Capítulo 14 - 2 worlds, 1 history

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~Nathan~

Gabriel era louco. Disso eu tinha certeza. Apesar de ser um ano mais velho que eu, às vezes, parece que não existe um cérebro dentro daquela cabeça. Tudo bem que a morte da tia nos pegou de surpresa, mas sair para beber e ir parar no hospital? Aí já é demais.

Estacionei o carro em frente à sua casa. Pular o portão seria fácil, o problema seria se alguém visse. Olhei para os lados repetidas vezes. Ninguém. Fui apoiando os pés nas vigas e passei as pernas para o outro lado, caindo com os joelhos flexionados. Nada mau.

Procurei a chave onde ele disse estar, a peguei e abri a porta. WOW. Que casa.

Era enorme, bem organizada e bonita, mas perecia que ninguém entrava aqui havia uns... engoli em seco. 10 anos. Gabriel não voltou para cá quando fomos morar na cidade onde sua mãe estava, tirando os anos de cadeia. 

Olhei ao redor e vi uma pequena escada de seis degraus do meu lado esquerdo. Se eu a subisse, dava para os quartos. Havia uma outra escadinha do meu lado direito, se eu a descesse eu iria chegar a uma sala ampla. Mais alguns passos para frente e chegaria em uma outra sala com um sofá enorme e uma TV que ficava de frente para a janela de vidro que mostrava a vista do quintal. Piscina e churrasqueira. Realmente, a casa era dos sonhos.

Subi e procurei o quarto que julguei ser dele. Colcha de cama vinho, guitarra na parede, bateria e violão em um canto. Sim, aqui era o dele. A cama não estava tão bagunçada. Havia um caderno preto em cima dela, aberto em uma página. O que será aquilo?

Me aproximei da cama devagar. E se fosse um diário? Eu seria um idiota se lesse. Mas ao ver mais de perto, vi que não era um diário. Era um poema que estava escrito.

  - Inocência... - li em voz baixa.

Inocência:

A beleza de uma alma infantil,

Que sem maldade é pura e gentil,

Toca minha alma de poeta vil,

E faz-me amar, amor que nunca se viu.

A frieza em mim sua alma baniu

E trouxe a mim o único amor que a minha já sentiu.

Aqueles definitivamente eram pensamentos de Gabriel. A letra era dele. Será que essa é a garota que ele me disse uma vez? Ele sequer citou o nome dela, então não sei como ela se chama. Mas ele a descreveu como se fosse um... tesouro. Um tesouro dele, claro. Não sei muito da história, mas sei que esse amor "maluco" terminou quando ele foi preso.

Folheei o caderno e vi uns desenhos ali. Desenhos de uma garota. Magra, mas bonita. Conforme fui passando, a mesma garota foi ganhando mais... vida. Lábios mais cheios, olhos mais brilhantes. Definitivamente era a mesma garota. Mas será que era a que o fez escrever o poema?

Continuei folheando. Dessa vez achei uma música.

I'm sorry, so sorry

Forgive me for what I've done

I'm nothing anymore

Since my soul is gone

Can you please, can you please,

Cut my fresh, cut my skin?

But, for God sake,

Absolve me from my sin.

After hatred, after anger,

And lies in every world,

Os Opostos se Atraem? - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora