8. Me ensina

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Mamãe apareceu eufórica na porta, e Romeu veio logo depois.

- O que houve? - ela perguntou.

Eu entreguei o celular para que mamãe pudesse ver a mensagem com seus próprios olhos.

Julieta, pensou que tinha se livrado de mim não é? Está muito enganada, eu estou mais perto do que você imagina e quando menos esperar... nos encontraremos de novo.

Alex Borges.

Não podia ser... O pai de Sam viu ele morrer, Alex não podia estar vivo... Não podia...

- Isso só pode ser alguma brincadeira. - Romeu falou com raiva.

- De muito mal gosto. - completei, tentando ser o mais racional possível, afinal, não era possível que ele estivesse vivo, ou era?

Espantei aquele pensamento e procurei me concentrar na realidade, e a minha realidade naquele momento era estar ao lado da minha família, com meus amigos e com Deus. Eu estava com Deus, dessa vez eu saberia o que fazer.

~~*~~

O sábado amanheceu cinzento, e a noite não foi das melhores, os antigos pesadelos estavam ameaçando voltar.

A chuva caia forte do lado de fora, eu fiquei em dúvida se saia ou não para a oração dos jovens na igreja, mas nas minhas atuais circunstâncias eu não podia desperdiçar nenhuma oportunidade de me aproximar de Deus. Então, vesti a roupa mais quentinha que encontrei no guarda roupa, tomei uma xícara se café, peguei a Bíblia e o celular e saí.

~~*~~

A igreja não era tão perto da minha casa, mas como Romeu ainda estava dormindo e mamãe já havia saído para o trabalho eu achei melhor ir à pé. Quando cheguei lá, o pastor Aurélio estava sentado em um círculo de cadeiras junto com outros jovens. Layla, Pedro, Lorena e Caio estavam entre eles.

- Bom dia, paz do Senhor. - cumprimentei, e me sentei na cadeira vazia perto de Pedro.

- O Benjamim já ligou pra você? - ele perguntou.

- Não. - eu disse, com uma pontada de tristeza.

Nos meus sonhos ele me ligaria no segundo em que pisasse na África, mas a realidade era outra. Benjamim tinha suas responsabilidades e ele não estava lá a passeio, provavelmente só me ligaria semanas depois, quando já tivesse se estabelecido, ou pelos menos conseguido uma forma de se comunicar comigo.

- Ele está fazendo muita falta. - Pedro disse.

- Eu que o diga. - falei.

Interrompemos nossa pequena conversa quando o pastor se levantou e deu início a oração, depois que alguns outros jovens chegaram e se juntaram a nós, acrescentando mais cadeiras ao círculo.

- Ok, agora vamos dar início a oração. - o pastor Aurélio disse, estendendo as mãos para que segurássemos as mãos uns dos outros. - Pai querido, nós nos reunimos em tua presença mais uma vez pra te buscarmos, e ficarmos mais perto dê ti, Deus, cada um de nós tem alguma ferida a ser curada, e eu te peço, sara a alma de cada um que se dispôs a estar aqui nessa manhã abdicando de algumas horas de sono, para que da mesma forma que eles serão sarados outros conheçam a ti através da vida de cada jovem que está aqui. E assim eu te peço e te agradeço amém.

Entrega (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora