XXIV

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Depois dele me contar a versão da mesma história que o Edu me contou, pude perceber que, de certa forma, o Caio estava mesmo exagerando. 

-Você vai me odiar, mas você está exagerando um pouco. Você e a Kelly não tinham nada sério. 

-Mas eu gostava dela, Alice. 

-Eu sei, mas seu sentimento não era recíproco. 

-Você não precisa jogar isso na minha cara. 

-Não estou fazendo isso, Caio. Só estou falando que você não deve discutir com o Edu por isso. Do mesmo jeito que você gostava dela, eles se gostavam. Não escolhemos por quem vamos gostar e é só você olhar para cara do Edu para ver como ele está mal. 

-Eu vejo isso, Alice. Mas tenho direito de ficar mal. 

-Você tem razão. Desculpe, não deveria me meter. -Dei um beijo na testa dele e saí do quarto rezando para ninguém estar passando. 

Fui para o meu quarto, já que só faltava o convite das minhas colegas de quarto e do Guto. Tomei um banho e quando deu a hora do almoço, foi para o refeitório para almoçar com o casal mais enrolado dessa escola. 

-Espero vocês lá. -Estendi o convite para os dois assim que os vi. 

-Pode deixar, dona Alice. -Entramos no refeitório, pegamos a comida e sentamos na primeira mesa que vimos pela frente. 

-Querem me contar o que o Twitter idiota falou sobre vocês? -Perguntei olhando para os dois.

-Falaram que eu não sabia se namorava o riquinho da minha infância ou se namorava o filho de uma garçonete. Resumindo, me chamaram de fútil interesseira. 

-Falaram que eu era um fantoche e manipulável. Fora que me acusaram de ter aceitado voltar com a Clara só por causa do dinheiro que a família dela tem. 

-Estou louca para pegar os filhos da mãe que fizeram isso. 

-Nem me fala... Você vai para piscina com a gente? -O Guto perguntou. 

-Vou sim, só que eu só posso às três. 

-Tudo bem. -Terminamos de comer e fui direto para a biblioteca, pelo meu caminho solitário de sempre. 

O Samuel, por incrível que pareça, já estava lá. 

-Qual matéria do dia? -Perguntei sentando ao lado dele. 

-História. -Ele falou animado e eu arregalei os olhos. Ele percebeu. -O que foi? Não posso estar animado para estudar?

-Não. -Respondi. 

Ele revirou os olhos e , involuntariamente, dei um meio sorriso. 

Abri o livro e comecei a explicar a matéria para ele.

-Você é tão nerd assim em tudo? -Ele interrompeu minha explicação para um comentário bosta. 

-Não sou nerd, Samuel. Eu estudo. -Revirei os olhos.

-Deve ser por isso que tem uma vidinha social mais ou menos. 

-Eu não tenho uma vidinha social mais ou menos. E se eu tiver? I daí? Pelo menos daqui a uns anos eu vou ter um bom emprego e uma vida social exelente. 

-Eu prefiro ter vida social agora e estudar depois.

-O tempo de aprender é agora e não daqui a uns anos. 

-Vale a pena? Digo, se matar de estudar agora?

-Vale. -Foi tudo que disse antes de voltar a explicar a matéria para ele. 

O Idiota da minha escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora