XL

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No refeitório fiquei olhando para todos os lados, mas nada do Samuel. Durante todo o caminho para a piscina, uma ou outra pessoa estava falando sobre isso. Será que esse povo não tem nada melhor para fazer não? Que saco... 

-Não vai entrar não, Alice? -A Clara perguntou tirando a saída de praia. 

Vi o Samuel do outro lado da piscina caminhar em minha direção com uma cara de ódio. Cara aquela que deu uma pontada no meu coração. 

-Vou daqui a pouco. -A Clara percebeu que o Samuel vinha em nossa direção. 

-Você não tem que dar moral para ele. -Assenti com a cabeça e foi o tempo que ele levou para estar parado do meu lado gritando comigo.

-Sério Alice, nunca achei que você era esse tipo de pessoa. -Todas as pessoas que estavam na piscina nos olharam. Meu rosto corou de vergonha. Não pelos colegas que estavam lá, mas por meus amigos estarem vendo um garoto gritar comigo em público.

-Fala baixo comigo! -Falei em um tom normal, mas cheia de raiva. 

-Ei cara, quem você acha que é para falar assim com a Alice? -O Guto me defendeu, mas ele não sabia onde estava se enfiando. 

-Fica na sua, filho da garçonete! -O Guto e todos os meus amigos arregalaram os olhos. Naquele instante eu fiquei triste, pois, mesmo com muita raiva e ódio daquele menino, eu sabia que ele não queria ter menosprezado o Guto e a mãe dele. Pelo contrário, apesar de seu tom de raiva, em suas palavras não tinha nenhum tom de rebaixamente, mas sim de inveja. Contudo, meu amigos eram muitos cegos no quesito Samuel para entender isso. 

-Olha aqui garoto, eu sou...

-Não Guto, está tudo bem. -Lancei um olhar de "por favor para de falar que eu te conto tudo depois" que só o meu melhor amigo conseguiria entender e, por sorte, ele entendeu e ficou quieto. Porém, nossos outros amigos nem tanto, mas o Guto me ajudou a fazer todo mundo ficar quieto.

-Por que você defende esse daí? -A Clara deixou escapar. E era uma boa pergunta. Por que? Nem eu sabia. 

-A gente pode conversar? -Ele perguntou ignorante.

-Vamos. -Virei para os meus amigos. -Entrem na piscina, eu já voltou. -Vi o Samuel se afastando. -E, por favor, não falem dele mais do que já estão falando. -Falei baixo.

-Por que ainda defende esse babaca? -O Edu perguntou. 

-Não defendo. Só vamos conversar. Beijo gente, amo vocês. -Falei enquanto seguia o Samuel. -Eu não demoro. -Nenhum dos meus amigos comentaram alguma coisa, então dei uma corridinha para acompanhar o Samuel. 

E ai vai a briga que eu inventei para minhas amigas. 

O Idiota da minha escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora