Em pleno século XXI, um garoto de 22 anos, não saber o que é um e-mail era, no mínimo, bem estranho. Então, assim que resolvêssemos os assuntos do emprego com o Sr. Lion, teria que apresentar Dimitri ao nosso mundo moderno. Pensei que não seria difícil, já que ele é muito inteligente. Mas eu me enganei... E muito.
Após as aulas, eu e Dimitri fomos até a Pizzaria, sozinhos. Apesar de Kat ter concordado em ajudar, antes de sairmos ela disse que não poderia trabalhar conosco, argumentando que dedicaria seus tempos livres para escrever seu primeiro livro, algo que tinha a ver com piratas. Não sabíamos de era verdade, ou mais uma das desculpas de Kat para evitar trabalho duro, mas resolvi dar a ela o benefício da dúvida.
A Pizzaria que antes tinha uma bela fachada com detalhes italianos e um belo leão dourado no Outdoor, hoje tinha a pintura desgastada, o Outdoor furado e a portão entortado. O Sr. Lion precisava de muito mais do que dois jovens para ajudá-lo a tirar a Pizzaria do fundo do poço.
Tocamos a campainha. Dimitri estava um tanto nervoso e eu percebia isso pela sua expressão. Depois de alguns instantes, o Sr. Lion apareceu. Um senhorzinho baixo, de barriga saliente e camisa xadrez, cabelos ralos e barba branca.
"Menina Mitchoff... Como você está?”, Ele me cumprimentou alegre, com dois beijos no rosto. Bem italiano.
"Muito bem, e o senhor?"
"Vivendo, mocinha, vivendo... E Katrinne?"
Seu sotaque era muito engraçadinho. Me condenava por dentro a cada vez que sentia vontade de rir.
"Ela está com um novo projeto em mãos... Então somos só eu e ele."
"E você é o...", Ele se dirigiu a Dimitri.
"Sou Dylan Samberg. Prazer em conhecer o senhor."
"O prazer é todo meu. Vamos entrando, crianças."
Quando entramos, ele nos convidou a sentar em uma das mesinhas antigas da pizzaria, enquanto continuava a nossa conversa.
"Brizza me contou que vocês têm interesse em me ajudar."
"Sim! Dylan é primo da Kat e está sem emprego e lugar pra ficar. Queríamos que ele ficasse conosco, mas é contra as políticas da Universidade dividir dormitórios com alguém de outro sexo. ” Contra as políticas de Phellix Upplenight, na verdade, mas deixei tal detalhe fora da esfera. “Então pensei que poderíamos unir o útil ao agradável."
Sr. Lion coçou o queixo e permaneceu em silencio alguns instantes, à sós com os próprios pensamentos.
"Então quer morar aqui, Sr. Samberg?", perguntou após isto.
"Quem?"
Dimitri estranhou a princípio, mas depois notou que Lion se referia a ele.
"Ah... Sim, Sr. Lion. Prometo não atrapalhar. Sou disciplinado, limpo e não sou barulhento..."
"Ok, ok, garoto. Já entendi. Olha eu aceito, porque preciso de ajuda. Mas tenho três condições para você."
"Pode falar."
"Primeiro: infelizmente, a LionBlatt está em crise, como você pode notar, então só vou poder pagar cento e cinquenta dólares por semana e vocês dois terão mais que uma função. Serão 'faz-tudo.' Vão limpar, cozinhar e, se preciso, até entregar."
"Eu não sei dirigir moto, Sr. Lion, mas Dylan sabe."
Ele me encarou, espantado e levemente irritado. Ele realmente já dirigiu motos... Motos de 1945.
"Ok. Isso vemos depois. Segundo: Sr. Samberg, não vou poder te oferecer mantimentos por muito tempo. O que temos aqui é para uso da pizzaria. Depois de dois meses terá que comprar suas próprias coisas. Eu sei que eu estou parecendo 'pão-duro', mas infelizmente a minha situação não permite que eu ajude mais."
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Você Não Existe
FantasyO que você faria se algo que você inventou realmente existisse? Brenda Mitchoff, aluna de literatura em Vancouver, escreveu o seu primeiro livro: "Algumas Cartas", nos últimos anos da universidade. O livro teve toda a sua dedicação, já que ele seria...