16. Sem Palavras

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O hospital estava lotado de gente, pessoas com febre até os que sofreram acidente no fim de semana. Era o mesmo hospital onde eu tinha ficado internada no ano passado.

- Quem foi que te avisou? - perguntei à Nadine.

- Foi a Poliana, ela chegou aqui faz uma meia hora. Aconteceu assim, uma vizinha foi deixar almoço pra ela, como ninguém atendeu e todos por lá conhecem o histórico da Martha ela pediu que o filho arrombasse a porta e então encontraram ela caída perto da escada.

- Então foi uma queda?

- Provavelmente, mas não é nenhuma certeza, temos que conseguir falar com algum médico. Vamos na recepção.

Nos aproximamos do balcão e a recepcionista nos olhou por cima dos óculos.

- Boa tarde, estamos precisando de uma informação sobre uma paciente que deu entrada aqui hoje. O nome dela é Martha.

- Qual o parentesco com a paciente?

- Somos amigas. - eu respondi.

- Bom, não é comum darmos informações dos pacientes para pessoas que não são parentes, mas não tem ninguém acompanhando essa moça, e o estado dela é grave, mas quem pode explicar melhor o que aconteceu é o médico, aguardem alguns minutos e ele vai conversar com vocês.

~~*~~

O médico demorou quase quinze minutos para vir falar conosco, tive que pedir a Aldo que passasse a tarde com Joaquim.

- O estado dela é preocupante porque a senhorita... Martha. - disse, depois de conferir o nome no prontuário e continuou. - Ela chegou aqui desacordada depois de tomar remédios e cair da escada. Tivemos que nos desdobrar para cuidar das duas lesões, e o quadro dela ainda não se estabilizou. Fizemos a lavagem, mas ao mesmo tempo cuidamos da fratura que ela teve no braço esquerdo, e uma pequena luxação no pé, tudo por causa da queda.

- Mas ela corre risco de vida? - perguntei, preocupada.

- É como eu falei, a situação dela é complicada, temos que tratar de dois tipos de lesões ao mesmo tempo. E nesse momento ela está desacordada, e respirando através de aparelhos. Mas quando os remédios perderem o efeito ela vai acordar e nós vamos poder tratar das lesões que eu citei. Tenham fé, vai ficar tudo bem.

Assim espero.

~~*~~

Saímos do hospital e passamos na sorveteria pra buscar Joaquim e lancharmos já que nenhuma de nós tinha dinheiro pra lanchar em qualquer outra lanchonete, foi uma benção ter um local assim free.

- Espero que fique tudo bem com sua amiga. - Aldo falou. - Se precisar de qualquer coisa pode falar comigo.

Eu assenti, e continuei a comer a lasanha que ele serviu para nós.

- Julie, depois eu preciso falar com você sobre Romeu. - Aldo disse, depois de muitos segundos de silêncio.

- Hum... Claro. - eu disse, e ele fez mensão de se levantar, e eu o chamei. - Só uma coisinha, Aldo.

- Sim.

- Não ligue para Romeu, ele sabe ser bem infantil às vezes. Ele só tem ciúme da minha mãe.

- Na verdade, eu não posso não ligar para Romeu, porque estamos pensando em levar nossa relação para um outro nível.

Entrega (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora