Capítulo 31

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(MEL NARRANDO)

Quando deu mais ou menos umas dez da manhã, o Gui ainda dormia, então eu levantei e fui tomar um banho. Depois, fui até ele e o acordei com um selinho.

— Bom dia meu amor! — Sussurrei.

— Bom dia vida! — Ele puxou minha cintura, me fez cair do lado dele na cama e ficou me encarando.

— Que foi?

— Você não tem noção do quanto eu amo você... — Nem me deu tempo de responder e ele levantou, remexeu uma gaveta e pegou uma caixinha, depois voltou e sentou do meu lado. — No dia que você terminou comigo eu meio que tinha comprado um negócio pra você. — Eu sorri. — Não é nada do tipo que você esteja acostumada... É bem simples, tá?

— O que amor, que você comprou?

— Isso... — Ele abriu a caixinha e eu quase tive um ataque cardíaco. Era um anel bem delicado, com pequenas pedrinhas de brilhante, era perfeito. — Um anel mimadinha, eu passei em frente a uma joalheria e achei a sua cara porquê... — Eu o interrompi.

— Para de falar neguinho, tá estragando o momento. — Ele gargalhou e pegou minha mão, eu tremia tanto, então ele colocou no meu dedo e parecia que tinha sido feito pra mim.

— Amor, é lindo! — Ele abriu o maior sorriso.

— Mas, é que quando olhei esse anel Mel, eu só conseguia imaginar ele no seu dedo, só no seu dedo, não consegui me imaginar ajoelhando na frente de ninguém e nem dizendo: pra sempre. Pra qualquer pessoa. Talvez eu seja um cara muito filho da puta, cheio de defeitos, orgulhoso até as tampas, irritado, grosso, chato, mas em anos de vida, a melhor coisa que veio acontecer comigo foi você, acredita em mim. Acredita quanto eu disser que eu te amo, acredita quando eu disser que você não sai da minha cabeça nenhum maldito segundo, acredita quando eu disser pra você que você é o meu foco, acredita minha vida, só acredita em mim, acredita e me dá mais uma chance, uma chance de começar tudo de novo, do começo, do jeito certo, finge que eu sou um cavalheiro, finge e namora comigo? — Meus olhos pareciam duas cachoeiras, eu não conseguia nem falar, o Gui sorriu e em meio aos soluços eu sussurrei.

— Sim. — eu disse baixo, ele levantou e ficou quase duas vezes maior que eu, fiquei na ponta dos pés e naquele momento eu só conseguia imaginar a boca dele na minha, só isso iria me acalmar e pareceu que eles teve a mesma ideia, sua boca veio pra minha bem lentamente, senti a respiração dele se misturar com a minha, senti sua mão sutilmente nos meus cabelos, sua outra mão puxou sua cintura pra perto dele, o beijo começou lento e assim ficou, parei o beijo quando a lágrima se misturou com o beijo. — Por favor, diz que eu não to sonhando. — Abri os olhos lentamente e então encontrei os olhos do Gui me encarando.

— Para de falar vida. — Ele me beijou de novo, um beijo quente... Um beijo que eu conhecia. Sabia onde isso ia parar.

(GUI NARRANDO)

A Mel resolveu voltar pra casa dos pais dela, então nós nos despedimos e eu fui me arrumar pro trampo. O motorista da família dela veio busca-la, nós nos despedimos e eu fui pro ponto de ônibus. Quando eu estava chegando, vi o escroto do Gabriel encostado lá, então fui até ele.

— O que você tá fazendo aqui? — Falei não conseguindo segurar o riso, porque ele ainda estava cheio de ponto da surra que eu havia dado nele.

— Vim resolver meus problemas com você.

— Cara, você não cansa de apanhar não? — Perguntei já tirando minha mochila das costas.

— Não, calma. Vem comigo, não vamos resolver isso aqui. — Ele se virou e atravessou a avenida, andando até uma ruazinha sem ninguém.

— Pra que andar tanto pra apanhar?

— Acha que eu vou sair na mão com você? — Ele sorriu. — Eu posso pagar pra isso, Guilherme, não sou um garoto brigão igual você. — Ele assoviou e apareceram dois caras, tipo, muito maiores que eu.

— Típico de um babaca como você, pagar pros outros fazerem seu trabalho sujo. — Então um deles me agarrou, enquanto o outro me batia, tentei me soltar, mas o cara era forte, ele me deu vários socos na barriga e eu estava a ponto do desmaiar, mas ainda sim pude ver o Gabriel falando comigo.

— Desmaia não Gui, a gente ainda tem muito que conversar. — Ele saiu na frente e os caras me arrastaram pra um carro.


Engravidei do Jogador 3Onde histórias criam vida. Descubra agora