28. Apenas confiar

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A porta do auditório se abriu, e por alguns segundos eu me senti aliviada. Alfredo baixou a arma.

- Nick, que bom que você chegou a tempo de ver o espetáculo.

- Alfredo... Julie... O que tá acontecendo aqui? - Nicholas perguntou, correndo para cima do palco, onde eu estava.

Seu olhar estava assustado, ele claramente não estava entendendo nada do que estava acontecendo.

- Sai daí, Nicholas! - Alfredo gritou.

- Não! Não vou deixar você fazer nenhuma besteira!

- Nicholas, sai daí! Eu só vou terminar o que o nosso pai começou.

- Alex não merece ser chamado de nosso pai!

- Por que ele matou todas aquelas garotas? Isso não é problema nosso!

- Porque ele é um criminoso sem escrúpulos que foi capaz de abusar da própria filha!

- Ela deve tê-lo provocado! - ele gritou, apontando a arma para mim de novo.

Eu fechei os olhos desejando sumir, apenas pra não ter que ouvir tantos absurdos. Alfredo era igual ao seu pai.

- Você não sabe o que está falando! - ele disse, segurando minha mão.

Eu me senti mais segura ao sentir Nicholas segurar minha mão. Comsegui abrir novamente os olhos e vi, por trás do vidro da porta do auditório, o olhar assustado de Rute e fiz um leve movimento negativo com a cabeça, querendo fazê-la entender que não deveria entrar. Ela assentiu e deu meia volta sem que fosse percebida. Pelo menos alguém está fora de perigo.

- Afaste-se dela, ou eu atiro! - Alfredo berrou.

- Maninho, não precisa ser assim! - Nicholas implorou.

- Nicholas, não me obrigue a atirar em você! Eu não quero te machucar...

Nicholas soltou minha mão e se afastou alguns passos para o lado.

- Isso, muito bem. Fica paradinha, Julieta, vai doer só um pouquinho.

Fechei meus olhos novamente, sentindo meu coração pulando dentro do peito.

Pai, eu preciso mais do que nunca do Senhor. Não quero acreditar que este é o fim, eu sei que Tu tens grandes planos para minha vida... Vou confiar no teu amor, vou confiar...

Ouvi o som de tiro ecoando pelo auditório, e senti todo meu corpo tremer.

Talvez a minha vontade não fosse a de Deus.

~~*~~

- Nãooo! - o grito de Alfredo encheu o auditório.

O que estava acontecendo?

Eu estava caída no chão, mas não estava ferida. Nicholas é que havia levado um tiro!

- Ah meu Deus! - gritei. - Nick!

Me arrastei até ele, que respirava com dificuldade.

- Nós vamos chamar um médico. - eu falei, segurando seu rosto.

O tiro havia pegado em seu braço, que estava sangrando muito.

- Eu acho que vou morrer...

- Claro que não, Nick! Você só está nervoso.

Entrega (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora