" Com meu coração palpitando, e o olhar desacreditado, vi Sondra correndo em minha direção.
'Agora podemos ser felizes, querido.'
As marcas da guerra sempre ficariam em mim. Mas vê-la me fez esquecer de tudo!
'Felizes a medida do possível!'
Fim
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Finalmente eu tinha acabado.
Muita gente pode achar que esse final é feliz e clichê, mas não via nada mais justo do que um final feliz para Sondra e Dimitri. Depois de tudo o que passaram na guerra, Londres bombardeada e pelo o que ela passou no campo de concentração nazista, eles mereciam esse final.
Minha obra prima!
Talvez eu tenha exagerado um pouco ao enaltecer tanto a beleza, lealdade e bondade de Dimitri, mas, para mim, tal exagero era, no mínimo, necessário. Como Algumas Cartas estava encerrado, poderia, naquele momento, ao menos tentar ter uma vida social. Ou mais ou menos isso.
Eram mais ou menos nove da manhã quando Katrinne abriu a porta do nosso pequeno dormitório, aquele dia:
"Ainda nisso, Brendy? A aula começa em dez minutos!"
"Já acabei Kat!"
Ela me olhou cética e chocada:
"Acabou? Sério? Achei que não ia acabar nunca. Dimitri morre?"
Dei uma risada.
"O Dimitri nunca vai morrer, querida. Ele é minha obra prima!"
"E quando eu vou poder ler o final dessa história?"
Com o olhar perdido ao fundo de nosso quarto/casa eu disse:
"Em breve!"
Katrinne era minha colega de quarto há quase três anos. Nós duas fazíamos literatura, mas ela não era lá a aluna mais dedicada de nosso curso. Mas, com certeza, era muito mais bonita e sociável do que eu. Tinha cabelos loiros- dourados, olhos verdes e um carisma sem igual. Bem sociável. Sociável do tipo "Tenho um namorado diferente por semana".
Já eu... Bom... ao meu ver, naquele momento eu não poderia colocar amor na minha cabeça. Algumas Cartas era a minha chance de entrar no mundo de escritores aclamados. Ou, até mesmo, de ter meu nome nos Best- Sellers do New York Times. Definitivamente, Dimitri Strauss deveria ser o único homem da minha vida naquele momento.Ao trazer o foco ao Dimitri, posso resumidamente dizer que ele é o protagonista do meu primeiro livro, Algumas Cartas, que é ambientado nos dias da Segunda Guerra Mundial. Dimitri era filho de um britânico e uma russa, que foi convocado para guerra assim que fez 18 anos. Ele tinha uma namorada que morava aos arredores da pequena fazenda em que ele morava com os pais. Ela era judia. Assim que ele foi para a guerra, escrevia cartas para ela e quando descobriu que ela foi enviada para o campo de concentração nazista, armou um plano para resgatá-la.
Modéstia à parte, sempre considerei a minha história bem criativa e ainda considero. Mas, apesar de minha entrega ter sido grande na história completa, concentrei em Dimitri toda a minha inspiração de escrita. Sempre com a tolice de inventá-lo em formas física e sentimental perfeitas. Ele era um cara intenso, e as reações dele perante as difíceis situações não me pareciam tão realistas. Nenhum ser humano na Terra faria o que Strauss fazia.
Katrinne dizia que idealizei nele a pessoa que eu sempre quis para mim. Eu não concordava. Ao meu ver, ele fora uma maneira para eu desenvolver cada vez mais minhas idéias. Não sei ao certo como explicar.
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Você Não Existe
FantasyO que você faria se algo que você inventou realmente existisse? Brenda Mitchoff, aluna de literatura em Vancouver, escreveu o seu primeiro livro: "Algumas Cartas", nos últimos anos da universidade. O livro teve toda a sua dedicação, já que ele seria...