Capítulo 30

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 Eu desci do carro e perguntei pro Guilherme:

— O que você tá fazendo?

— Você vai vir morar comigo agora, Mel.

— Bem vinda! — Paulo e Thi disseram em coro e me abraçaram.

— Vai ficar parada aí garota? Ajuda a pegar suas dezenas de malas e vamos pra dentro, sua avó preparou uma surpresa pra você. — A Nanda disse.

Eu peguei algumas malas e entrei, a vovó me recebeu com um super abraço.

— Meu pai já sabe, vó? — Perguntei baixo.

— Sabe querida, o Gui contou tudo.

— Tudo?

— Tudo Mel, seu pai ficou furioso mas eu o convenci a não fazer nada e nem a contar pra sua mãe. Consegui convencer sua mãe a deixar você passar uns dias aqui comigo, dizendo que vou embora logo logo.

Pela primeira vez em meses, comi e sorri com vontade, era tão bom estar na presença deles. Algumas vezes peguei o Gui me olhando e a Nanda não parecia estar muito incomodada com a minha presença. Depois do almoço, fomos assistir tv, aproveitei que todos estavam entretidos e perguntei a ela.

— Não te incomoda minha presença? — Ela me olhou.

— Tá falando comigo burguesinha? — Perguntou rindo.

— É.

— Você pra mim é irmã do Gui, Melissa. Em parte eu confio nele e tô dando um voto de confiança pra você também. Além do que, aqui na quebrada o babaca do Gabriel não bota o pé, você tá protegida.

— Obrigada. — Sorri de lado.

(GUI NARRANDO)

Eu subi pra tomar banho e a Nanda subiu comigo, quando saí do banheiro ela estava deitada na cama, suspirando alto.

— Que foi? — Eu perguntei me vestindo.

— A gente precisa conversar.

— Você disse que não ia falar nada da Mel... — ela me interrompeu.

— Você já percebeu o que somos Gui? — Eu a encarei. — Nós estamos juntos pra tapar o buraco um do outro.

— Eu já disse que não é isso! — Ela levantou e colocou a mão sob a minha boca.

— Demorou dois meses pra eu descobrir que eu não te amo do jeito que eu achava que eu amava! E tem mais, cara, teu olho brilha quando tu olha pra Mel, eu como sua melhor amiga sei disso. Tu é louco, alucinado por aquela patricinha do olho azul.

— Obrigado. — Eu disse dando um abraço nela.

— O que seria de você sem mim hein Gui? — Ela disse rindo.

— Nada Nandinha, nada. — Ela me deu um beijo no rosto e saiu.

Fiquei um bom tempo deitado na cama, então eu coloquei uma bermuda e fui no quarto da Mel, a encontrei remexendo em uma de suas malas.

— Mas que droga, cadê meu pijama? — Ela enfiou a cara na mala, eu apoiei na porta e segurei o riso.

— Naquela mala do canto. — Falei apontando e ela levou um susto.

— Pelo amor de Deus Guilherme, você quer me matar do coração? — Ela disse com a mão no coração. — Você que arrumou minha mala, né? Aposto que só jogou tudo aí dentro e fechou... — Eu sorri ao ver ela reclamando.

Engravidei do Jogador 3Onde histórias criam vida. Descubra agora