Capítulo 36

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(GUI NARRANDO)

Então quando eu achei que meu dia não poderia ficar pior, vejo o mauricinho saindo com a Melissa do shopping, xinguei mentalmente. Fui pros fundos do shopping e acendi um cigarro.

— Vei. — Paulo chegou pegando o cigarro da minha mão e apagando. — Tá mais calmo?

— Eu mando você se foder ou tomar no cu, Paulo?

— Cala a boca, não muda de assunto. Manda teu pai tomar no cu e vau atrás dela.

— Já te expliquei mil vezes e não to afim de explicar de novo. Agora vaza que eu quero fumar.

— Se foder, me dá um cigarro aí também. — Ele pegou e acendeu. Eu fiquei alí pensando no azul do olho dela, no corpo dela, me arrepiei...

— Eu preciso fumar algo mais forte. — Eu disse apagando o cigarro.

— Não fode Guilherme.

— Ela mexe com meu psicológico cara, preciso pegar mulher. — Suspirei. — Vamos matar aula hoje?

— Tem prova vei.

— Foda-se velho, quero uma mina bem gostosa e com olho azul e...

— Tu quer é aquela morena que eu tô ligado... — Ele disse sorrindo. — Como é mesmo o nome dela? — Eu sorri também. — Acho que é Melina... Ou não... Como é mesmo Gui?

— Melissa. — Respondi suspirando. — Que mina.

Mais tarde eu já estava pronto pra baladinha na Zona Sul, fui pra sala esperar os meninos e a Nanda estava entrando. Logo os meninos ficaram pronto e pegamos um táxi. Quando chegamos na porta da balada e vi aquele monte de mina gata, sorri. Olhei pro Paulo que pensou a mesma coisa que eu, deixei o Thiago com a Nandinha na fila, e nos juntamos ao grupo de garoto. Me apresentei a uma gatinha chama Luísa e o Paulo pegou outra lá. Deixei pra pegar ela dentro da balada, quando ela já tivesse bebido umas. Logo o Thiago assoviou, dei um beijo no canto da boca da Luísa e entrei com eles, quase tive que pegar um desentupidor pra fazer o Paulo soltar da boca da mina.

— Filho da puta, desgraçado, só porque não pegou a mina queria miar a minha é?

— Ela tava fácil demais, quero uma morena do olho azul... — Eu disse indo até o bar e pedindo um combo de vodka e bebendo em seguida.

— Tu tá muito abusado moleque. — Ele riu.

— Já que eu não posso ficar com a mina que eu gosto, vou pegar o resto.

Eu diria que eu tinha passado o rodo na balada toda, não encontrei um só mina de olho azul naquela porra, em minhas contas e eu não podia contar muito porque tinha bebido pra caralho, acho que cheguei a pegar umas umas oito ou nove meninas... Comecei a rir.

— Cara, tu tá muito louco. Precisamos ir embora, tomar banho e ir trampar. — Nós saímos da balada, sentei no ponto de ônibus, depois de ter tomado um energético, estava quase cochilando quando ouvi o Paulo dizendo. — Aquela é a...

— Quê? — Minha cabeça doía muito.

— A Mel velho, parece que ela tá passando mal.

— Vamos lá. — Eu me levantei e atravessei a rua, ela estava sentada no meio fio. Ela, eu me refiro a menina que parecia MUITO com a com a Mel, mas não era a Mel. Eu acho... — Ei garota. — Ela levantou o rosto e então eu me assustei, não era a Mel.

— O que? — Ela perguntou com a maquiagem toda borrada.

— Você tá bem?

— Por acaso eu pareço bem? — Suspirei. E então puxei seu rosto para cima, tomei um susto. O rosto parecido, a mesma cor dos olhos, ela me lembrava tanto...

— Melissa... — Sussurrei.

— Você não é a primeira pessoa que diz que eu pareço com ela, primeiro foi um menino na balada... — Continuei a encarando.

— Velho, tu é igualzinha a ela. Desculpa, eu não devia ter vindo aqui. — Me levantei e dei de cara com ela.

— Guilherme essa é a Milena. — Meu coração disparou só de ouvir sua voz. — Ela é minha prima.

— Tá na cara que é sua prima. — Paulo disse rindo, ela sorriu também. — Vamos Gui, o buzão. — Ele me puxou, nós subimos no ônibus e eu encarei a Mel pelo vidro, ela ajudou a prima a levantar e me deu uma última olhada até eu perder ela de vista.


Engravidei do Jogador 3Onde histórias criam vida. Descubra agora