9 - CLEMÊNCIA (parte 2)

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Envolvendo-me em um abraço cheio de músculos e mãos, Viriato se pôs sobre mim com o corpo inteiro, engolindo-me com um beijo intenso, diferente daqueles que havíamos trocado até agora. Respondendo com a mesma vontade, o mesmo furor, agarrei-o pelas costas e saboreei sua língua macia e suculenta contra a minha, que colidia livremente contra a dele. Os estalos dos nossos lábios e os gemidos baixinhos que ele soltava entravam pelos meus ouvidos e me enchiam de um prazer tão forte que eu só conseguia puxá-lo para mim e pensar em quão incrível era aquilo!

Sem se afastar de mim, ele começou a desabotoar a camisa azul clarinho. Um botão, depois o outro, até o último. O tecido deslizou pelos braços e caiu atrás dele, dando-me outra vez a visão de seu corpo maduro, que frequentara assiduamente minhas fantasias pelos últimos dias. Sua pele era quente, forrada de pelos irmãmente distribuídos, máscula. Eu o tocava por toda a parte que minhas mãos alcançavam; o tronco despido em cima do meu, as coxas sobre as minhas, a ereção dentro de nossas calças roçando uma contra a outra...! Sentei-me devagar e nos afastei por um instante para tirar minha camisa—ele me ajudou atirando-a para o outro sofá. Aproveitamos o ensejo e tiramos o que faltava de nossas roupas, até restarem só nossas cuecas. Olhamos um para o outro e rimos do atípico: estávamos prestes a ultrapassar a última barreira.

Voltamos a nos beijar. Ele se sentou outra vez e eu me pus no espaço ao lado, pronto para provar novamente cada centímetro de seu corpo, que, agora, à luz clara da sala, parecia ainda mais saboroso. Faminto, comecei pelos mamilos, que estavam mais próximos ao meu rosto. De olhos fechados, abocanhei aquela área e pressionei minha língua contra aqueles pinos rígidos e ásperos. A mão de Viriato segurava minha nuca e me guiava, pressionando meu crânio contra si, afagando meus cabelos, ora puxando-os, ora conduzindo-me da maneira como ela queria. Vez ou outra ele interrompia minha degustação para me beijar, me olhar nos olhos, me segurar pelo rosto com as duas mãos; depois me fazia voltar à minha tarefa, levando-me de seu peito às suas axilas, aos bíceps, ao pescoço, às orelhas, de volta à boca—onde sempre gastávamos mais tempo do que nos outros pontos. Ele segurava meu queixo com a mão inteira, mordiscava meu lábio inferior, sugava minha língua com afinco e devolvia à minha boca nossas salivas misturadas em cusparadas ora fortes, ora gentis. Sentado em seu colo, eu sentia seu caralho pétreo roçar contra a minha bunda; e sobre ele eu me movia com lascívia, só para senti-lo ainda mais duro, se é que era possível. As mãos dele se encaixavam na minha bunda sob o tecido da cueca de algodão e a apertava com força.

Saí de cima de seu colo e me pus ao seu lado mais uma vez, voltando a explorar o caminho de seu tronco carnudo. Minha língua ligeira deixava marcas de saliva no tórax, nas costelas, na barriga, até a região abaixo do umbigo. O volume da cueca branca era convidativo, e a ele fui com a mesma gana. Envolvi-o com a boca por cima do tecido, sentindo sua dureza pulsante contra os meus dentes cautelosos. As mãos dele percorriam minhas costas, meus cabelos, minha bunda; as minhas, uma percorria toda a área do torso, e a outra logo escorregou para o cós da cueca, abaixando-a e deixando escapar aquele cacete cheio de veias e com cheiro de macho.

Antes que eu começasse a chupar, Viriato rapidamente se posicionou de forma a me favorecer: ajoelhou-se sobre o estofado, deixando-me frente a frente com seu corpo seminu e com seu caralho grosso e latejante. Enquanto ele segurava o cós da cueca, ainda presa nas coxas, eu segurava suas bolas com a mão inteira. Com uma sede de mil dias, engoli seu pau até senti-lo tocar o fundo da minha garganta. O gemido de tesão que ele soltou me fez fraquejarem as pernas. De quatro, eu apoiava o peso do meu corpo em uma mão e segurava suas bolas com a outra, movendo minha cabeça num vaivém contínuo e paciente, sentindo minha língua ganhar cada centímetro daquela extensão, da base à cabeça, passando pelo orifício por onde, desde aquela hora, escorria o pré-gozo cujo sabor se misturava ao da pele e me deleitava o paladar. As mãos dele, inquietas, ora pressionando minha cabeça, ora acariciando minhas costas, ora envolvendo meu pescoço, ora apertando os mamilos, somadas aos sibilos interdentais denunciavam o prazer que eu lhe causava.

Prazer e Remissão (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora