XI

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Peguei o longo corredor deserto para a biblioteca, que, por sua vez estava cheia. Para entrar na biblioteca havia duas entradas, a do longo corredor deserto (que era bem mais rápido) e a entrada principal, por onde todos os alunos entravam

Olhei ao redor e não vi o sebo do Samuel. Revirei os olhos e sentei em uma cadeira para esperá-lo. Fiquei estudando a matéria de história e quando percebi já se passava das três e meia. Não acredito que aquele idiota furou comigo.
Saí da biblioteca pelo mesmo caminho que entrei e fui atrás do Samuel nos principais lugares que pensei que ele 

poderia estar. Por fim, o achei com a Maria e uns amigos na sala de convivência.
-Muito bonito Samuel. -Falei interrompendo o papinho dele. -Por acaso você lembrou que tinha que estudar comigo duas horas atrás? -Ele me olhou e o sorriso que tinha em seu rosto se fechou. 

-Acho que esqueci. -Ele olhou para Ana e só então reparei que ela estava lá. 

-Nem vem Samuel, eu te avisei. -A Ana levantou os braços em sinal de rendição. 

-Enfim... -Falei. -Vou falar pro professor de biologia que isso não vai dar certo. -Me virei para sair dali, mas ele segurou meu braço e eu não sei porque me virei para olha-lo. 

-Não. Me dá só mais uma chance, amanhã eu apareço sem falta. 

-Tá bom, mas se você não aparecer amanhã eu desisto de vez. -Saí dali e fui para o meu quarto. 

-Oi Clara. -Olhei para ela e vi que estava chorando. Sentei ao lado dela e ela deitou no meu colo. 

-Eu e o Guto terminamos.  -Arregalei os olhos. 

-O que aconteceu? Ele te traiu?

-Não. Eu sou a errada, não ele. 

-Quer me contar? 

-Acho que está na hora... -Ela respirou fundo e deu início a uma longa história. -Lá onde eu moro, tem um menino que eu sempre fui apaixonada, mas ele sumiu por vários anos e agora ele voltou. Voltamos a conversar e eu acho que tudo que eu sentia por ele está voltando também. 

-Você terminou com o Guto, aquele menino maravilhoso, por achar que gosta de um menino que você não vê há anos? 

Ela assentiu e não disse mais nada. 

A Ana entrou no quarto e não perguntou nada, porém vi que ela ficou triste por não ter mais intimidade suficiente com a gente. Quando a Clara adormeceu eu saí do quarto de fininho e fui escondido até a ala dos meninos. 

-O que sua mãe diria se te visse por aqui, heim? -Era a voz do Samuel. Revirei os olhos.
Já estava na frente da porta do Guto, então bati. 

-Se minha mãe soubesse um terço das merdas que você faz, que por sinal eu sei, tenho certeza que ela diria coisa pior. 

-Ui. Ta legal, já entendi o recado. -O Edu abriu a porta e arregalou os olhos.

-Se perdeu no caminho?-Ele perguntou ao mesmo tempo que o Samuel ia embora pelo corredor. 

-Não, só quero conversar com o Guto. -Acho que nunca cheguei a falar que o Guto é o meu melhor amigo. 

-Eu vou chamar el... 

-Não precisa. -Olhei para os lados e entrei no quarto deles. O Caio estava sentado na cama, lendo um livro de Física. Ignorei a cena e olhei para a cama do Guto, onde eu via um menino abraçado no travesseiro olhando para o nada. O Edu sentou na cama dele e ficou mexendo no celular. 

Sentei na cama do Guto e o abracei. 

-Quer falar? 

-Não posso dizer que não estou triste, mas se ela reencontrou um amor antigo quem sou eu para ficar no meio?

-O namorado dela, talvez. 

-Ex...-Ele me olhou triste. -Ex-Namorado.

O Idiota da minha escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora