma, calma - As pessoas falavam.

Todos foram levados, a mansão ficou sendo revistada, uma policial queria que eu desse um depoimento, mais depois concordaram que eu não estava em condições. Entramos no carro, pedi que ficássemos todos juntos. Eu estava totalmente trêmula, parecia não acreditar que estava indo para casa.

Parece loucura, mais ainda temo que algo possa acontecer - Falei.

Ele tá preso, nada vai acontecer, você tá indo para casa - Nat fala.

Como isso aconteceu do nada? - Rousy perguntou.

Não foi do nada, havia gente trabalhando nisso a muito tempo - Pietro falou alisando meu ombro.

Quem? - Perguntei

Sua mãe! - Ele responde.

As lágrimas começaram a cair sem que eu espera-se. O agente do lado do motorista me entrega um celular.

Sua mãe - Ele fala.

Minhas mãos estavam a tremer, levei o celular ao ouvido e pude escutar os soluços.

Filha - Ela fala

As palavras pareciam não querer sair.

Filha fala comigo - Ela falava em meio ao choro.

Mãe - Foi o que consegui dizer.

Todo mundo na Van estava a chorar.

Eu tô indo para casa - Falei.

O celular caiu no chão, não aguentava nem segura-lo, Pietro me fez deitar em seu colo, e aos poucos eu tomava água. Liz chorava a todo instante e Jhully tentava acalma-la. Parecia que nunca íamos chegar, a todo instante eu perguntava se já estava perto, como eu fazia quando viajava para casa de verão.

Depois de um longo período de ansiedade, a Van estacionou e eu estava em frente à minha casa, imediatamente Rousy empurrou a porta, em minha frente pude ver minha mãe, Carlos e os pais de Jhully, todos os meus vizinhos estavam em suas varandas, parecia que a notícia tinha se espalhado.

Minha mãe não pode nem esperar o encontro e veio me abraçar.

Eu te amo tanto! - Ela falava enquanto me abraçava forte.

Eu chorava como se não fosse conseguir parar. Eu estava em casa, onde todos os dias eu desejei estar.

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Que foi isso hein?

Já podem comentar aí.

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