Capítulo 30

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Assunção

– Pronto!

– Boa noite chefe. Como está?

– Simpático demais para o meu gosto. O que aconteceu?

– El Pelo, queira me desculpar, mas não está acontecendo nada. Está tudo indo bem até aqui.

– Não. Não está. Houve a explosão de uma van em uma estrada de Alto Paraná. A nossa van. E saiu em todos os noticiários da capital. Que diabos vocês andaram aprontando?

– Ah, não foi nada demais...

– Nada demais? A nossa van explodiu e não foi nada demais seu imbecíl?

– Señor, por favor deixe-me explicar. Acontece que no hotel em Ciudad, um daqueles turistas brasileiros...

– O gordo? – Questionou Amado.

– Outro que não é um dos gordos. Este sujeito comeu alguns dos nossos aperitivos com elemento Z e acabou ficando zonzo e com alucinações por conta de seu efeito.

– De quantos aperitivos estamos falando?

– De três, señor.

– Isso conseguiremos contornar. E a van? Foi consumida em chamas por causa disso? Não quero amadores trabalhando para mim.

– Não exatamente, señor. Aquele sujeito também comeu o aperitivo que continha o chip.

– O chip?! – Gritou Amado. – Escute aqui. Eu quero esse chip. Cadê esse cara? Quero que fiquem de olho nele.

– Ele está com os nossos rapazes. Eles estão levando-o para Assunção no Shelby. Quanto a van, foi necessário para impedir os outros idiotas amigos desse rapaz que comeu os bolinhos. Eles estavam de carro tentando persegui-los, então trocaram a van pelo Shelby e a explodiram na tentativa de evitar que eles conseguissem transpor aquele trecho da estrada, mas acabou não dando certo. Foi amador da parte deles, eu sei, mas trabalham muito bem. A solução então foi deixá-los para trás por meio da velocidade mesmo.

– O que poderiam ter feito desde o início e discretamente e sem chamar a atenção. Discrição é o nosso lema! – Disse enfurecido. – Escute aqui. Quero-o aqui e vamos tirar o chip dele fazendo-o vomitar, cagar ou seja lá como for. Ordeno que abram o corpo dele se for preciso. Se vocês falharem em trazê-lo, mando te esquartejarem. Você me entendeu?

– Sim señor. – Respondeu o Edgar Ronald Óscar engolindo em seco.

– Onde você está agora?

– Estou nos arredores de San Estanislao, señor. Vim para cá em um carro roubado na fronteira assim que me separei deles que ainda estavam na van até aquele momento. Vou abandoná-lo por aqui e seguir com eles ao seu encontro aí em Assunção. Já estariam aqui se não fosse pelo contratempo que tiveram ao tentar impedir aqueles idiotas. Já devem estar chegando. Partiremos assim que o sol nascer.

– Excelente!

Hernandarias

Juntamo-nos todos naquela lanchonete e começamos a rir do susto que havíamos levado com a chegada deles naquelas motocicletas. Depois de algumas piadas sobre isso, passamos a falar da situação do Dani que precisava urgentemente tomar um banho e trocar de roupas. Logo o Guto puxou assunto para o velho Carlos.

– Você caiu da moto como caiu daquela escada lá na Amplo, velho?

– Não gorducho. Sou um Pombero desde os meus vinte anos de idade.

– Pombero? Que porra é essa?

– É o nome do nosso moto clube de membros brasileiros, argentinos e paraguaios.

Rumo ao ParaguaiOnde histórias criam vida. Descubra agora