Capítulo 32

545 36 8
                                    


QUERO MAIS COMENTÁRIOS GALERA :(



(GUI NARRANDO)

A Mel resolveu voltar pra casa dos pais dela, então nós nos despedimos e eu fui me arrumar pro trampo. O motorista da família dela veio busca-la, nós nos despedimos e eu fui pro ponto de ônibus. Quando eu estava chegando, vi o escroto do Gabriel encostado lá, então fui até ele.

— O que você tá fazendo aqui? — Falei não conseguindo segurar o riso, porque ele ainda estava cheio de ponto da surra que eu havia dado nele.

— Vim resolver meus problemas com você.

— Cara, você não cansa de apanhar não? — Perguntei já tirando minha mochila das costas.

— Não, calma. Vem comigo, não vamos resolver isso aqui. — Ele se virou e atravessou a avenida, andando até uma ruazinha sem ninguém.

— Pra que andar tanto pra apanhar?

— Acha que eu vou sair na mão com você? — Ele sorriu. — Eu posso pagar pra isso, Guilherme, não sou um garoto brigão igual você. — Ele assoviou e apareceram dois caras, tipo, muito maiores que eu.

— Típico de um babaca como você, pagar pros outros fazerem seu trabalho sujo. — Então um deles me agarrou, enquanto o outro me batia, tentei me soltar, mas o cara era forte, ele me deu vários socos na barriga e eu estava a ponto do desmaiar, mas ainda sim pude ver o Gabriel falando comigo.

— Desmaia não Gui, a gente ainda tem muito que conversar. — Ele saiu na frente e os caras me arrastaram pra um carro.

(MEL NARRANDO)

Depois que cheguei da escola, tentei ligar mil vezes pro Gui, mas ele não atendia, estava ficando preocupada já. Meu pai parou do meu lado.

— Entendi porque pago quase mil reais na sua conta de celular, hein mocinha? — Ele disse rindo e tomou o celular da minha mão.

— Pai! — Gritei.

— O Guilherme é grandinho, Mel. Além do mais, se ele não atendeu é porque está ocupado, né? — Fiz que sim com a cabeça, ele me deu um beijo na testa, devolveu o celular e saiu. Tentei ligar mais uma vez, chamou... chamou e atenderam no último toque.

— Alô? — Uma voz baixa perguntou.

— Gui, é você?

— Errou princesa. — Sufoquei, era o Gabriel. — Não fala meu nome Melissa. — Subi correndo as escadas e entrei no meu quarto. — Fala oi pro seu namoradinho aqui, fala.

— Vida, fica calma... — Era o Gui.

— Guilherme... O que aconteceu com você? Gui... — Comecei a chorar e o Gabriel voltou a falar.

— Teu namorado veio me fazer uma visita, e tipo, queria que você viesse também, que tal?

— Deixa o Guilherme em paz, Gabriel. Pelo amor de Deus! — Implorei.

— Eu deixo minha gatinha, você só tem que fazer tudo que eu mandar. — Ele foi dando o endereço e eu anotei tudo em um papel. — E escuta bem Melissa, se você contar pra alguém, eu apago o Guilherme, faço ela dormir que nem Bela Adormecida. Você ouviu?

— Ouvi.

— Boa menina. Até logo, minha princesa. — Ele desligou e eu desmoronei a chorar.

Quando deu o horário eu disse a minha mãe que ia encontrar com o Gui e chamei um táxi. O lugar era longe e bem escuro, senti a presença de um cara, ele fez um sinal com a cabeça pra eu seguir ele. Chegamos em um carro, eu entrei, ele amarrou minhas mãos e colocou um capuz preto na minha cabeça. Em poucos minutos o carro parou em um lamaçal, nós entramos em um lugar e o capuz foi tirado da minha cabeça e eu dei um grito.

— GUI! — Tentei sair da cadeira mas alguém me segurou. O Gui estava com o rosto todo machucado e camiseta que era branca estava suja de sangue. — O QUE VOCÊ FEZ COM ELE SEU MONSTRO? — Eu disse pro Gabriel.

— Pra que tudo isso princesa? — Gabriel respondeu sorrindo. — Ele nem precisou de pontos como eu. Eu dei uma surra bem dada nele, por você.

— Solta ele! Por favor, Gabriel. Solta ele, eu te imploro! Eu faço o que você quiser.

— Agora sim nós estamos falando a mesma língua.

O Gabriel pegou na minha mão e fomos para o carro dele, encostei a cabeça no vidro, enquanto ele dirigia. Uma lágrima caiu.

— Você vai deixa-lo ir, não vai?

— Eu jamais mentiria pra você Mel. Se você embarcar comigo pra Europa, o Guilherme fica livre.

Fechei meus olhos sentindo a lágrima pesar, era como se eu tivesse me deixando ali, junto com ele, a mercê do nada. O que eu diria aos meus pais? O que eu diria a minha mãe? O que eu diria pra ele não ir me procurar, tinha que ser algo em que ele acreditasse, eu não podia, eu não podia olhar pra ele novamente sem que as minhas pernas me entregassem, eu não conseguiria. Que tipo de amor é esse em que eles estava disposto a morrer ali, por mim? Eu nunca poderia aceitar isso. Não dele.

— Eu amo você. — eu sussurrei tão baixo, tão imperceptível. O celular do Gabriel tocou, ele colocou no viva voz e me encarou pelo retrovisor.

— Senhor, o que fazemos com ele? — olhei pro Gabriel.

— Finaliza o serviço. — sufoquei.

— O QUE? VOCÊ PROMETEU! — eu disse alto.

— Eu menti. — o Gabriel disse sorrindo e se virando pra mim. — Seremos, só eu e você Melissa.

—  ME SOLTA! ME DEIXA... ME SOLTA! — o segurança do Gabriel me segurou com força e então eles colocaram alguma coisa no meu nariz me fazendo dormir.

Acordei com minha vista escuta, conhecia aquele quarto, ou não... Me virei e então vi que aquele era o quarto do Gabriel, só que diferente, as coisas ainda estavam lá, mas a maioria tinha saído, só estava os móveis. Me levantei da cama rapidamente e então veio todas aquelas lembranças de ontem, corri pra porta e percebi que ela estava trancada, bati nela com força, várias e várias vezes, mas me parecia que ninguém se quer escutava, não devia ter ninguém em casa, em cima da mesinha tinha uma bandeja com a comida e ao lado tinha um bilhete escrito a mão "Bom dia minha princesa, nossa viagem vai ter que ser brevemente adiada, pois parece que seus pais estão preocupados com você. Não se preocupe já estou arranjando outro lugar para nós ficarmos, fique feliz, agora será só você e eu. Queria que você pudesse me acompanhar ao velório do Guilherme... Mas, você não pode, eu sinto muito, com amor seu Gabriel." Amassei e joguei o papel longe, ele estava mentindo. O Gui não estava morto. Eu tinha certeza disso. Empurrei a bandeja de comida no chão e subi em cima da mesinha vendo se tinha alguma janela, algum lugar que eu pudesse fugir, estava tudo trancado com cadeado, fiquei horas esmurrando a porta e tentando inutilmente sair, foi quando me dei conta de que eu não conseguiria fugir dali, deixei meu corpo escorregar no chão e fiquei ali chorando, por horas a fio, até que alguém abriu a porta, não levantei meu rosto para ver quem era. Senti os passos até mim e então levantei o rosto lentamente para ver o Gabriel ali, parado com um sorriso sarcástico no rosto.

— Você não comeu nada que eu te trouxe, princesa.

— Cala a merda dessa boca.

— Você prometeu que ficaria comigo pra sempre, lembra? — Ele sorriu.

— Se você tivesse deixado o Guilherme livre!

— Não deu minha princesa, mas olha, eu trouxe uma foto dele. — Ele pegou o celular do bolso e me mostrou, uma jazida com o nome dele "Guilherme Bittencourt", sufoquei e então o olhei, o choro insistente começou a cair. — Tudo seria tão mais fácil se você não tivesse me desobedecido. Ele estaria vivo Melissa, namorando a Nandinha, nós estaríamos felizes, todo mundo estaria feliz, mas você é tão teimosa...

— Não... Não, não pode ser! — O Gabriel ia saindo do quarto e trancando a porta, quando eu o impedi, dando um tapa no seu rosto. — VOCÊ É UM MONSTRO! EU NUNCA VOU AMAR VOCÊ! NUNCA GABRIEL! VOCÊ É DESPREZÍVEL, O PIOR SER QUE EU CONHECI NA VIDA! VOCÊ PE NOJENTO, MAU, COVARDE, MENTIROSO! VOCÊ NÃO PE DIGNO NEM DA MINHA PENA! — Eu empurrei ele com força. — EU ODEIO VOCÊ! — E então eu entrei no quarto de novo e fechei a porta com força, caindo no chão, o choro insistente caiu mais alto do que nunca. Eu não acreditava nisso, o Gui não pode estar morto. Não.

Engravidei do Jogador 3Onde histórias criam vida. Descubra agora