6. Garotas como eu

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Na segunda feira eu passei o restante do dia com uma tristezinha porque eu não poderia a qualquer momento do dia que surgisse algum questionamento que fosse, ligar para Benjamim. Passei a tarde revisando a pouca matéria que eu já tinha visto na semana anterior e mais tarde, fui com Romeu, Joaquim e mamãe para a sorveteria do Aldo, por algum motivo do qual eu não lembrava essa era a primeira vez que eles iriam lá.

- Que lugar legal! - Joaquim gritou assim que entramos.

Meu caçula foi correndo para o balcão. Quando chegamos lá cumprimentei o Leandro e pedi para irmos na sala de Aldo, eu queria apresentar mamãe pra ele, tinha certeza de que se dariam muito bem.

- Claro que pode entrar, você já sabe o caminho. - falou, abrindo a porta.

Entramos e assim que eu vi o olhar dos dois se cruzando soube que tinha acontecido alguma coisa especial, além do mais, dona Clarisse estava especialmente bonita naquela noite. Foi engraçado ver Aldo gaguejar para falar conosco.

- O-oi, Julieta. Que bom te ter por aqui.

- Oi Aldo! - cumprimentei. - Essa é minha mãe, Clarisse.

- É um prazer conhecê-la Clarisse. - ele falou se levantando da mesa e se aproximando para beijar sua mão.

Mamãe ficou com as bochechas coradas, mas com certeza gostou do cavalheirismo.

- O prazer é todo meu, Aldo.

- E eu sou Romeu e esse é Joaquim, somos filhos dela. - ele disse, querendo acabar com o momento de encantamento dos dois.

- Ah, claro. Eu não sabia que você tinha irmãos Julieta, isso é maravilhoso! - disse, sorrindo abertamente para Romeu e Joaquim. - Então, não vamos ficar aqui, vamos todos lá pra fora, tenho certeza que o Joaquim vai querer provar o maior sorvete do mundo. - falou teatralmente fazendo Joaquim rir.

~~*~~

A noite foi mais divertida do que pensei que seria, tive que segurar Romeu por quase todo o tempo, mas no final valeu a pena, mamãe conversou bastante com Aldo, que ainda a convidou para se encontrarem em outro lugar, só os dois na semana seguinte. Dormi depois de orar pedindo pela vida de Benjamim.

Pai, por favor, proteja ele durante toda a viagem, não permita que nada de ruim aconteça com o meu ruivinho, usa ele pra ajudar muitas crianças da África. Amém.

~~*~~

A terça-feira eu passei me preparando para o encontro no dia seguinte, quase não me concentrei na aula ou nas coisas que Sam falou sobre a investigação. Nem reparei no garoto novo que tinha chegado na sala, apenas fixei meu pensamento em tentar imaginar como seria esse grupo de apoio. E quando a quarta chegou eu pulei da cama e desejei que a aula passasse voando.

- Oi Sam. - falei

- Oi Julie, tudo bem? Você parece nervosa.

- Dá pra perceber? - perguntei rindo.

- Claro.

- É que hoje eu vou no grupo de apoio à meninas da igreja. E sei lá, eu tô ansiosa, sabe? Não tenho ideia de como vai ser e tenho certeza que não conheço ninguém.

- Não sei porque está tão nervosa você vai encarar isso de boa. - ele disse segurando minha mão.

- Tomara.

Entrega (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora