Capítulo 12

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                                                                   (Mel narrando)

Da sala de espera vi o Gui indo embora, pensei em ir atrás dele, mas deixei pra lá, aproveitei e entrei no quarto do meu pai. Ele estava tomando um calmante, pois tremia demais.

— Pai, você tá bem? – Fui até ele.

— Estou preocupado.

— Com o que?

— Com você.

—Por quê?

— Promete pra mim que vai se afastar desse menino Mel. – Eu estava perplexa, pensei que isso fosse coisa só do meu outro pai.

— Mas, Pedro... – Ele me interrompeu.

— Minha saúde está fraca Mel, você me daria um grande desgosto se ficasse com esse menino. – Abaixei a cabeça. – Se eu morrer, como você acha que vou me sentir em saber que você está se envolvendo com esse tipo de gente. Eu conheço a família desse garoto, é péssima e ele é um drogadinho.

— Tudo bem.

— Você vai se afastar dele?

— Sim. – Respondi baixo.

— Obrigado minha filha, sabia que você não ia me decepcionar. – Forcei um sorriso de lado.

— Vou dar uma volta, agorinha eu venho.

Saí do quarto e fiquei andando pelo hospital, queria só minha casa pra eu chorar e nada mais. Quando eu estava voltando pro quarto, meu celular tocou, era ele.

—Alô?

— Tá melhor?

— É, sim. Estou!

— Estou sem aula hoje, quer que eu vá te ver? – Mordi o lábio e lembrei do apartamento do Pedro, eu estava com a chave.

— Hum...

—Quer?

— Quero. – Sou fraca demais.

— Então a noite você me fala onde você vai estar. Tchau Dama! – Ri.

—Tá bom, tchau vagabundo.

Fui até o quarto do Pedro e me despedi dele, ele só teria alta no dia seguinte durante a tarde. Peguei um táxi e fui pra casa.

                                                            (Gui narrando)

Desliguei o celular, o Paulo se jogou na minha cama e perguntou:

— Ainda aquela lá?

— Ainda aquela lá. – Rimos.

— E a Nanda?

— Aquela lá é um caso sério mano. Acho que ela me quer, mas não como eu quero ela!

— Ah, isso é óbvio.

— Não curto ela o suficiente pra namorar com ela.

— Eu sei, tu gosta das morenas e bonequinhas. – Ri - A Nanda é mulher demais pra você!

— Ou ela é muito criança.

— Como? — Ele perguntou sem entender.

— Esse lance dela ser muito mulher cara, ela age como uma adolescente mimada. Eu não consigo lidar com o gênio dela!

— Calma, é isso mesmo que eu to pensando... – Ele riu. – Você tá dispensando a Nanda?

— Não é bem assim Paulo. – Comecei a rir. – Ok, eu to dispensando a Nanda.

— E ela sabe disso?

— Sabe o que? – Thiago entrou no meio da conversa.

— Ele tá dispensando a Nanda.

— Demorou pra caralho pra ele fazer isso. – Nós rimos.

— Cara, é a Nanda! – Paulo deu ênfase no nome.

— O que adianta ser aquele mulherão e não ter nada na cabeça? – Thiago disse olhando pra mim e fiz sinal positivo com a cabeça. – Eu acho ela uma mulher e tanto, mas meu, ela é... – Ouvimos a porta abrir.

— É o que Thiago? –Nanda perguntou já chorando.

— Nanda! — Eu disse alto.

Eu tentei ir atrás dela, mas ela foi mais rápida e saiu correndo da minha casa. Quando eu consegui alcança-la, ela já estava no portão.

— Espera! — Thiago tentou puxar ela.

— Calma. – Eu segurei seu braço.

— TIRA AS MÃOS DE MIM! – Ela gritou soltando os braços, ela chorava de soluçar.

— Me perdoa Nanda, eu não queria...

— Você sabia que eu sou apaixonada por você né Guilherme? VOCÊ SABIA! – Ela me empurrou. – Você não presta. Nenhum de vocês presta!

— Nanda, olha...

— Você é o pior de todos Guilherme, porque você me usou, sabia que eu sempre ia estar disponível pra você, que eu gostava de você, que eu estava esperando um pedido... Só um. Só um pedido e eu seria sua, mas não, VOCÊ NÃO PODIA SE LIVRAR DE TODAS! – Ela me empurrou mais uma vez.

— Para!

— Não! – Ela tentou me empurrar e eu segurei seus braços.

— Eu não te amava o suficiente pra ficar só com você Nanda! Não era o suficiente pra mim, eu nunca pedi pra você se apaixonar por mim. Me desculpa! – Eu soltei seus braços e ela me abraçou com força.

Engravidei do Jogador 3Onde histórias criam vida. Descubra agora