-Samuel... -Abri os meus olhos e vi um Samuel que eu nunca vira, calmo e sem farpas na mão. Nossos corpos e rostos estavam tão perto e saber que eu não era a única que fechara os olhos me deu vontade de sorrir e eu sorri.
Ele abriu os olhos, me viu sorrindo e sorriu também afastando-se de mim devagar.
Fiquei tão insegura quando processei o que aconteceria se eu não tivesse chamado seu nome, que o medo tomou conta de mim. Não medo do Samuel que, apesar de me tirar do sério, não me faria mal... Senti medo do passado e das coisas que eu já vivi. Não queria nunca mais ter que viver ou lembrar de nada daquilo... Não queria ter memórias que eu tenho do meu pai e não queria que certos momentos me atormentassem até os dias de hoje, quando estou dormindo e, pior, quando estou acordada.
-Desculpa...Eu... -Ele se enrolou com as palavras e preferiu mudar de assunto. -Se eu falar que não voltei com a Maria, podemos fazer alguma coisa? -Preferi não tornar a conversa intensa de novo e não fiz nenhum comentário sobre segundos atrás.
-Podemos sim. -Fechei o meu not. Não aguentava mais ouvir as mesmas músicas. -O que você quer fazer? Ah, nada que envolva movimento, pois meu pé está doendo horrores.
Ele me olhou feio.
-Como você chegou aqui? -Perguntou preocupado, e que bonitinho que ele ficava quando estava preocupado.
-Pulando. -Dei de ombros.
-Você pulou do seu quarto até aqui? -Ele continuou me olhando feio.
Assenti com a cabeça.
Ele levantou e me pegou no colo com facilidade.
-Vamos jogar quest. -Ele falou enquanto caminhava comigo para a sala de estar.
-Me coloca no chão! As pessoas estão olhando.
-Bom dia. -Ele disse para um grupo de meninas que passou contra nós, ignorando completamente meu comentário.
-Me bota no chão. -Ele me ignorou de novo.
Bufei.
-Já disse que você parece um touro quando bufa? -Olhei para ele e o fuzilei com os olhos. Ele riu.
Chegamos na sala de estar, que não tinha mais que cinco pessoas. Ele me colocou em uma cadeira, pegou o jogo e sentou na minha frente.
-A gente vai jogar, mas ainda sim quero que a gente faça algo mais divertido. Esse jogo é muito educativo. -Sorri para ele e, após tudo estar montado e ele ter colocado meu pé em uma cadeira, começamos a jogar.
Que vença o melhor!
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O Idiota da minha escola
RomanceAlice Walker é uma menina calma, estudiosa e que ama dançar, inclusive já ganhou vários prêmios e troféus em competições de dança de diferentes estilos. Ela estuda no colégio interno de sua mãe,Carla, que apesar de ser diretora é amada pela maioria...