1 mês depois...
(MELISSA NARRANDO)
Um mês que o Gui havia feito o pedido, um mês de felicidade sem fim! Quando contei aos meus pais que nós iriamos morar juntos, a primeira reação deles foi de negação pois somos muito novos e tal. Mas eu bati o pé e disse que moraria com ele a todo custo. Então meus pais decidiram nos dar um apê a nossa cara. Eu continuo fazendo minha faculdade e o Gui faz a faculdade dele de engenharia civil pela manhã e a tarde trabalha na loja do Pedro. Enfim, está tudo liiiindo, nossa vidinha maravilhosa! De manhã como de costume, acordei pois tinha tido um sonho esquisito, que eu estava grávida. Dei um cutucão no Guilherme.
— Amor, acorda!
— Já tá hora da gente acordar?
— Não, ainda são cinco da manhã!
— Ah não Melissa, não acredito que você me acordou cinco da manhã pra nada! — Ele resmungou e virou pro lado.
— Não Gui, acorda, é sério. — Ele virou pra mim e abriu os olhos. — Eu preciso que você vá a uma farmácia e compre um teste de gravidez.
— O que?! — Ele sentou na cama.
— Isso que você ouviu, um teste.
— Você acha que tá grávida amor? — Ele perguntou sorrindo.
— Não faz pergunta, só vai lá e compra!
Então ele saiu apressado, voltou em uns quinze minutos com o teste na mão. Nós entramos no banheiro e eu fiz, foram os cinco minutos mais longos da minha vida... mas aí então veio a notícia: POSITIVO.
— Gui, nós vamos ser papais! — Ele sorriu e me pegou no colo. — Eu não acredito, Guilherme! — Desabei no choro.
— Nosso filho Mimadinha, o bebê que a gente tanto sonhou tá vindo! — Então ele abaixou e beijou minha barriga. — Bem vindo bebê, você vai ser a criança mais amada do mundo!
— Eu já amo ele com toda a minha vida!!! — Eu disse conseguir conter as lágrimas e nem a felicidade.
4 meses depois...
(Guilherme narrando)
Mais um dia que eu cheguei cansado do trampo com o Pedro, entrei no apê e a Mel estava dormindo na nossa cama com a barriguinha mais linda de 5 meses do nosso moleque. É, vai ser um meninão! Então eu deitei do lado dela na cama e comecei a acariciar sua barriga e conversar com nosso menino:
— Oi João. Ou João Henrique. Ou Bernardo, não sabemos ainda, eu e sua mãe não conseguimos nos decidir. Sei que eu queria brasileirar Lenon ou Dilan, mas sua mãe anda irredutível quanto a isso, diz querer te proteger. Mas proteger do que, a gente pode saber? Talvez de fazer muito sucesso com as menininhas na escola com um nome lendário desse. Mas não fica chateado, tá? Nós vamos encontrar uma solução. Bom, eu não sei como começar isso, é estranho falar com uma barriga gorda, que sua mãe não me ouça. — Dei uma gargalhada. — A última vez que eu fiz isso, foi quando um tio meu jurou ter comido o Caco, um hamster que eu tinha de estimação. Você quer um hamster? O pai compra. Pai. Que troço esquisito pra quem ainda come sucrilhos pela manhã. Mas agora está tudo bem. Nós não planejamos você, mas o inesperado aconteceu. Mas eu e sua mãe ficamos muito felizes de você ter vindo na sua hora. Eu preciso de você, muito mais que você de mim. Acho que você pode me ensinar muitas coisas. Não há lidar com peitos, isso eu aprendi faz tempo. Há um monte de outras coisas que eu preciso aprender, como ser menos egoísta, orgulhoso, menos inconsequente. Ou como dar nó em gravatas, seu avô Pedro já tentou trezentas vezes. Bom, acho que já deu pra sentir que eu ainda tô meio confuso nesse papel, mas as coisas vão mudar, eu tenho certeza que vou me sair bem. Dizem que agora sim eu vou conhecer o verdadeiro amor. E confesso, estou curioso. Talvez eu desmaie no seu parto, tudo bem pra você? Pulando essa parte, a gente pode sair do hospital, conhecer o mundo e passear por aí. Comecei uma poupança pra você, já tem trinta reais. Sei que não é muita coisa, mas dá um Mc Lanche Feliz. Bem, como você pode perceber aí de dentro, o clima aqui fora é de ansiedade, alegria e de tapinhas nas costas. Tenho recebidos muitos abraços, parabéns e recomendações pra criar juízo. Não sei que porra as pessoas estão pensando quando me mandam criar juízo. Nem quando me desejam felicidades, foi fácil e gostoso fazer você, mas isso é papo pra daqui uns quinze anos. Quem sabe, se der tempo, você conheça sua bisavó Maria, ela está um pouco doente, mas continua muito engraçada. Aliás, estou louco pra escutar seu riso. E também já fiz planos de cantar "Oriente" quando você começar a espernear no berço que nós ganhamos dos seus avós Gabi e Léo. Não será perfeito o tempo todo. Haverá dias que você vai berrar sem parar e eu vou implorar pra você começar a falar no mesmo instante, e diga afinal, o que você quer. Mas tudo bem, depois a gente faz as pazes e algumas doiduras. E depois, você pode dormir no meu peito assistindo alguma série no netflix, até a mamãe chegar. Ah, sobre a mamãe: A gente se ama muito, mas briga muito também. Não sei explicar, essas coisas são meio complicadas, temo que se eu começar a falar como funciona os relacionamentos você relute a sair daí e sua mãe não consiga ter o parto normal que ela tanto sonha. Mas ó, não se preocupe além de casados, eu e sua mãe somos amigos, a gente se dá muito bem e vamos estar sempre perto de você. Sem brigar, a gente jura. Sei que estamos sempre jurando coisas, mas vamos trabalhar duro por você, certo? Se está bom pra você, dá um chute. Se não, dois. E pode apostar bebê, vamos amar você infinitamente mais e melhor do que a gente se ama. Como assim, quanto é infinito? Infinito é infinito. É tudo. É pra sempre. É sem fim. É uma coisa que não dá pra contar nos dedos. Nem na calculadora. Nem na calculadora, filho!
FIM.
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Engravidei do Jogador 3
RomanceCê prefere um engravatado que maltrate ou um vagabundo cheio de amor? A burguesinha, o vagabundo. A rica, o pobre. Ela morava na zona sul, ele na zona norte. Ela curtia eletrônica, ele rap. Ela fazia compras, ele pegava roupa emprestada. Ela era ma...