POV KEVIN
Não havia momento mais perfeito que aquele. Não mesmo. Entrelaçando meus dedos nos cabelos de Brenda, e ela repetindo o gesto... sentindo finalmente como era o beijo dela. Gosto de gloss sabor morango.
Não foi como da primeira vez, que eu a beijei. Estava muito louco. Não era nem de longe como da primeira vez. Era ainda melhor que a segunda, em nosso encontro há duas noites. Era a melhor vez de todas.
Interrompi o beijo, ofegante e relutante e ela me olhou com um sorriso tímido no rosto translucido.
"Se eu soubesse que era tão bom assim, teria aceitado ir ao cinema com você logo de cara!"
Parecia um sonho. Mas graças a Deus, não era.
"Eu sempre soube que seria mágico.", entrelacei suas mãos nas minhas.
"Não vai se acostumando, garotão. Isso ainda não quer dizer que estamos namorando.", ela deu um tapa em meu ombro.
"Quer dizer o que então?"
"Que estamos em processo..."
"Ah sim...", disse, começando a dar vários cutucões em sua barriga.
"Pare, isso dói!"
Começamos a rir e eu a peguei no colo, como quem carrega um bebê que acaba de tomar uma mamadeira.
"Me larga, troglodita!"
Como isso pode acontecer tão rápido? No mês passado ela me odiava. O contraste da relação entre nós era gritante.
Eu sempre gostei de Brenda. Não sei ao certo quando isso começou. Eu sei que, quando eu a vi jogando Halo 5 no Xbox que minha ex, Ally, tinha, eu já gostei do jeito diferente dela. Ou, quando ela estava com aquele maiô amarelo e parecia uma bananinha tonta no meio daquelas garotas metidas dançando de biquínis curtos. Sim, eu ficava com aquelas garotas. Mas quando alguém conquistava seu coração, essas brincadeirinhas de cara mimado não valiam mais a pena.
E Ally era uma ótima garota, que infelizmente sofreu com a versão mimada do Kevin. Me sentia mal pelo que fiz a ela e tenho certeza que Brenda me odiava justamente por isso. Trair é algo que só um otário faz. E eu fui um. Mas eu tinha acabado de entrar naquela fraternidade e era minha chance de fazer de tudo para me tornar um Kevin diferente do Kevin do colégio. De mostrar que eu era um cara legal e não uma "bicha reclusa", como me chamavam na escola. Acho que qualquer um faria o mesmo.
Claro que eu me vinguei daqueles caras que me zoavam. Mas isso é história para outro dia.
Foi difícil planejar um encontro perfeito para Brenda. Quando eu a ajudei, foi a deixa para eu a convidá-la, como uma pequena vantagem. Eu tinha quase certeza que ela diria coisas como "não", "nunca", "vai sonhando", ou risse da minha cara até não aguentar mais. Mas ela me surpreendeu com um "sim". Então há três dias, antes da festa dos calouros e aspirantes de todas as fraternidades, passei na secretária, para entregar novamente a declaração do médico, permitindo que eu tivesse seringas em meu quarto na Beta. Como Ty era presidente, ele foi comigo, para assinar as autorizações. Era para minha insulina. Diabetes não são nada boas, pode apostar. Foi quando vi Dimitri entregando seus documentos da matricula, junto com Brenda e Kat.
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Você Não Existe
FantasyO que você faria se algo que você inventou realmente existisse? Brenda Mitchoff, aluna de literatura em Vancouver, escreveu o seu primeiro livro: "Algumas Cartas", nos últimos anos da universidade. O livro teve toda a sua dedicação, já que ele seria...