Capítulo 41

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— Você é livre Melissa, pode ir embora. — Eu abri passagem pra ela passar. — Só não ache que porque você está indo, eu vou atrás de você.

— Você nunca vem Guilherme.

— Nunca. — Respondi com sarcasmo. Tirei um cigarro do bolso e acendi alí mesmo.

— Fumar faz mal.

— A rua é pública.

— Não sabe levar um não, numa boa?

— Não. — Soltei a fumaça e fiz menção de atravessar a rua, mas ela segurou no meu braço.

— Não vê o que nós dois somos? Somos paradoxos. — Joguei o cigarro no chão e puxei pela nunca, beijando-a. Antes que eu pudesse prolongar o beijo, parei e respirei fundo.

— Vai embora Melissa, porque quem não quer mais sou eu. Cansei de brincar de boneca! — Ela fechou os olhos e as lágrimas caíram. Saí andando dalí, pra bem longe de casa, da festa e principalmente, dela.

(MEL NARRANDO)

Os dias passaram voando, eu já havia arrumado as coisas pra viagem e estava muito animada com a mesma. Não tinha mais visto o Gui... Mas, tudo bem. Estava acostumada com a ausência dele e não doía mais tanto assim. Quer dizer, doía... Mas ninguém precisava saber.

— Você está mesmo indo amanhã? — Mari parou na porta do meu quarto.

— É, estou. — Confirmei fechando a última mala e a olhando.

— Vai ser estranho acordar sem você aqui. — Meus olhos marejaram.

— Vai.

— Você não está indo pra lá pra fugir do Guilherme, não né? — Ela perguntou baixo.

— Não. — Menti. — Eu sempre quis ir pra lá, você sabe Mari.

— Vou sentir sua falta Melzinha. — Sorri e ela me abraçou apertado. — Já tô com saudades.

— Eu também. — Respondi segurando o choro.

Passei o resto do dia com meus pais, minha irmãs e minhas amigas. Minha mãe ia no banheiro todo instante e eu sabia que ela ia lá disfarçar a cara de choro, enfim. A noite, mal dormi. Fiquei pensando na minha família, amigos e nele. Confesso, que no Guilherme foi em quem eu mais pensei. Em menos de um ano eu tinha me apaixonado loucamente por um cara que eu conheci na balada, ele era meu irmão, depois não era mais, fui sequestrada, maltratada, espancada, sofri, tudo por causa dele. Se o Gabriel não tivesse aparecido em nossas vidas, será que eu estaria com o Gui ou teria outra desculpa pra terminarmos? Senti o choro entalado na garganta. Eu seria que seria difícil me despedir do papai, do Pedro, das minha irmãs e principalmente da mamãe. Mas seria mais difícil me virar no último momento e não encontra-lo me chamando de mimadinha e me pedindo pra ficar. Sou muito boba...Isso não é um filme de romance Melissa e o Gui não faz muito bem o estilo de príncipe. Ele deixou isso bem claro todas as vezes que nós brigamos... Fechei meus olhos e tentei me concentrar em qualquer coisa que não fosse minha despedida, acabei caindo no sono.

Engravidei do Jogador 3Onde histórias criam vida. Descubra agora