LXXXVI

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-Eu te amo. -Falei e ele ficou quieto por um bom tempo. -Olha, tudo bem se não sentir o mesmo, eu só queria que soubesse. -E tudo bem mesmo, quem eu era para querer que o Samuel me amasse? Claro que eu iria amar que o Samuel sentisse o mesmo que eu, mas isso tem que partir dele e eu não posso forçá-lo a ter um sentimento. 

Eu ia beijá-lo, mas ele abriu a boca e eu o deixei falar. 

-Eu não sentir o mesmo? Impossível... Eu te amo. -Abri um sorriso enorme e nos beijamos, só que dessa vez, o fogo não estava tão grande. 

-Vai querer sair ou curtir o hotel? -Ele perguntou me dando vários selinhos. 

Você que vai ter que dar o primeiro passo. As palavras invadiram a minha cabeça. 

-Será que a gente pode só ficar aqui? Vendo um filme? 

-Você veio para Rússia ver filme? -Vamos estar colaborando, por favor Samuel. Pensei. 

-Algum impedimento se for? 

-Nenhum. É que eu não confio em mim para ficar sozinho aqui com você. -Ele mordeu o meu pescoço. 

-Ficávamos sozinho na escola direto. -Passei minhas mãos pelas suas costas até chegar na ponta da camisa. Segurei a blusa.

-Com sua mãe pertinho da gente. 

-Agora ela está bem longe. -Levantei a blusa dele devagar e, para minha surpresa, ele não mandou eu parar. 

Tirei sua blusa e o beijei. 

-E o filme? -Perguntou entre o beijo. 

-Foda-se o filme. -Dei vários beijinhos nele, até chegar em seu pescoço, onde dei leves mordidas.

-Alice, Alice... -Ele disse com uma voz sensual em meio a um suspiro. -Não faz com que eu perca meu autocontrole que eu lutei tanto para conseguir. -Nossos corpos estavam tão colados que eu podia sentir o volume em sua calça.

-E se perder? -Perguntei em um sussurro.

-Tenho medo de te machucar, não só fisicamente, mas psicologicamente. -Havia medo em sua voz. 

-Eu confio em você, meu amor, e você não vai me machucar. -Dei um beijo nele, mas ele interrompeu. 

-Vamos pedir alguma coisa para comer? -Ele perguntou se afastando de mim. -Estou varado de fome. -Pior que eu também estava. 

-Vamos sim. Pede um Pelmeni para mim. -Falei sentando no sofá, muito confortável por sinal, que tinha no nosso quarto. 

-O que é isso? -Ele perguntou rindo. 

-É um prato típico da Rússia, massa com almôndega. Procurei na internet, parece ser bom. -Ele pegou o telefone e ligou para o serviço de quarto e pediu dois. Não demorou quase nada para chegar. Pegamos nossa comida, ligamos a netflix na televisão e ficamos vendo um filme. 

Acabou que o Pelmeni era bom mesmo e, só de olho, eu queria pedir outro, mas impedi a mim mesma. 

Vimos um filme e meio, pois na metade do segundo eu já não aguentava mais e, aparentemente, o Samuel também não.

Olhei para o meu namorado e vi que ele, mesmo sem querer, estava concentrado no filme. Levantei do sofá e sentei em seu colo, virada para ele.

-Eu estava vendo o filme, princesa.

-Falou bem, querido, estava. -Eu o beijei. No meio do beijo, ele silenciou a televisão, ou desligou (não sei), e eu soube que ele estava entregando os pontos. Comecei a me mexer em cima dele e ele soltou um leve suspiro. Então, ele levantou do sofá me segurando no colo e me levou para cama. Ele me colocou carinhosamente lá e ficou por cima de mim.

-Você não desiste mesmo, né Alice? -Ele parou de me beijar e me olhou.

-Se você falar que não quer, eu desisto agora. 

O Idiota da minha escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora